31 de março de 2014

Robô vai guiar cirurgias de câncer no SUS de SP

Um robô, inédito em hospitais públicos paulistas, vai guiar cirurgias de pacientes do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista. A novidade faz parte do protocolo de pesquisa do ICESP. O equipamento irá beneficiar 1.070 pacientes da instituição nos próximos três anos com procedimentos minimamente invasivos.
 
A ideia é que, futuramente, os benefícios (custo-efetividade e a segurança) da cirurgia robótica no tratamento do câncer seja uma realidade permanente para o SUS paulista.
 
Sentado à frente de um console, os cirurgiões do Icesp irão acionar os comandos do robô e terão visão tridimensional, com profundidade, o que deverá permitir maior precisão das intervenções em relação às cirurgias convencionais e àquelas guiadas por videolaparoscopia.          
 
As cirurgias com o robô, importado dos EUA, irão acontecer em cinco diferentes especialidades oncológicas: urologia, ginecologia, cabeça e pescoço, aparelho digestivo e cirurgias do tórax.
 
Espera-se que o novo equipamento, além de permitir cirurgias mais precisas e menos invasivas, propicie um tempo de recuperação mais rápido e menos dor aos pacientes, assim como menor tempo de internação no hospital e, consequentemente, maior rotatividade dos leitos.
 
Três cirurgias já foram realizadas pelo Icesp com o novo robô, para retirada de tumores malignos da próstata, uma no dia 7, uma no dia 13 e outra no dia 18 de fevereiro.
 
"A oportunidade de termos uma cirurgia robótica no SUS, mesmo que como pesquisa, inicialmente, demonstra um grande avanço na saúde, além de termos a chance de tratar os pacientes com câncer com uma efetividade ainda maior", avalia Paulo Hoff, diretor Geral do ICESP.
 
"Trata-se de um projeto muito importante para comprovar a eficácia de equipamentos guiados por robôs nas cirurgias de câncer. Este é um projeto de pesquisa fundamental para a rede pública de saúde, e nos orgulha que o Icesp tenha sido escolhido", afirma David Uip, secretário de Estado da Saúde de São Paulo.
 
A Secretaria de Estado da Saúde investiu R$ 2 milhões no custeio das cirurgias realizadas pelo robô, que foi adquirido pelo Ministério da Saúde.
 
Veja o vídeo do Portal Olhar Digital, com o robô em ação, clicando aqui.

Governo distribuirá sachês de vitaminas a crianças em creches

Um programa dos ministérios da Saúde e da Educação prevê a distribuição de sachês com vitaminas e minerais para crianças entre seis meses e quatro anos de idade matriculadas em creches do país. O produto em pó será adicionado diariamente à comida dos alunos.
 
O objetivo do programa, batizado de NutriSUS, é suprir a carência de micronutrientes – como ferro e vitamina A. Embora possa ajudar a combater problemas associados a uma alimentação de baixa qualidade, como a anemia, esse tipo de suplementação não é unanimidade entre os especialistas.
 
Segundo o Ministério da Saúde, não é possível saber quantas crianças receberão o suplemento porque a lista de creches participantes não está fechada. Aderir ou não ao programa, que começará em agosto, é uma decisão de cada Estado, e o prazo de inscrições ainda não acabou. Por isso, de acordo com a pasta, ainda não é possível informar o custo total da iniciativa ou detalhes do fornecimento dos suplementos.
 
A pediatra Roseli Sarni, presidente do departamento científico de nutrologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), participou das discussões com o governo e elogia a iniciativa por "encarar de frente a questão da carência nutricional na infância". Segundo ela, a estratégia antiga de suplementação de ferro com sulfato ferroso para prevenir a anemia não mostrou resultados a contento, por motivos como a baixa adesão dos pais. "Com os sachês, pode-se suprir a carência de ferro e outros nutrientes nessa faixa de maior risco [lactentes e pré-escolares]."
 
