27 de junho de 2016

Butantan fecha parceria com EUA para desenvolver vacina de zika

O Instituto Butantan fechou uma parceria com os Estados Unidos e com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da zika.
 
O centro de pesquisa brasileiro deve receber US$ 3 milhões da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano (HSS), para o desenvolvimento de uma vacina de zika com vírus inativado.
 
O investimento faz parte de um acordo já existente entre a Barda e a OMS. Além dos US$ 3 milhões provenientes do órgão americano, a OMS também destinará doações de outros países e organizações privadas para o expandir a capacidade de produção de vacinas do Instituto Butantan.
 
Com o dinheiro, o Butantan poderá comprar equipamentos de laboratório, reagentes, linhagens de células e outros recursos necessários para o desenvolvimento e produção da vacina de zika. A parceria também inclui a cooperação técnica entre pesquisadores da Barda e do Butantan.
 
Vacina de vírus inativado
Segundo o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, o desenvolvimento da vacina de vírus inativado contra zika já está em desenvolvimento há alguns meses. Pesquisadores do centro já trabalharam no processo de cultura, purificação e inativação do vírus em laboratório. Na fase atual, roedores devem começar a receber os vírus inativados.
 
O Butantan tem ainda outras três iniciativas de desenvolvimento de vacina contra zika: uma vacina a base de DNA, outra vacina com vírus inativado semelhante à vacina da dengue, além de uma vacina híbrida que tem como base a vacina de sarampo.
 
"A resposta tem que ser rápida ou o dano vai estar feito e deixará um legado terrível: as crianças com microcefalia", diz Kalil.
 
Segundo o diretor, esse desenvolvimento ocorreria de forma mais rápida se houvesse mais recursos disponível. Em fevereiro, o governo federal anunciou um investimento de R$ 8,5 milhões para financiar o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à zika no Instituto Butantan. Mas, segundo Kalil, o recurso ainda não foi liberado.
 
Vírus já circula em 61 países
Em fevereiro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o vírus da zika como emergência de saúde pública global. O vírus foi associado à microcefalia, uma malformação congênita.
 
De acordo com boletim da OMS divulgado na semana passada, 61 países e territórios já registram transmissão continuada do vírus da zika. Além disso, outros 10 países tiveram relato de transmissão de zika de indivíduo para indivíduo, provavelmente por via sexual.
 
O Brasil é o país onde o vírus está mais disseminado, com mais casos de infecção pelo vírus e de microcefalia associada à zika. O país teve 138.108 casos prováveis de zika em 2016 até o dia 7 de maio, segundo o Ministério da Saúde. Em 2016, o país registrou uma morte causada pela doença em um adulto no Rio de Janeiro e, no ano passado, foram 3 mortes de adultos.
 
Ainda segundo a pasta, são 1.616 casos confirmados de microcefalia desde o início das investigações, em 22 de outubro, até 11 de junho, com 73 mortes de bebês.
 

Técnica inédita corrige desvio postural

Uma técnica inédita na fisioterapia lança uso de um artefato para corrigir desvios posturais de retropé valgo – uma alteração óssea do calcanhar. Foi o que sugeriu estudo de mestrado apresentado à Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), cujo autor, Humberto Akira Takahashi, a batizou com o nome de Integração Postural por Terapia Manual (IPTM). Os testes foram feitos com militares do município de Campinas (SP), e se mostraram promissores.
 
A IPTM é a primeira técnica brasileira de correção de desvio postural com essa finalidade a ser validada em uma Universidade – a Unicamp. A proposta é fazer com que os terapeutas passem a considerá-la na prática e que ela possa se tornar uma opção adicional para pacientes que não estão respondendo bem a outras técnicas. Ela mostrou viabilidade em 60 soldados pertencentes à 11ª Brigada de Infantaria Leve (BIL) da cidade.
 
Na investigação, 30 militares passaram por tratamento com Reeducação Postural Global (RPG) e outros 30 com IPTM. Os avaliados (homens e mulheres) tinham idade entre 18 e 25 anos, um retropé valgo e outro retropé alinhado. Eram assintomáticos, explicou o autor, porque esse tratamento atua justamente de modo preventivo.
“A simetria comprovada nos resultados permaneceu muito próxima dos efeitos obtidos na última sessão de fisioterapia”, concluiu Takahashi, que no estudo foi orientado pelo docente da FEEC Antonio Augusto Fasolo Quevedo. A escolha da amostra de militares foi em razão dos altos índices de problemas que em geral eles têm nos pés.
 
Os testes duraram quatro semanas (uma sessão por semana) e, nas outras quatro, os militares não se submeteram às terapias propostas. A seguir, eles foram reavaliados para ver se o tratamento mantinha seus efeitos ou se o desvio postural estaria voltando. Os efeitos benéficos do tratamento se prolongaram por mais tempo na IPTM do que na RPG.
 
Os experimentos analisaram a simetria da pressão do peso na sola dos pés, empregando para isso um baropodômetro – uma espécie de balança entre hemicorpos (cada uma das metades do corpo: lado direito e esquerdo). Esse instrumento avalia as pressões sob a planta do pé durante a posição estática e a marcha; determina o centro de pressão; e identifica o tipo de pisada, instabilidades, impulso e outras alterações biomecânicas. Quando a posição está mais uniforme entre hemicorpos, por exemplo, ele indica que a pessoa está com um bom alinhamento postural. 
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