Sindhosp

18 de junho de 2014

USP descobre nova substância contra doença de Chagas

Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) estão desenvolvendo nova molécula para tratamento da doença de Chagas. Segundo a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, vinculada à USP, Ivone Carvalho, a substância é menos tóxica e mais eficiente no tratamento do que os medicamentos usados atualmente.
 
— Nesses estudos, ela mostrou uma resposta interessante. Não foi tóxica para a célula. Teve maior atividade para matar o parasita do que o próprio fármaco.
 
Os estudos tiveram como base a estrutura do benznidazol, remédio utilizado no Brasil para combater o Trypanossoma cruzi, parasita transmitido pelo inseto conhecido como barbeiro e causador da doença. Ivone explica que a ideia é aperfeiçoar o tratamento.
 
— Nós temos problemas com o tratamento atual, que é antigo. O medicamento disponível tem problemas de toxicidade, de ineficácia na fase crônica. E também desenvolvimento de resistência ao tratamento.
 
Na fase inicial, a doença tem sintomas como febre e mal-estar, podendo ser confundidas com outras enfermidades. Caso não seja tratado adequadamente, o paciente pode desenvolver a forma crônica da doença, quando o Trypanossoma se hospeda nos tecidos e pode causar o crescimento de órgãos como o coração e o esôfago.
 
O medicamento usado atualmente tem efeitos limitados para eliminar o parasita nessa segunda fase do mal de Chagas. Segundo o Ministério da Saúde,  existem entre 2 milhões e 3 milhões de pessoas infectadas no Brasil, a maior parte na fase crônica.
 
A descoberta da molécula já foi patenteada pela Agência USP de Inovação. Além de ser mais eficiente, a nova substância deverá ter menos efeitos colaterais do que a usada hoje, que pode causar enjoos e dores estomacais.
 
— Nós temos aí uma entidade química promissora.
 
O próximo passo serão os testes com camundongos, a serem feitos na Faculdade de Medicina da USP.

USP descobre nova substância contra doença de Chagas Read More »

Notificação de casos de HIV positivo passa a ser obrigatória no Brasil

O governo tornou obrigatória a notificação dos casos de infecção pelo vírus HIV, antecipando o momento em que essas pessoas entram na contabilidade nacional.
 
A mudança foi anunciada em 2012 e publicada em portaria na semana passada.
 
Até então, os serviços de saúde tinham que fazer a notificação dos casos de Aids, ou seja, após a manifestação da doença com o comprometimento do sistema imune, o que pode ocorrer anos depois da infecção.
 
Também já era obrigatório informar casos identificados de HIV em gestantes e em recém-nascidos.
 
Por conta própria, alguns Estados já contavam os casos de HIV, e o governo também dispunha de informações sobre o número de pessoas que estavam vinculadas a serviços públicos de saúde para acompanhar a infecção, mesmo antes de desenvolverem Aids. Não havia, porém, o registro nacional.
 
Segundo Jarbas Barbosa, secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, o objetivo é alinhar os registros à nova política do país para a doença: oferecer o tratamento com antirretrovirais desde o diagnóstico do HIV, independentemente da contagem de células de defesa CD4 e do estágio da doença.
 
Barbosa estima que, com o registro e as ações para ampliar o diagnóstico precoce do HIV, o número de novas notificações pode ser de 100 mil em um ano, incluindo aí os 39 mil novos casos de Aids esperados, seguindo a tendência dos anos anteriores.
 
A nova notificação vai manter informações sobre o desenvolvimento da Aids.
 
Alexandre Grangeiro, pesquisador da Faculdade de Medicina da USP, avalia como positiva a decisão. Segundo ele, há poucos dados sobre a infecção entre heterossexuais e eventual uso de drogas, relações desprotegidas com profissionais do sexo ou situação de encarceramento.
 
O novo modelo também funciona para dar a dimensão atual da epidemia, diz José Hélio Costalunga, que integra a Cnaids (Comissão Nacional de DST, Aids e Hepatites Virais) pela Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids + Brasil.

Notificação de casos de HIV positivo passa a ser obrigatória no Brasil Read More »

error: Conteúdo protegido
Scroll to Top