Saúde conectada: presente e futuro com Chao Lung Wen

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“Não sou defensor nem da telemedicina, nem da telessaúde.”

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Para o episódio 3 do Papo da Saúde, o videocast do setor privado da saúde paulista, o SindHosp recebeu Chao Lung Wen, presidente da Associação Brasileira de Telemedicina e Telessaúde; chefe da disciplina de Telemedicina da FMUSP e sócio fundador do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde (CBTms). Ele conversou com o presidente do Sindicato, Francisco Balestrin, sobre o tema Saúde conectada: presente e futuro, e compartilhou parte da sua trajetória, bem como a sucessão de ações que o fizeram se tornar uma referência no Brasil.

No diálogo descontraído, Chao recapitulou: “temos lei, resolução, necessidades e experiências passadas, agora precisamos fazer algo estruturante para unir todos os níveis assistenciais de saúde. Vejo na telessaúde a possibilidade de não trabalharmos apenas nas expressões atenção primária, secundária e terciária e, sim, na telessaúde integrada. Entendendo tudo isso como parte de um fluxo feito para que o paciente se sinta acolhido em quaisquer dos níveis.”

Telessáude e telemedicina têm o mesmo significado?

Em um dos pontos altos da conversa, o professor esclareceu que telemedicina e telessaúde têm significados distintos e merecem observância. Sendo a telemedicina um termo internacional que surgiu na década de 60 e corresponde a um exercício ou um ato médico, o qual pode ser usado pelo “médico que faz um ato não presencial e que é fiscalizado pelo Conselho Federal de Medicina”. Tão logo, telemedicina é uma jurisdição do CFM e que pode ser utilizada para se referir, apenas, a serviços realizados por médicos.

Já o termo Telessaúde surgiu aqui no Brasil em 2006, e se trata de “uma expressão mais genérica que abarca todas as profissões de saúde, as quais usam a tecnologia para cuidar das pessoas”. Essa diferenciação é importante para que não haja problemas éticos e jurídicos. “Quando um enfermeiro atende de modo virtual, por exemplo, estamos falando de telessaúde/telenfermagem, e não de telemedicina”. 

Resistência à telemedicina

Na sequência, Balestrin questiona a aparente resistência no meio médico à telemedicina: “Chao, como você vê isso? Acredita que houve uma evolução e maior adesão?”

“Acredito que existe um desconforto do médico com o que é desconhecido. É importante encorporar a telemedicina como matéria obrigatória curricular, combatendo mitos do tipo ‘telemedicina não permite exame físico’, ‘desumaniza’. Hoje, estamos formando quase 40 mil médicos por ano no Brasil e, em 20 anos, só conheço 13 faculdades que oferecem a matéria de telemedicina. Temos milhares de médicos interpretando sozinhos o que é telemedicina”.

O especialista entende, entretanto, que está, sim, acontecendo uma quebra de fronteiras e de visões mais limitadas. Para exemplificar, há a Lei 14.510, de 27 de dezembro de 2022, que autorizou e disciplinou a prática da telessaúde em todo o território nacional. “Mas para que esse processo continue e tenha êxito, a educação se apresenta como uma palavra-chave, na graduação, na residência médica, para udo multiprofissional e para o usuário,” explicou. 

“Não sou defensor nem da telemedicina, nem da telessaúde”

“Sou defensor da medicina conectada! Quando a telessaúde for integrada à saúde e a telemedicina à medicina, vão deixar de ser expressões e farão, de fato, parte do sistema. Espero que isso aconteça até 2026.”

Chao conta que a ideia é alcançar uma reorganização do sistema de saúde à semelhança do Poupa Tempo. “Uma organização planejada de serviço que se utiliza dos meios digitais para acelerar o processo presencial”. 

Que legado o Dr. Chao vai deixar?

Ao fim de cada bate-papo, Balestrin convida a refletir sobre os legados que o participante da vez pretende deixar, através de sua história de vida e profissional. Essa foi a resposta de Chao Lung Wen:

“Sempre é possível transformar e tudo pode ser aprimorado, com ponderação estruturante e não apenas empolgação. É importante inspirar, ter empatia, sabendo que a tecnologia não pode suplantar a nossa empatia nos cuidados, pois estamos cuidando de pessoas.”

Assista ao Papo da Saúde completo no canal do SindHosp no YouTube, @sindhospoficial, e siga o Sindicato nos demais canais de comunicação. Em breve, divulgaremos o próximo convidado!

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