5 de agosto de 2016

Projeto sobre ato médico é retirado do Senado

A senadora Lúcia Vânia (PSB-GO) retirou da pauta do Senado o PLS 350/2014, que altera a  Lei  nº  12.842,  de  10  de  julho  de  2013, referente ao exercício da Medicina e das atividades exclusivas dos médicos.
 
Desde que foi considerado apto para ser votado, no último mês de junho, o projeto (de autoria da senadora) vinha sendo questionado por alguns profissionais. Segundo Lúcia Vânia, que retirou o projeto no dia 1 de agosto, "postergar a discussão dará a possibilidde de reavaliar o projeto e, se for o caso, fazer algumas alterações no texto".
 
Leia AQUI a Nota Oficial da senadora em que ela explica com mais detalhes suas razões para o pedido de retirada do projeto de lei. 

Cientistas testam técnica que poupa tecidos saudáveis

Uma equipe multidisciplinar de cientistas, envolvendo pesquisadores da Unicamp e dos Laboratórios Nacionais de Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio) e Nanotecnologia (LNNano) vem desenvolvendo uma tecnologia baseada em nanopartículas que pode fazer com que medicamentos quimioterápicos atinjam especificamente as células do câncer, causando um dano mínimo às células saudáveis do corpo. Os primeiros testes do modelo, em culturas celulares, já foram realizados e são descritos em artigo publicado no periódico Langmuir.
 
A maioria das drogas usadas na quimioterapia do câncer ataca o processo de divisão celular. Embora a divisão descontrolada seja a característica principal dos tumores, células saudáveis também se dividem e, por conta disso, acabam sofrendo com a ação dos quimioterápicos que, uma vez aplicados, se espalham por todo o corpo, causando os efeitos colaterais associados ao tratamento. Em todo o mundo, cientistas buscam tecnologias capazes de garantir que a quimioterapia afete somente o tecido doente, poupando o restante do corpo. 
 
O sistema testado pelo grupo brasileiro é composto de nanopartículas de sílica – o mesmo material dos grãos areia – “decoradas”, ou revestidas, por um tipo de molécula orgânica, o folato. “A célula de câncer expressa mais receptores de folato que as células normais”, explica o biólogo Jörg Kobarg, professor da Faculdade de Ciências Farmacêuticas e do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp. Com isso, as nanopartículas, que podem carregar quimioterápicos, acabam sendo mais absorvidas pelo tumor do que por tecidos saudáveis.
 
“Ainda não sabemos exatamente se foi o folato que criou essa seletividade”, disse o pesquisador. “Mas as partículas estão decoradas com o folato, e a célula de câncer expressa mais desse receptor, então essa poderia ser uma explicação. A gente observou que, realmente, a nossa partícula é bem mais tóxica para a célula de câncer do que para a célula normal”.
 
Insolúvel
O artigo na Langmuir, “Functionalized Silica Nanoparticles As an Alternative Platform for Targeted Drug-Delivery of Water Insoluble Drugs” (”Nanopartículas de Sílica Funcionalizadas Como Plataforma Alternativa para a Entrega Direcionada de Drogas Insolúveis em Água”) descreve a ação do modelo sobre linhagens de células da próstata, saudáveis e tumorais. As nanopartículas revestidas de folato foram carregadas com curcumina, um pigmento extraído do açafrão-da-terra que vem sendo estudado como possível medicamento contra o câncer.
 
Em tese, disse Kobarg, as partículas poderiam transportar qualquer droga, inclusive quimioterápicos tradicionais. O pesquisador Mateus Borba Cardoso, do LNLS, também autor do artigo, explicou a escolha da curcumina para o teste: “Ela é colorida, o que é uma vantagem na hora de analisar as partículas, e é insolúvel em água, o que traz ainda uma vantagem adicional: hoje não é tão utilizada em tratamentos porque, se você tentar dissolver no sangue, não vai funcionar. Só que a gente conseguiu colocá-la dentro das partículas, e as partículas são solúveis. São as nanopartículas que levam o fármaco”.
 
“A sílica é capaz de transportar coisas dentro dos poros”, disse ele, descrevendo os motivos pelos quais esse material específico foi escolhido. “Mas alguém poderia dizer, existem outras nanopartículas que transportam também, como os lipossomas”, que são invólucros orgânicos, de material semelhante ao que existe nas membranas celulares. “Então, primeiro motivo: a sílica pode transportar coisas; segundo motivo, e o mais importante: a gente consegue modificar a superfície, consegue fazer uma química de superfície, reações que nos permitem colocar coisas que levem as nanopartículas até o ponto em que temos interesse, como por exemplo foi o caso do folato. Nos lipossomas, não poderíamos fazer essas reações de superfície. Lipossomas são muito frágeis”. O uso do folato, dizem Kobarg e Cardoso, foi apenas um primeiro passo: novos estudos testarão modos de “decorar” a sílica com anticorpos, aumentando a seletividade da partícula por células de câncer.
 
