17 de julho de 2014

Brasil teve alta de 11% nos casos de HIV entre 2005 e 2013

O número de novas pessoas infectadas pelo vírus da Aids cresceu 11% no Brasil entre 2005 e o ano passado, de acordo com dados divulgados pela Unaids, programa da Organização das Nações Unidas voltada para HIV/Aids. O aumento vai na contramão da tendência mundial, que foi de queda de 38% desde 2001. No mundo inteiro, foram 2,1 milhões de novos casos em 2013, contra 3,4 milhões de novos infectados em 2001.
 
Na média da América Latina, houve decréscimo de 3% de novos casos nesse período. Em alguns países, como México e Peru, o recuo de novas infecções foi de 39% e 26%, respectivamente. A quantidade de mortes relacionadas a Aids no País também subiu 7% de 2005 a 2013. Já nos vizinhos Peru, Bolívia e Colômbia, o total de óbitos caiu 50%, 47% e 33%, respectivamente.
 
Do total de pessoas com HIV no planeta, 2% moram no Brasil. Em 2013 o País concentrava quase metade (47%) da quantidade de infectados e dos novos casos na América Latina e um terço (33%) das mortes pela doença na região. A África do Sul é a nação com mais infectados do mundo, com 18%. 
 
No ano passado, de acordo com o relatório, 35 milhões de pessoas em todo o mundo conviviam com HIV/Aids. Do total, 19 milhões de pessoas não sabiam que têm o vírus. Desde o início da epidemia, no começo da década de 1980, já são 78 milhões de pessoas se infectaram com o vírus e 39 milhões morreram em consequência de doenças relacionadas à infecção. A expectativa, segundo o relatório da Unaids, é de controle da epidemia até 2030.
 

Comissão do Senado aprova liberação de inibidores de apetite

Foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado o projeto de decreto legislativo que suspende a resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proibiu o uso de inibidores de apetite.
 
O projeto, que foi aprovado pela Câmara dos Deputados em abril, deverá seguir para a votação no Plenário do Senado. Se for aprovado, o projeto deve seguir para o Congresso, onde será publicado.
 
O PDS 52/2014 cancela os efeitos da resolução da Anvisa, editada em 2011, que proibiu o uso e a comercialização de medicamentos à base de anfepramona, femproporex e mazindol e conta com parecer favorável da relatora, senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO).  
 
De acordo com Lúcia Vânia, a Anvisa deveria revisar a resolução já que, para ela, não é admissível que pessoas tenham a saúde debilitada e até morram enquanto esperam resultados de pesquisas.
 
― Depois dessa proibição, além do aumento nos índices de obesidade, cresceu o número de cirurgias bariátricas, como a redução de estômago, e, infelizmente, cresceu também o número de mortes pós-operatórias. A obesidade é uma doença, e como toda doença precisa ser tratada. A cirurgia não deve ser a primeira opção, tendo em vista o quanto é delicada e que nem sempre traz os resultados esperados
 
Anvisa
 
Ao se manifestar sobre o assunto, o diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, sustentou que "o tempo demonstrou que o uso desse tipo de medicamento gera mais riscos do que a própria doença que pretende tratar". Ao contrário do argumento usado pela relatora, ele negou que tenha havido aumento da obesidade em decorrência da proibição do uso destes medicamentos. Em vez de aumentar, Barbano afirmou que o percentual de pessoas obesas nos anos de 2012 e 2013 se estabilizou pela primeira vez desde 2006.  
 
Em relação à sibutramina, outra substância bastante utilizada para a perda de peso, a resolução da Anvisa impôs restrições ao uso. Além da interrupção do tratamento caso o medicamento não surta resultado após quatro semanas de uso, limita a dose máxima diária a 15mg e determina sua prescrição exclusivamente para pacientes obesos com Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou superior a 30 kg/m².  

Senado aprova projeto que obriga contratação de farmacêuticos

O plenário do Senado aprovou uma proposta que cria uma regulamentação das atividades farmacêuticas. Após tramitar por 20 anos no Congresso, o projeto, que seguirá para sanção presidencial, obriga as farmácias a ter a presença de ao menos um farmacêutico como responsável pelo estabelecimento. 
 
Atualmente, a lei prevê apenas a exigência de um "responsável técnico", o que abre margem para que sejam contratados profissionais de nível médio. Para trabalhar, o farmacêutico precisa ter curso superior e registro profissional em conselho de classe. O texto deixa claro que o responsável técnico tem de ser um farmacêutico.
 
Em seu parecer apresentado na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), afirmou que a proposta faz com que uma farmácia funcione como um estabelecimento auxiliar da saúde e não apenas como um "comércio lucrativo". "Não podemos continuar tratando a farmácia como se fosse sapataria ou butique. Não é", afirmou a senadora, durante as discussões da matéria na manhã desta quarta-feira na comissão.
 
Pelo texto, a farmácia terá responsabilidades na assistência à saúde da população, virando uma unidade de assistência de saúde. "A nova legislação é, sim, um ganho para os farmacêuticos que serão mais valorizados e reconhecidos, mas o grande ganho será para a população brasileira que, em pouco tempo, perceberá a melhoria na qualidade dos serviços prestados nos estabelecimentos farmacêuticos", comentou o presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter Jorge João, em nota publicada no site da entidade.

