Automação da cadeia de suprimentos aumenta eficiência operacional e reduz custos hospitalares

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O SindHosp realizou mais uma edição do seu painel WorkCafé, que teve como tema “Eficiência Operacional e Redução de Custos com Internet das Coisas (IoT) na Cadeia de Suprimentos” e foi realizado em parceria com a Nexxto. A íntegra do evento híbrido, com audiência presencial e virtual, pode ser assistida via YouTube, no canal oficial do SindHosp. Clique aqui para conferir.

A anfitriã do painel, a diretora executiva do SindHosp, Larissa Eloi, abriu o debate, destacando os desafios em torno de mudanças do ponto de vista das resistências naturais que cada um enfrenta para desconstruir suas próprias verdades. “O movimento em prol do que almejamos só acontece se nos permitirmos, dentro dos conflitos e dos objetivos que traçamos”, enfatizou Larissa Eloi. “A mudança começa no indivíduo, a mudança começa nas pessoas. Só assim teremos condições de tornar as empresas na área de saúde mais digitais, mais eficientes e mais inclusivas”.

Lucas de Almeida, cofundador e CRO da Nexxto, foi o segundo a falar. De acordo com ele, ninguém se preocupa com a cadeia de suprimentos de saúde até faltar algo na beira do leito ou na mesa de cirurgia. Para o executivo, os desafios são significativos. “Em saúde, muito se discute sobre assistência e pouco se fala sobre cadeia de suprimentos, a não ser quando há problemas de fornecimento. Precisamos falar sobre a cadeia como um todo, que não está melhorando na velocidade que o sistema precisa para garantir sua sustentabilidade financeira no longo prazo e há muita pressão sobre os prestadores de serviço”.

Custos invisíveis

Na primeira parte do painel, o engenheiro eletrônico Carlos Oyama, que é consultor e mentor de cadeia de suprimentos em saúde e coordenador do Grupo Técnico (GT) de Supply Chain do SindHosp, fez uma palestra sobre o tema. Ele disse que o mercado de saúde é um dos que menos tem utilizado novas tecnologia, o que significa que há muito a ser feito, sobretudo na área de suprimentos. “As lideranças têm de saber qual é o papel de suprimentos e entender a importância de saber gerir mantimentos médicos, não só pela utilização na assistência, mas pela receita, pela sustentabilidade financeira da operação”, destacou Oyama.

 O palestrante lembrou o que aconteceu durante a pandemia de covid-19, quando só se falava em suprimentos, porque a cadeia sofreu com desabastecimento. “Os líderes têm de aproveitar os momentos em que não há uma crise e olhar para a cadeia de suprimentos de maneira a aumentar a eficiência da operação e reduzir desperdícios”, chamou a atenção Oyama, que destacou quatro aplicações de IoT na cadeia de suprimentos da saúde para aumentar eficiência e reduzir custos: automação, eficiência no controle de inventário, eficiência no abastecimento e gestão de “custos invisíveis”.  

Carlos Oyama explicou que as cadeias logísticas na área da saúde não são padronizadas nem integradas, oferecendo “ilhas de automação”, o que significa reetiquetar e reidentificar produtos com códigos de cadastramento indevidos: “Falta integração, rastreabilidade, não se usa blockchain”.  Segundo ele, o segredo está em quanto um hospital economiza ao investir em tecnologias como armários inteligentes, automação de inventário das diferentes farmácias ou identificação por radiofrequência (REFID). “A eficiência pressupõe que o hospital provisione o medicamento certo, na dose certa, com o registro certo, no horário certo, para o paciente certo e assim por diante… Além disso, com uma cadeia integrada e automatizada, é possível monitorar o que foi e o que não foi utilizado, evitando desperdícios”, apontou o palestrante. “Existe uma prática muito comum nas farmácias de se criar um ‘mocó’ onde se deixa um monte de coisas que não são inventariadas. Nesses ‘mocós’ estão muitos dos ‘gastos invisíveis’ dos hospitais, porque não há controle”.  

Visão macro

Na segunda parte do painel, ao lado de Carlos Oyama, juntaram à mesa de debates Paula Lauar, gerente operacional do Hospital Vila Nova Star da Rede D’Or, e Mayuli Fonseca, CEO da UHT Log. Lucas de Almeida, da Nexxto, moderou a discussão, fazendo as perguntas e mediando questões que vinham do público presente no SindHosp e de espectadores que acompanhavam o evento pela internet.

Mayuli Fonseca disse que acredita que a automação garante mais qualidade na cadeia de abastecimento de hospitais. “Sim, é caro, mas os custos invisíveis pagam os investimentos em automação. Além disso, os preços dessa tecnologia caíram em relação ao que se cobrava há 20 anos. Um dispensário, por exemplo, já não está tão caro”, sustentou a executiva. “Trata-se de uma questão cultural em uma área ainda muito conservadora, que é a saúde. Os gestores precisam lembrar que o almoxarifado e a farmácia armazenam itens que representam o segundo maior custo de um hospital, ou seja, medicamentos e materiais. Ao melhorar a cadeia de abastecimento, há benefícios e ganhos nas áreas tanto assistencial como operacional, que acabam pagando pelas despesas com automação. Automação não é custo, é investimento”.

Paula Lauar revelou que o hospital Vila Star vem investindo na automação de processos, incluindo farmácia, nutrição e almoxarifado, mas chamou a atenção para um detalhe. “Não é só implementar soluções. É preciso ter ferramentas para acompanhar a implementação dessas soluções. Tem de ter um responsável, com conhecimento, olhando o processo macro”, salientou Lauar.  “É importante levar as metodologias para as lideranças médias, fazer entrevistas dentro da operação, envolver as pessoas e organizar o processo. Esses gestores precisam buscar as causas raízes dos problemas, criando condições para que auxiliares tragam a realidade, tirando dos supervisores”.

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