O Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano de São Paulo, através de seu Centro de Atenção à Hidrocefalia de Pressão Normal, passa a oferecer um novo serviço, o Tap-Test. Trata-se de um teste feito em pacientes com diagnóstico de hidrocefalia de pressão normal para prever se haverá melhora dos sintomas neurológicos, caso o implante da derivação ventriculoperitoneal (válvula) seja realizado.
Segundo o neurocirurgião do Núcleo de Neurologia e coordenador do Centro de Atenção à Hidrocefalia de Pressão Normal, Fernando Gomes Pinto, o Tap-Test justifica o procedimento cirúrgico e prediz o que esperar da operação. “Quando o resultado é positivo, ou seja, quando há melhora na capacidade de andar ou nas funções mentais previamente avaliadas, existe 76% de chance do paciente se beneficiar do tratamento cirúrgico, por isso a importância de sua realização”, explica.
O exame pode ser feito sem a necessidade de internação, por uma equipe multidisciplinar com neurocirurgião, neuropsicóloga e fisioterapeuta. Consiste na realização de punção lombar (coluna), com a retirada de aproximadamente 40 ml de líquor. Antes da coleta, são feitas duas avaliações: uma de movimento (capacidade de andar) e outra das funções cognitivas (memória e atenção). As mesmas avaliações são repetidas após a coleta.
Quando o Tap-Test é inconclusivo ou negativo, a orientação é repetir o teste após um mês. Se pela segunda vez for negativo, mas a suspeita clínico-radiológica permanece sustentada, é indicado outro exame, também disponível no Núcleo de Neurologia do Hospital Samaritano: a Derivação Lombar Externa com Pressão Monitorada por 72 horas. “Porém, este exame implica em internação e implante de um dreno lombar que é acoplado numa máquina que monitora a pressão intrarraquideana e drena 10ml/h de líquor por 72horas. Diariamente o paciente é avaliado pela fisioterapia e pelo neurocirurgião. Se houver melhora, a válvula está indicada e pode-se dizer que há mais de 90% de chance de melhorar no pós-operatório”, ressalta.
Hidrocefalia de Pressão Normal
A Hidrocefalia de Pressão Normal é um tipo de demência que acomete homens e mulheres na terceira idade. Estudos epidemiológicos revelam que o Brasil registrará cerca de 11 mil novos casos por ano, devido ao crescimento da população idosa no país.
Caracterizada pelo acúmulo de volume do líquor – líquido cefalorraqueano (LCR) nas cavidades cerebrais chamadas de ventrículos, que pressiona o cérebro causando alterações neurológicas, a hidrocefalia é resultante de anomalias genéticas herdadas ou desordens desenvolvidas, podendo acometer também jovens vítimas de traumatismo cranioencefálico.
A Hidrocefalia de Pressão Normal pode ser confundida ou até mesmo associada com Alzheimer e Parkinson, devido à similaridade dos principais sintomas, que são incontinência urinária, dificuldade de locomoção e problemas relacionados à memória.
O diagnóstico da Hidrocefalia de Pressão Normal é realizado por meio de avaliação clínica e exames de imagem, como ressonância magnética e tomografia computadorizada. Quanto mais cedo for diagnosticado, melhores os resultados do tratamento.