Taxas ainda baixas 
O artigo publicado constata a afinidade das nanopartículas revestidas de folato por células de câncer, e sua toxicidade contra essas células. Trata-se de um resultado inicial promissor, mas a taxa de técnicas propostas para o combate ao câncer que se mostram promissoras, em testes in vitro, e que acabam se revelando realmente viáveis como tratamento é muito baixa – da ordem de 5%, segundo algumas estimativas.
 
“É um índice baixo, muito baixo”, reconhece Cardoso. “Eu, particularmente, acredito que antes que a gente tenha algum ensaio in vivo, mais definitivo, precisamos aprimorar um pouco o sistema, que é o que já estamos fazendo, tentando botar anticorpos na superfície. Porque o anticorpo com a célula de câncer, é como se fosse chave e fechadura. Então, a nossa ideia é colocar anticorpos para que somente um único tipo de célula reconheça aquela nanopartícula, através do anticorpo, e aí o tratamento seria muito mais eficaz”. 
 
“E não só isso”, prossegue ele. “Estamos trabalhando para que essas nanopartículas, mesmo num fluido biológico, não tenham a tendência à agregação. Quando a gente põe qualquer tipo de nanopartícula num fluido biológico, como o sangue, as proteínas do meio começam a grudar nelas, e aí elas deixam de ter o efeito nano, passam a ter um efeito já não tão potente, porque o tamanho já não é mais tão pequeno”.
 
O pesquisador disse que o grupo procura estratégias para evitar que as proteínas se aglomerem sobre as partículas. “Com isso, os experimentos que fizermos in vitro terão resultados muito próximos dos que veremos in vivo”, acredita. “Hoje temos essa taxa tão baixa de conversão em tratamentos muito por causa disso: os efeitos biológicos não são levados em consideração nos primeiros testes. A gente poderia testar essa partícula e até mesmo ver que ela é eficiente, mas seria uma aposta. Se conseguirmos desenvolver esse mesmo tipo de sistema, fazendo com que as proteínas de superfície não se agreguem à nanopart&iacute

FEHOESP amplia Projeto Bússola

O Projeto Bússola, que auxilia clínicas de serviços de saúde a obter certificados de qualidade e é organizado pelo IEPAS, está com inscrições abertas para novas turmas. O prazo para novos interessados vai até o final de agosto.  Agora, o programa ampliou sua área de atuação e tem treinamentos específicos para serviços de home care. A inclusão desse tipo de atendimento num programa de acreditação específico nasceu de uma ideia amadurecida em reuniões internas da categoria.

“Em reuniões do comitê de clínicas da Fehoesp, os associados levantaram a questão de estender o Bússola para os estabelecimentos de assistência domiciliar, uma vez que o mercado mostra-se cada vez mais exigente. É uma atividade muito exposta e precisa ter um sistema de gestão muito mais afinado, até mais que um hospital”, comenta o gestor do IEAPAS, Marcelo Gratão, .  

Na assistência domiciliar, muitas vezes o cliente final não opinião em prol de si mesmo. Devido ao seu estado de saúde, o paciente tende a buscar melhorias no atendimento a terceiros, por isso há uma exigência de qualidade ainda maior para lidar não somente com ele que está ali passando por um momento delicado, mas também por parte da família, cuidadores e amigos.

Lançado em 2013, o programa foi criado para atender a necessidade desse mercado, que tinha dificuldades para obter certificação. Para preencher essa lacuna, SINDHOSP e FEHOESP se uniram para lançar esse projeto inovador em parceria com a Organização Nacional de Acreditação (ONA), pois até então não estava disponível no mercado um programa semelhante de acreditação para clínicas. Em 2015 foram  as clínicas de diagnóstico foram incluídas no escopo de atuação do projeto. 

No ano passado, 17 empresas que concluíram as três etapas iniciais e agora estão se preparando para pedir a visita de acreditação da ONA. Elas têm prazo até o final deste ano. A primeira edição do programa foi realizada ao longo de 2014, com a participação de oito clínicas. Destas, seis já fora creditadas. 

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