Novos modelos podem aumentar eficiência do SUS, diz especialista

Mais do que elevar o gasto público com saúde, é preciso aumentar a eficiência do sistema, defenderam especialistas durante o primeiro painel de mais uma edição dos Fóruns Estadão Brasil 2018, realizado no Insper, em São Paulo.
 
Para os debatedores, embora a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), há 26 anos, tenha representado um avanço, faltam modelos de gestão mais eficientes que permitam a diminuição das longas filas de espera por atendimento. 
 
Segundo André Medici, do blog Monitor de Saúde, pesquisa feita em 48 países colocou o Brasil como o menos eficiente na aplicação dos recursos de saúde. Ele defende a utilização de mais mecanismos de tecnologia da informação para a melhoria da gestão. 
 
"É preciso utilizar essas ferramentas para aprimorar as centrais de regulação de vagas, por exemplo. A tecnologia também pode ajudar por meio da telemedicina, com a qual se pode fazer capacitação de profissionais e interpretação de exames a distância", diz.
 
Para Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) e superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, os modelos de assistência não devem ser focados apenas em episódios de doença agudos, mas, sim, no atendimento do paciente ao longo da vida.
 
"Hoje 70% da carga das doenças são crônicas ou degenerativas. Nosso desafio é construir modelos assistenciais horizontais, com foco na prevenção e acompanhamento", disse Vecina Neto.
 
Os debatedores defenderam ainda maior integração entre o sistema público e a saúde suplementar e o aumento de parcerias com a iniciativa privada por meio de contratos de gestão, por exemplo. 

AC Camargo vai investir R$ 450 milhões

Referência na área de oncologia, o Hospital A.C. Camargo planeja investir R$ 450 milhões nos próximos quatro anos para ampliar em 60% o número de leitos. "Serão construídos três novos prédios para atender a demanda de pacientes que cresce 20% ao ano. Hoje, temos 520 leitos e estamos no limite de nossa capacidade de atendimento", disse Irlau Machado, CEO do A.C. Camargo, localizado no bairro da Liberdade em São Paulo.
 
O projeto de expansão dos próximos quatro anos já está traçado, mas não será liderado por Machado, que chegou ao A.C. Camargo em 2005 e promoveu uma profunda reestruturação, tirando o hospital do prejuízo e do endividamento. O executivo, que tem passagens pela Medial e Santander, será a partir do dia 31 deste mês o novo CEO da Intermédica, operadora de planos de saúde vendida para o fundo americano Bain Capital por cerca de R$ 2 bilhões em março. Ainda não há um nome definido para substituí-lo no hospital.
 
"Deixo o A.C. Camargo com a casa organizada, uma ampliação de 170 para 520 leitos e um sentimento de dever cumprido. Agora, tenho outro grande desafio na Intermédica", disse Machado, explicando que ainda não pode dar detalhes sobre a nova empreitada. Segundo fontes do setor, o fundo americano Texas Pacific Group (TPG), que por muito pouco não levou a Intermédica, também havia escolhido Machado para comandar esta operadora.
 
Os recursos para a ampliação virão de capital próprio do hospital filantrópico. No ano passado, 61,4% dos atendimentos no A.C. Camargo foram destinados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A legislação exige que esse percentual seja de pelo menos 60% para que o hospital tenha isenção tributária.
 
Apesar do grande volume de pacientes SUS, o montante pago pelo governo é insuficiente para cobrir os custos. Para fechar as contas, o A.C. Camargo trabalha também com convênios médicos. Para efeito de comparação: o governo pagou R$ 41,7 milhões pelos 61,4% dos atendimentos oncológicos. Já os outros 38,6% dos atendimentos vêm de pacientes com planos de saúde e particulares que juntos geraram uma receita de R$ 770 milhões, no ano passado. A receita total do hospital foi de R$ 832,1 milhões em 2013, alta de 30,7% em relação ao ano anterior.
 
Mesmo com a defasagem na tabela SUS, o superávit do A.C. Camargo cresceu 48,3% para R$ 201,4 milhões em 2013. O bom desempenho foi impulsionado por um controle rigoroso nas despesas gerais e administrativas que aumentaram 5,7% – proporção bem inferior à receita. Além disso, o resultado financeiro avançou 35% para R$ 24,4 milhões, impactando positivamente a última linha do balanço. "Mesmo atendendo SUS fechamos no azul, mas é preciso ter uma austeridade nas contas e cobranças. 
 
Também é uma falácia a tese de que instituições filantrópicas não podem ter lucro. É preciso, sim, ter superávit e planejamento", diz o executivo, que assumirá um convênio médico que trabalha com margens bem apertadas.
 
O desempenho do A.C. Camargo foi na contramão do setor. Os 55 hospitais ligados à Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp) viram suas despesas crescerem em proporção superior ao faturamento em 2013, pelo segundo ano consecutivo.
 
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