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1 de julho de 2014

HIV: estudo abre caminho para terapia contra gripe suína

O organismo de pessoas portadoras do HIV, apesar da baixa imunidade, pode combater o vírus da gripe suína, que promoveu a pandemia de 2009. Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram o mecanismo pelo qual isso acontece – uma proteína, produzida pela imunidade durante a infecção pelo HIV, acaba impedindo o vírus Influenza H1N1 de se replicar nas células. O estudo, publicado pela revista científica PLOS ONE, abre caminho para uma terapia contra a gripe suína, também conhecida como gripe A, e estudos de co-infecções por outros vírus, como o da dengue e o da febre do Nilo. O estudo começou em 2009, durante a pandemia de H1N1, e foi desenvolvido no Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, que é referência nacional no estudo destas viroses. Os pesquisadores observaram que pacientes imunodeprimidos com câncer ou transplantados foram afetados de forma mais grave pela gripe suína e a mortalidade, mais acentuada. Já entre os pacientes soropositivos, a gripe foi mais branda.
 
"O desfecho clínico dos indivíduos HIV positivo eram similares aos observados para a população geral. Eles não estavam morrendo mais do que a população geral. Isso causou uma surpresa", afirmou o autor principal do estudo, Thiago Moreno L. Souza, pesquisador do IOC. A teoria dos pesquisadores é de que havia uma "estratégia inteligente" do HIV: bloquear a infecção do organismo por outro vírus, "a fim de que toda a maquinaria do paciente estivesse disponível para o vírus original, o primeiro que estava lá". O que acontece é que na infecção por HIV há uma luta constante do organismo contra o vírus, e também há reação constante do vírus à resposta do organismo. Nesse embate, proteínas chamadas de fatores de restrição têm a sua expressão aumentada nas células infectadas pelo HIV e nas células que tiveram contato com partículas do HIV. Os pesquisadores descobriram que o vírus da AIDS faz aumentar um desses fatores, o IFITM3. Essa molécula bloqueia a chegada do material genético do H1N1 no núcleo da célula, onde ocorre a replicação viral.
 
Os pesquisadores demonstraram que esse fenômeno ocorre em dois grupos importantes de células: as células epiteliais do trato respiratório e os macrófagos, células do sistema imune que atuam no combate à infecção. As epiteliais são as principais células em que o H1N1 se replica. "O HIV não infecta essas células. Mas partículas de HIV podem entrar em contato com a superfície dessas células. Isso basta para induzir essa resposta de aumento de IFITM3, que bloqueia a entrada de Influenza na célula", explica Souza.
 
Além disso, quando o vírus da gripe infecta o trato respiratório, ele estimula naturalmente o organismo a debelar essa infecção. "Mais células de defesa são recrutadas para o trato respiratório. Entre elas, os macrófagos, que são células suscetíveis tanto ao HIV quanto ao Influenza. E mesmo nessas células, a infecção pelo HIV leva a esse aumento do fator de restrição IFITM3, que bloqueia a entrada do Influenza, e a chegada do material genético do Influenza ao núcleo da célula", afirma. Uma das causas que aumenta a gravidade da infecção pelo H1N1 é a capacidade do vírus de produzir processos inflamatórios potentes. O HIV também bloqueia esse tipo de reação exacerbada. "Em inglês se usa uma expressão que é cytokine storm, uma tempestade de citocinas, para dizer que o Influenza está induzindo uma potente resposta inflamatória que normalmente é danosa pro paciente. Nos macrófagos infectados pelo HIV e pelo influenza, a habilidade do vírus da gripe de induzir citocinas inflamatórias está reduzida, justamente porque o ciclo replicativo dele está restringido", explica Souza.
 
O desafio dos pesquisadores, agora, é encontrar uma maneira de aumentar a produção da proteína IFITM3, sem que o organismo esteja infectado pelo HIV. "Obviamente que as pessoas não seriam tratadas com o vírus do HIV, mas se a gente consegue entender qual a porçãozinha dessa proteína, os dois, três, ou dez aminoácidos que conseguem induzir essa resposta, talvez com isso conseguisse de fato desenvolver uma nova terapia. A gente tem trabalhos já sendo desenvolvidos nesse sentido no laboratório", afirmou o pesquisador. A pesquisa pode ajudar ainda a se chegar a terapias para outras doenças. Souza explica ainda que a proteína IFITM3 foi descoberta há menos de três anos como fator de restrição para outros vírus, como dengue e febre do Nilo.

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Samaritano oferece exame menos invasivo para câncer

O Hospital Samaritano de São Paulo passa a oferecer um procedimento menos invasivo para tumores no pulmão e no mediastino, a Ecobroncoscopia (EBUS). Trata-se de um exame endoscópico, que une os métodos de endoscopia e de ultrassonografia, realizado através da traqueia e dos brônquios.
 
O especialista do Serviço de Endoscopia do Hospital Samaritano de São Paulo, Lúcio Rossini, explica que o procedimento possibilita o diagnóstico de pequenas lesões localizadas no mediastino de forma mais precisa que a tomografia, melhorando a definição do estágio da doença e ajudando na escolha do melhor tipo de tratamento para o paciente. 
 
Rossini lembra que o tratamento dos tumores depende do estágio da doença no momento do diagnóstico e do tipo de doença do paciente – histologia da lesão determinada através de biópsias ou de retirada do tumor. O estágio dos tumores do pulmão e do mediastino é inicialmente definido através de exames de imagem como o RX, broncoscopia e tomografia. “O EBUS permite um diagnóstico mais preciso e minimamente invasivo destas lesões, chegando, muitas vezes a evitar cirurgias desnecessárias”, afirma.
 
O EBUS tem grande utilidade quando exames de imagem, como a tomografia, surpreendem tumores localizados no mediastino que não têm diagnóstico do tipo de lesão. “Nestas situações, eram indicados procedimentos cirúrgicos mais invasivos. O novo exame permite evitar a maioria destes procedimentos com taxas de diagnóstico equivalentes, diminuindo riscos, custos e sofrimento do paciente”, destaca Rossini.
 

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CBA inicia campanha Segurança do Paciente

O que pode trazer mais segurança ao paciente na hora de uma consulta ou tratamento? Responder esta pergunta é o objetivo da nova campanha de Segurança do Paciente desenvolvida pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), representante exclusivo no Brasil da maior agência acreditadora em saúde do mundo, a Joint Commission International (JCI).

Segundo estudo apresentado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no ano passado, de cada dez pacientes, pelo menos um acaba passando por incidentes que resultam de dano não intencional, decorrente da assistência. Cerca de 67% dos casos poderiam ser evitados com a adoção ou reforço de medidas de segurança do paciente estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Joint Commission International (JCI).

Para o coordenador de educação do CBA, Heleno Costa Júnior "a segurança do paciente é uma responsabilidade individual de cada profissional que presta cuidados de saúde". Por isso, para orientar estes profissionais a assistirem melhor seus pacientes, a campanha do CBA destaca, entre outras atitudes, a atenção ao paciente, o cuidado com a higiene das mãos, o esclarecimento e a concordância ao iniciar procedimentos e tratamentos.

Além disso, também dá dicas do que o paciente pode fazer para ter uma assistência mais segura. Entre elas: perguntar tudo sobre seu tratamento, compartilhar todos os seus sintomas com o profissional e alertar sobre possíveis alergias.

A campanha foi criada em tamanho flyer, para que os hospitais acreditados ou em preparação para acreditação da JCI possam imprimir a peça e distribuí-la entre colaboradores, pacientes e familiares. Para baixar a arte, basta acessar o site www.cbacred.org.br.

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