8 de julho de 2014

Grupo cria armadilha para capturar mosquito da dengue

Após três anos de trabalho, pesquisadores brasileiros e americanos conseguiram, com a ajuda da inteligência artificial, desenvolver uma armadilha tecnológica para capturar mosquitos. Ela atrai os insetos para um compartimento, identifica quais devem ser pegos e os tranca em outro local, onde eles acabam grudados em um papel colante. "Existe um sensor que decide se prende ou solta o inseto. Se ele ficar preso, o ar o empurra para uma segunda câmara onde é retido pelo papel adesivo", conta o pesquisador Gustavo Batista, do campus de São Carlos da Universidade de São Paulo. Segundo ele, a tecnologia inovadora vai contribuir para combater dengue, malária e pragas agrícolas.
 
O custo é baixo (R$ 30) e a possibilidade de acerto na captura correta dos mosquitos varia de 98% a 99%. Atualmente, já há uma armadilha para capturar insetos prendendo em um papel adesivo. "O problema é que ela acaba capturando tudo, inclusive insetos que não precisariam ser capturados", diz Batista.
 
Para os pesquisadores, a nova tecnologia será eficaz, principalmente, no combate aos mosquitos de gênero Anopheles, vetores da malária, e ainda aos mosquitos do gênero Aedes, vetores da dengue e da febre amarela. "A vantagem do sensor é que ele permite identificar onde o inseto está em tempo real", completa o professor da USP.
 
O aparelho visa identificar quantos e quais mosquitos estão em determinada área por meio do reconhecimento automático das espécies. Isso possibilita combater os efeitos nocivos dos insetos também na agricultura. A armadilha funciona por meio de um dispositivo que emite uma luz a laser. Ao atravessá-la, as variações das asas do mosquito são captadas por fototransistores, que transmitem a informação a um circuito que qualifica o inseto.
 
Antes, o mosquito vai parar na armadilha atraído por dióxido de carbono, uma substância capaz de atrair as fêmeas. Depois, ele é puxado por um fluxo de ar em direção ao sensor e lá é identificado, podendo ser liberado ou terminar no outro compartimento grudado no papel.
 
Importância
 
Sem contar os mosquitos da dengue e da malária, o estudo coletou dados e criou sistemas de reconhecimento automático para diversas espécies, como a mosca-de-banheiro, mosca-da-fruta, mosca doméstica, abelha, joaninha, besouro e abelha. "O sensor pode classificar qualquer espécie de inseto, mas para isso é necessário que sejam coletados exemplos das espécies desejadas", contou outro pesquisador, Diego Furtado Silva.

Fiocruz fornece identificação online dos tipos de barbeiros

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está distribuindo gratuitamente, pelo meio online, cartões ilustrativos com todas as 66 espécies de barbeiros encontradas em território nacional até o momento, informa o portal da entidade. Desenvolvido originalmente em formato impresso pelo Laboratório Nacional e Internacional de Referência em Taxonomia de Triatomíneos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), em 2010, esses cartões são referência para os agentes de saúde de todo o País, já tendo sido distribuídos mais de 8 mil unidades.
 
O Trypanosoma cruzi, agente causador da doença de Chagas, geralmente é transmitido de um hospedeiro a outro por insetos – no caso humano, o principal vetor é um percevejo popularmente conhecido como barbeiro ou chupão. "A partir de agora, podemos levar informação de qualidade para mais pessoas. Além de auxiliar os profissionais da área da Saúde, esse material poderá ser amplamente utilizado por professores, estudantes e demais interessados no tema", disse José Jurberg, chefe do Laboratório e um dos responsáveis pela elaboração do catálogo eletrônico.
 
Jurberg ressaltou, ainda, a importância de ultrapassar as barreiras físicas e estender o conhecimento para a população. "Muitas vezes, as pessoas notam um inseto estranho circulando em suas residências, mas não sabem identificá-lo. Com esse material online, é possível, por exemplo, reconhecer se é ou não um barbeiro”. Os cartões eletrônicos trazem ilustrações dos vetores, sua medida real, nome científico, informações sobre o habitat natural da espécie e seu ciclo de vida.
error: Conteúdo protegido
Scroll to Top