A pesquisa, realizada no período de 10 a 26 de agosto, ouviu 76 hospitais privados, 25% da capital e 75% do interior, que somam 2.864 leitos de UTI e 7.376 leitos clínicos, sendo que todos mantêm serviços de urgência/emergência.
Questionados sobre o atendimento de pacientes com suspeita de Monkeypox, 43,42% relataram que atenderam pacientes suspeitos dessa doença. No entanto, 90,91% informam que os atendimentos não resultaram em internação, o que sugere que a doença tem infectado as pessoas com menor gravidade.
No Brasil, o último boletim do Ministério da Saúde informa que somam 3.788 casos confirmados de Monkeypox, sendo 77 casos em crianças. Para orientar os serviços de saúde, o SindHosp realizou webinar com especialistas e infectologistas informando sobre aspectos clínico e epidemiológico da doença e seu diagnóstico laboratorial e realiza postagens em suas redes sociais e site para oferecer informações e explicar procedimentos sobre a nova doença.
Segundo o médico Francisco Balestrin, a Pesquisa SindHosp objetiva colher informações relevantes sobre os atendimentos nos hospitais privados paulistas, procurando detectar problemas e tendências, cujos dados têm auxiliado gestores públicos e privados e orientado a opinião pública por meio da imprensa.
Quais doenças prevalecem nas urgências?
46% dos hospitais apuraram que o atendimento prevalente no setor de urgência/emergência são as complicações relacionadas a doenças crônico-degenerativas, como câncer, diabetes e hipertensão.
Já 25,5% relatam que prevalecem pacientes com outras síndromes respiratórias que não Covid-19; e 20% detectam traumas e urgências cirúrgicas como predominante nos atendimentos de urgência. Pacientes com suspeita Covid-19 sumiram dos serviços de urgência.
Apenas 3,76% relatam a Covid-19 como principal atendimento.
Pesquisa indica fase de declínio da Covid-19
Todos os hospitais da pesquisa (100%) relataram que a ocupação de leitos UTI por pacientes Covid-19 está abaixo de 20% e que o tempo de internação caiu para 7 dias, para 84% dos hospitais. Em pesquisa recente, as internações chegavam a 14 dias.
A faixa etária dos pacientes em UTI Covid-19 para 62% dos hospitais é dos 60 aos 80 anos.
Quais os maiores problemas enfrentados pelos hospitais?
81% dos hospitais informam que os maiores problemas enfrentados nesse momento no atendimento médico-hospitalar referem-se a falta, aumento e dificuldade de importação de medicamentos, materiais e equipamentos: aumento de preços de materiais e medicamentos (33%), falta ou dificuldade de aquisição de materiais e medicamentos (18%), falta ou dificuldade na aquisição de medicamentos ( 17%) e dificuldade na importação de produtos (13%).
Outros 15% relatam o afastamento de médicos e profissionais de saúde por Covid.
Quais medicamentos estão em falta ou com estoque abaixo do nível de segurança?
26% dos hospitais relatam a Dipirona; 17% informam que são os meios de contrastes para exames radiológicos;
14% os aminoglicosídeos em geral;
14% antibióticos; 14% soluções parenterais e 12,5% Neostigmina.
Monkeypox
O Brasil tem 77 casos confirmados de varíola dos macacos – ou monkeypox em crianças e adolescentes de 0 a 17 anos, uma incidência de 3,5% das infecções. Desses, 20 casos (0,6%) foram identificados entre crianças de 0 a 4 anos. Até o momento, o Brasil registra 3.788 casos confirmados da doença.
Os dados foram divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (22). A varíola dos macacos geralmente é uma doença autolimitada, com os sintomas que duram de 2 a 4 semanas.
Os casos graves são mais comuns entre crianças e estão relacionados à extensão da exposição ao vírus, ao estado de saúde do paciente e à natureza das complicações.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de letalidade pode chegar a 11% na população em geral e tem sido maior entre crianças pequenas. Deficiências imunológicas prévias também podem levar a quadros mais graves da doença.
As crianças podem contrair a varíola dos macacos se tiverem contato próximo com alguém que tenha sintomas, como um familiar infectado. Dados de países anteriormente afetados mostram que as crianças são tipicamente mais propensas a doenças graves do que adolescentes e adultos.
No entanto, o surto recente que atinge múltiplos países que não são considerados endêmicos para a doença apresenta um número pequeno de crianças entre os infectados.
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