Pasteur tenta criar teste rápido para zika

Pesquisadores do Senegal ajudam brasileiros

Compartilhar artigo

Pesquisadores do Instituto Pasteur de Dakar, no Senegal, estão na Universidade de São Paulo (USP) para ajudar cientistas brasileiros no combate ao zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti. O grupo trabalha para criar um teste rápido e eficaz para diagnosticar a doença, por sorologia. Os senegaleses são liderados por Amadou Alpha Sall, renomado especialista em epidemia e controles virais que participou ativamente no combate ao ebola no Oeste da África em 2014. Na ocasião, eles conseguiram desenvolver um exame rápido de detecção, que permitiu o diagnóstico em locais afetados pela epidemia e um consequente controle da doença.
 
— O que aprendemos com o ebola foram técnicas para diagnosticá-lo rapidamente: em 15 minutos, você tem o resultado. A ideia é transferir os conhecimentos que temos com o ebola para ajudar no combate ao zika vírus — explicou Alpha Sall.
 
De acordo com Paolo Zanotto, coordenador da chamada Rede Zika e pesquisador do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, o grupo quer criar uma forma de detecção colhendo amostras de urina e saliva. A equipe brasileira já conseguiu desenvolver um teste molecular para o diagnóstico, mas a iniciativa se mostrou cara e pouco eficaz.
 
— A sorologia deixa um “traço” na pessoa. Assim, eu consigo saber se ela foi infectada há algum tempo, enquanto que o diagnóstico molecular só mostra o vírus agora. Quando os sintomas se manifestam, dois ou três dias depois, já não há mais sinais do vírus no sangue. Então, o diagnóstico molecular se torna complicado — explicou Zanotto.
 
Os senegaleses também devem contribuir com técnicas para confirmar se casos de microcefalia foram realmente provocados por infecção do zika vírus. A equipe tem a intenção de visitar o Nordeste, região que concentra o maior número de notificações da malformação.
 
— Temos evidências da relação entre zika vírus e microcefalia porque as duas doenças estão se manifestando no mesmo espaço de tempo, mas ainda não há uma certeza absoluta. Por enquanto, essa relação é circunstancial. Por isso, a importância do diagnóstico — disse Alpha Sall.
 
O grupo do Instituto Pasteur que foi a São Paulo já integra a Rede Zika, força-tarefa criada há cerca de um mês por cientistas da USP para investigar o vírus e o aumento no número de casos de microcefalia e da síndrome de Guillain-Barré no país. A rede vem trabalhando com recursos técnicos e financeiros da Fundação de Apoio à Pesquisa no Estado de São Paulo (Fapesp).

Artigos Relacionados...

Curta nossa página

Siga nas mídias sociais

Mais recentes

Receba conteúdo exclusivo

Assine nossa newsletter

Prometemos nunca enviar spam.

error: Conteúdo protegido
Scroll to Top