Para capacitar profissionais de saúde e a população em geral sobre a suspeita, notificação, investigação, diagnóstico do vírus Zika, o Ministério da Saúde e a Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) lançam o curso “Zika: abordagem clínica na Atenção Básica”. A capacitação é destinada a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, profissionais de nível superior da Atenção Básica, que terão acesso a informações sobre o vírus Zika relacionadas à conduta nos casos e situações tratadas nos protocolos aprovados pelo Ministério da Saúde.
Com 45 horas-aula de duração, o curso tem um capítulo integralmente dedicado aos cuidados voltados às gestantes com infecção pelo vírus e aos recém-nascidos com microcefalia. As inscrições no curso devem ser realizadas pelo site da UNA-SUS e seguem até o dia 15 de fevereiro de 2017. Elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz Mato Grosso do Sul), em parceria com as universidades federais de Mato Grosso do Sul (UFMS) e de Pernambuco (UFPE), a secretaria municipal de saúde de Campo Grande e a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), o curso recebeu, nas primeiras 72 horas de inscrições, mais de oito mil matrículas.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Hêider Pinto, enfatiza a importância de se capacitar recursos humanos para enfrentar esse novo desafio de saúde pública. “Os profissionais de saúde estão na linha de frente na batalha contra a microcefalia e o Aedes. É essencial que eles estejam atualizados e preparados, tanto para orientar as pessoas de um modo geral, quando para cuidar daquelas com Zika ou qualquer uma de suas complicações”, explica.
O curso autoinstrucional de Zika é composto por quatro unidades educacionais. Os módulos são: aspectos epidemiológicos, promoção à saúde e prevenção de infecção por vírus Zika; quadro clínico e abordagem a pessoas infectadas com vírus Zika; os cuidados com as gestantes com suspeita ou confirmação de infecção por vírus Zika e do recém-nascido com microcefalia; e vigilância da infecção por vírus Zika e suas complicações. A ação trabalha pedagogicamente com atividades interativas, casos clínicos, vídeos com especialistas e entrevistas.
Entre os objetivos do treinamento está a orientação dos profissionais de saúde quanto ao modo de transmissão, período de incubação, vetor e características do vírus Zika; orientação quanto aos meios de proteção individual e coletiva; sensibilizar e instrumentalizar o profissional para identificação de quadro clínico sugestivo de infecção por vírus Zika (dengue e chikungunya) e realização do cuidado adequado de pacientes com quadro suspeito; apresentar critérios para indicação e interpretação de exames laboratoriais e por imagens referentes à doença etc.
AEDES AEGYPTI – Além desse curso, o Ministério da Saúde oferta outras quatro opções de capacitação voltadas para o combate ao mosquito, bem como para a atenção às doenças transmitidas pelo vetor. Está disponível, desde janeiro, um curso de atualização no combate vetorial ao Aedes aegypti, voltado para agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, profissionais de educação, assistência social e defesa civil, militares e multiplicadores em resposta a emergências em saúde pública. Além desses profissionais, também podem participar as pessoas que estiverem interessadas em ampliar os conhecimentos sobre as doenças e sobre como eliminar o mosquito.
Com linguagem simples e de fácil entendimento, e de acesso livre a qualquer pessoa, o módulo é realizado pela internet, tem 16 horas de duração e conta com certificação ao final. Para acessar o conteúdo, é preciso fazer um cadastro na página da AVA-SUS ou do Telessaúde do Rio Grande do Sul e começar as aulas virtuais. A expectativa é de que agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias de todo o país atualizem-se pela plataforma. O curso já conta com 7,5 mil inscritos.
Outras duas ações importantes são os cursos para diagnóstico e manejo de dengue e de chikungunya, ofertados de forma permanente pela UNA-SUS a profissionais de saúde de nível superior. O enfoque do curso de dengue, composto por oito estudos de caso, é a identificação do risco de casos suspeitos e a adoção das condutas corretas diante das diferentes situações clínicas, visando à redução de complicações. Desde 2012, foram recebidas mais de 21 mil matrículas para o curso de dengue, sendo a maioria delas realizadas por enfermeiros (48%) e médicos (32%). A maior parte dos profissionais matriculados (52%) atua em centros de saúde e unidades básicas de saúde, que são as portas de entrada do SUS.
Já o curso de chikungunya foi lançado em dezembro de 2015 – a primeira oferta recebeu 9.494 matrículas, sendo 36% de enfermeiros, 30% de médicos e 16% de técnicos e auxiliares de enfermagem. A maioria dos matriculados (52%) atua em centro de saúde ou unidade básica. O curso é composto por duas unidades: a primeira traz informações sobre epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico, ações de vigilância e organização dos serviços de saúde, além de apresentar a importância da educação permanente em saúde. Já a segunda unidade aborda casos clínicos, nos quais o profissional é estimulado a refletir sobre a melhor conduta para realizar o manejo de pacientes com suspeita da doença.
0800 – Os agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias e militares também têm um novo canal de informações para o combate ao Aedes aegypti: o telefone 0800 645 3308. O serviço, disponível desde o início de fevereiro, oferece suporte para esclarecimento de dúvidas sobre identificação de focos do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika, além da mobilização da população para o enfrentamento ao vetor. A ação promove a formação permanente dos profissionais envolvidos no combate ao mosquito.
O esclarecimento pelo 0800 ocorre de segunda a sexta-feira, das
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