21 de agosto de 2015

53,5% das cesáreas são marcadas com antecedência, no pré-natal

Mais da metade dos partos cesáreos realizados no país são agendados enquanto a grávida ainda está na fase do pré-natal. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que 53,5% dos partos foram marcados com antecedência, ainda durante o pré-natal, e que mais da metade (55,3%) foram cirurgias cesarianas. No Sistema Único de Saúde (SUS), 35,79% agendaram o parto cesáreo e no sistema privado, 74,16%. Mais da metade dessas mulheres (56,1%) têm ensino fundamental completo, e 38,3% sem instrução e fundamental incompleto. Para quem fez o parto vaginal, 65,3% não tinham instrução e ou nível fundamental incompleto e 39,3%, tinham nível escolar fundamental completo.
 
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, ressalta que “as cirurgias cesarianas agendadas, feitas sem a indicação técnica adequada, sem que a mulher sequer entre em trabalho de parto, aumentam a probabilidade de surgimento de problemas respiratórios para o recém-nascido, em 25% os óbitos infantis neonatais e triplicam o risco de morte materna”.  De acordo com o ministro, o Ministério da Saúde recomenda que a forma de nascimento seja decidida, de forma conjunta, entre a mulher e o profissional de saúde (médico, enfermeira obstetra, obstetriz).
 
Por meio da estratégia Rede Cegonha, lançada em 2011, o governo federal tem incentivado o parto normal humanizado e intensificado a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente integra a estratégia 5.488 municípios aderidos das 27 Unidades Federativas. Dos 2.905.789 partos no Brasil em 2012, 55,6% foram por cesarianas. Já dos 1.877.505 partos no SUS, 40% foram por cesarianas. Dos 502.812 partos realizados na saúde suplementar, 84,6% foram por cesarianas. O Ministério da Saúde já destinou R$ 3,1 bilhõespara o desenvolvimento de ações do Rede Cegonha (do total de R$ 9,4 bilhões).
 
A Pesquisa estimou em 13 anos a idade média da primeira menstruação, sem distinção entre as Grandes Regiões do País. Contatou-se que do total de mulheres de 18 a 49 anos, sexualmente ativas nos últimos 12 meses, 61,1% fez uso de métodos anticoncepcionais, 69,2% ficaram grávidas alguma vez na vida e a idade média da primeira gravidez foi de 21 anos. O SUS garante o acesso a vasectomias e a laqueaduras, além da compra e distribuição gratuita de diversos métodos contraceptivos. De 2011 a 2015, foram distribuídos 2,4 bilhões de preservativos masculinos, 77,6 milhões de cartelas de pílulas combinadas, 1,4 milhão de unidades de DIU, entre outros métodos.
 
Pré-natal
A realização do pré-natal também foi diagnosticada pela Pesquisa Nacional de Saúde. Essencial para garantir uma gestação saudável e um parto seguro, o acompanhamento foi realizado por 97,4% das mulheres que tiveram o último parto no período de 28.07.2011 a 27.07.2013. Do total, 83,7% o iniciaram com menos de 13 semanas de gestação e 87,8% tiveram seis ou mais consultas. E ainda 69,2% declararam ter recebido orientação sobre sinais de risco na gravidez; 82,4% tiveram orientação sobre aleitamento materno; 74,9% foram informadas sobre o serviço de saúde a que deveriam ir ao momento do parto e 97,9% tiveram o último parto em hospital ou maternidade (menor percentual na região Norte 75,6% e maior na Sul 99,7%).
 
Questionadas pelos exames realizados durante o pré-natal, 97,3% das gestantes declararam ter feito exame de sangue; 88,8% informaram que foi solicitado exame de HIV; 98,1% realizaram exame de urina e 97,7% fizeram ao menos um exame de ultrassonografia.
 
Em 2014 foram realizadas mais de 20 milhões de consultas de pré-natal pelo SUS, o que representa aumento de 105% em relação a 2003 (9,7 milhões de consultas). Em 2013, foram 18.971.888 consultas. Em 2012, 18.096.326. Para fazer o pré-natal, a mulher deve se dirigir a Unidade Básica de Saúde (UBS) Mais próxima da sua residência. Atualmente, o Brasil possui 40.749 UBS.
 