Segundo Sarni, um estudo piloto da USP mostrou que as doses são seguras. Nessa pesquisa, foram usados sachês doados pela Unicef e já implementados em outros países, em sua maioria pobres. "É possível argumentar que o Brasil não está na mesma situação da Índia ou de países da África, apesar de alguns índices serem compatíveis, mas seria leviano não experimentar outras estratégias", afirma Sarni.
 
Hugo Ribeiro Jr., do departamento de Nutrologia Infantil da Universidade Federal da Bahia, também é a favor da iniciativa, mas diz que um dos grandes obstáculos do programa é a adesão. "É trabalhoso colocar o pozinho todos os dias. Além disso, há uma possibilidade de alterar o sabor, o que poderia levar a criança a recusar o alimento", completa.
 
Já o pediatra nutrólogo Luiz Anderson Lopes, coordenador do ambulatório de distúrbios de crescimento de causa nutricional da Unifesp, faz críticas ao programa. "A profilaxia só se justifica se você demonstra carência. Não tem por que tratar o que você não diagnosticou."
 
Ele afirma ainda que não há indicadores seguros dessas deficiências no país. "O que há são erros na alimentação, e isso é que precisa ser corrigido. Uma alimentação inadequada com o suplemento continuará sendo uma alimentação inadequada. A pessoa pode pensar que a fortificação resolverá tudo."
 
Lopes diz que a SBP já orienta a suplementação das vitaminas A e D em crianças menores de dois anos porque estudos mostraram essa necessidade. O suplemento nas escolas, segundo ele, pode sobrecarregar o organismo.
 
Sarni diz que as doses preventivas têm baixo risco de toxicidade. "Essa suplementação virá para substituir o complemento das vitaminas A e D, e os pais serão orientados. Mas mesmo que os dois sejam usados juntos, a dose total não será tóxica."
 
Ela diz ainda que, de fato, não há estudos que mostrem a deficiência de nutrientes no país, mas análises de pesquisas com base na dieta permitem inferir que as carências são importantes. "Não dá para acabar com o problema com uma estratégia só. A fortificação é um passo a mais, mas não exclui a necessidade da alimentação adequada."

Terceira idade impulsiona venda de planos em 2013

Levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (Iess) mostra a expansão de planos individuais e empresariais no país, impulsionada, sobretudo, pela terceira idade. A faixa etária com maior crescimento de beneficiários, em 2013, foi a de 59 anos ou mais. O total de beneficiários nessa faixa cresceu 5,1% na comparação anual. Em contrapartida, o número de jovens até 18 anos, com plano de saúde, cresceu 3,4% em relação a 2012.
 
As informações fazem parte do boletim “Saúde Suplementar em Números”, produzido com base no banco de dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O informativo está disponível no site do instituto.
 
De acordo com o estudo, os beneficiários idosos chegaram a 6,1 milhões em 2013, equivalendo a 12,1% do total de vínculos do país. O avanço dessa faixa etária também foi expressivo no segmento de planos exclusivamente odontológicos, totalizando 1 milhão de vínculos e uma alta de 10,4% em relação ao acumulado de 2012.

Oswaldo Cruz e MS lançam livro para racionalizar uso de medicamentos

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o Ministério da Saúde anunciaram recentemente o lançamento do segundo volume do “Livro de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas – SAS e SCTIE/MS”. Desenvolvido especialistas no uso racional e seguro de medicamentos, o projeto de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas visa qualificar a assistência e a orientação da organização dos fluxos, otimizando o uso de recursos para cada quadro epidemiológico e racionalizando o uso de medicamentos de alto custo.

O livro orienta sobre a melhor forma de tratar 25 doenças, como asma, mal de Alzheimer, epilepsia, esquizofrenia, entre outras. Tratam-se de situações clínicas prioritárias para a saúde pública que, por sua prevalência, complexidade ou alto impacto financeiro, impõem ao Ministério da Saúde a necessidade de protocolar e estabelecer diretrizes técnico-científicas e gerenciais.

Desde 2008, o Hospital Alemão Oswaldo Cruz atua em parceria com o Ministério no Programa de Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Além do livro, outros 12 projetos de Gestão, Capacitação, Tecnologia e Assistência são realizados para benefício do SUS.

error: Conteúdo protegido
Scroll to Top