Promoção da saúde
“Da saúde se cuida todos os dias”, esse é o tema da campanha do Ministério da Saúde lançada em abril deste ano. Ao todo, 90 municípios estão promovendo uma série de atividades com o objetivo de chamar a atenção da população para a importância da prática regular de exercícios, como forma eficaz de evitar doenças e mortes. O sedentarismo está fortemente relacionado ao aparecimento de doenças como o excesso de peso, obesidade, diabetes e hipertensão.
 
Prevenção
Os cuidados com a saúde e a realização de exames preventivos também estiveram no diagnóstico da PNS. Estima-se que 79,4% das mulheres de 25 a 64 anos fizeram exame preventivo para câncer de colo de útero nos últimos três anos, com maior proporção na região Sul (83,0%) e menor a Nordeste (75,1%). Dentre as que não fizeram o exame, 45,6% declarou não achar necessário, 20,7% nunca haviam sido orientadas nesse sentido, e 9,7% declararam ter vergonha de fazê-lo.
 
O exame preventivo, conhecido como Papanicolau, favorece o diagnostico precoce do câncer do colo do útero, além de outras infecções que precisam ser tratadas. Se diagnosticado na fase inicial, as chances de cura podem atingir resultados muito satisfatórios. A recomendação do Ministério da Saúde é de que toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve submeter-se a exame preventivo periódico. Em 2014 foram realizados 9,3 milhões de exames Papanicolau. Para isso, o Ministério da Saúde repassou R$ 65,5 milhões aos estados e municípios.
 
Segundo a PNS, 60% das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia nos últimos dois anos anteriores à pesquisa, com maior proporção na região Sudeste (67,9%), entre brancas (66,2%) e com ensino superior completo (80,9%). As menores proporções foram em mulheres pretas (54,2%), pardas (52,9%) e sem instrução ou com fundamental incompleto (50,9%). Em 2014, no geral, foram realizadas 4,3 milhões de mamografias, 41,8% a mais em relação a 2010, quando foram registradas 3 milhões de exames. Considerando a faixa prioritária o aumento foi 61,9%, passando de 1,5 milhão para 2,5 milhões de mamografias. Em 2014, foram investidos R$ 194 milhões.
 
PNS 

GRHosp discute novas medidas do governo

O encontro mensal do Grupo de Recursos Humanos do Sindicato (GRHosp) foi realizada na manhã no dia 19 de agosto, na sala de reuniões da FEHOESP, devido ao auditório do SINDHOSP estar em reforma. Na primeira reunião do segundo semestre, as recentes medidas do governo sobre a concessão de benefícios da Previdência Social nortearam as discussões. 
 
Sob a coordenação do consultor de Gestão Empresarial, Nelson Alvarez, o grupo, formado por profissionais de RH de hospitais, clínicas, laboratórios e consultorias em saúde, comentou como a política e o cenário econômico do país podem afetar os serviços do setor. “A situação não está boa para ninguém. Cabe a nós, do RH, estarmos um passo à frente, fazer as contas e deixar nossos gestores e diretores informados do cenário e impactos que toda e qualquer mudança pode trazer para as empresas”, ressaltou Alvarez.
 
Os desdobramentos da então medida provisória (MP) 664, que foi convertida na lei 13.135/2015, que não ratificou a alteração de 15 dias para 30 dias o período que as empresas deveriam pagar aos empregados em caso de afastamento por doença ou acidente ainda gera dúvidas. O advogado do departamento Jurídico do SINDHOSP, Carlos Tomanini, informou que ainda existe a possibilidade de voltar o pagamento pelos primeiros 30 dias de licença do trabalhador, mas que, por enquanto, a orientação é pagar somente pelos primeiros 15 dias e aguardar se haverá novas alterações.
 
Quanto à portaria nº 702 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelece requisitos para a prorrogação de jornada em atividades insalubre, Alvarez informou que foi criado um grupo de trabalho (GT) junto com o departamento Jurídico do SINDHOSP para levar ao sindicato dos trabalhadores da saúde os assuntos discutidos e alinhar uma ação conjunto em benefício do setor e das categorias profissionais da saúde.
 
Nesta reunião também foram discutidas a portaria MTE nº 1.01, que dispõe sobre a compensação pecuniária de que trata a medida provisória (MP) nº 680; a resolução nº 2, que estabelece regras e procedimentos para a adesão e o funcionamento do Programa de Proteção ao Emprego (PPE); terceirização – andamento PL 4.330; e as negociações com os enfermeiros de São Paulo. 
 
O próximo encontro da Comissão de RH será no dia 16 de setembro.
 
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