22 de novembro de 2016

Rol de procedimentos agora no celular

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) acaba de tornar disponível seu aplicativo com dados sobre planos de saúde para usuários do sistema operacional iOS. A partir de agora, já é possível fazer o download do app em qualquer Iphone, Ipad ou Ipad Touch e ter acesso rápido a informações importantes sobre coberturas obrigatórias, operadoras ativas e consultas aos reajustes válidos para os planos de saúde individuais, ano a ano, desde 2000.
 
O beneficiário poderá pesquisar as coberturas assistenciais obrigatórias, de acordo com o tipo de plano de saúde contratado. A ferramenta, que também está disponível para Android, oferece maior segurança para o consumidor que vai contratar um plano de saúde pois permite consultar os dados cadastrais de operadoras e saber se ela está ativa e quantos beneficiários estão vinculados.
 
Para o diretor-presidente da ANS, José Carlos de Souza Abrahão, as novas tecnologias devem ser aproveitadas em prol do consumidor.  “O empoderamento do consumidor está no centro das atividades da ANS e, nesse sentido, o aplicativo é um avanço para a ampliação do acesso a informações a todos os usuários de planos e  àqueles que querem contratar um de maneira consciente”, explica.  
 
Além disso, pelo aplicativo o cidadão tem acesso às informações sobre os reajustes anuais de planos individuais e familiares autorizados pela Agência, por operadora, desde o ano 2000. Para isso, basta marcar a opção “Consultar reajustes” no início na tela inicial que o aplicativo logo dará a opção de pesquisa das informações por ano.
 
A ferramenta traz, ainda, os canais de comunicação com a Agência. Portanto, por meio de um ícone na tela, o consumidor tem acesso direto aos contatos de atendimento, como o Disque ANS. Assim, no final da consulta sobre cobertura assistencial, caso ainda tenha alguma dúvida, o consumidor pode cadastrar seu pedido de informação ou registrar reclamações apenas clicando no ícone. O app está disponível para todos os cidadãos na Apple Store e na Google Play Store.

CFM define critérios para fluxo em UTIs

Melhorar o fluxo de acolhimento nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e auxiliar nas decisões éticas dos médicos são as metas da Resolução CFM nº 2.156/2016, que estabelece os critérios para indicação de admissão ou de alta para pacientes em UTI a serem observados pelos médicos intensivistas. A norma, do Conselho Federal de Medicina (CFM) publicada no dia 17 de novembro do Diário Oficial da União, tem como objetivo contribuir para a melhora do fluxo de acolhimento de pacientes em situação de instabilidade clínica, frente a oferta insuficiente de leitos de UTI, especialmente na rede pública, e a má distribuições das unidades em todo o Brasil.
 
Com a publicação da Resolução CFM nº 2.156/2016, elaborada pelos membros da Câmara Técnica de Medicina Intensiva do CFM e com contribuições da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), o Conselho Federal oferece aos médicos parâmetros baseados em critérios clínicos, científicos e éticos para que os profissionais possam lidar com o desafio cotidiano de oferecer o melhor atendimento à população. Segundo a norma, as admissões em UTI deverão levar em consideração os seguintes aspectos: diagnóstico e necessidades do paciente; priorização com base em evidências clínicas; serviços médicos disponíveis na instituição; disponibilidade de leitos; e potencial benefício para o paciente com as intervenções terapêuticas e prognóstico.
 
Critérios
Segundo o conselheiro federal por Minas Gerais e coordenador da Câmara Técnica de Medicina Intensiva, Hermann von Tiesenhausen, a necessidade de internação em UTI de pacientes pode, muitas vezes, superar a disponibilidade de leitos, sendo necessário, nesses casos, avaliar criteriosamente os casos com base nas evidências disponíveis de forma a permitir o melhor atendimento, afirmou. Pela nova regra, a admissão na UTI deve ser dada, prioritariamente, aos pacientes que necessitam de intervenções de suporte à vida, com alta probabilidade de recuperação e sem nenhuma limitação de suporte terapêutico.
 
Já os pacientes estáveis, que necessitam de monitorização intensiva contínua, por conta do alto risco de precisarem de intervenção imediata (com ou sem limitação de intervenção terapêutica), devem ser admitidos prioritariamente em unidades de cuidados intermediários (semi-intensivas).
Para pacientes com doença em processo terminal irreversível ou sem possibilidade de recuperação, o CFM recomenda as unidades de cuidados paliativos como as mais adequadas. No entanto, mesmo nestas situações, o ingresso desses pacientes em uma UTI pode ser justificado em caráter excepcional, “considerando as peculiaridades do caso e condicionado ao critério do médico intensivista”.
 
A nova regra orienta que todas as solicitações de vagas para unidade de tratamento intensivo (UTI) deverão ser justificadas e registradas no prontuário do paciente pelo médico solicitante. Ela também determina que o serviço de UTI de cada instituição hospitalar desenvolva protocolos internos, baseados em critérios de internação e alta da nova norma, que estejam de acordo com as necessidades específicas dos pacientes, levando em conta as limitações do hospital, tais como tamanho da UTI e capacidade de intervenções terapêuticas. Esses protocolos devem ser divulgados pelo diretor clínico ao corpo clínico do hospital e aos gestores do sistema de saúde.
 
Acolhimento
De acordo com o 1º vice-presidente do CFM e correlator da Resolução CFM nº 2.156/2016, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, pacientes com doença incurável e em fase terminal podem ser tratados com dignidade em outras unidades de internação, como enfermaria, apartamentos, unidades intermediárias e de unidades de cuidados paliativos. “É preciso ressaltar que, nestes casos, o médico deve oferecer todos os cuidados paliativos disponíveis, levando sempre em consideração a vontade expressa do paciente ou, na sua impossibilidade, a de seu representante legal, sem empreender ações diagnósticas ou terapêuticas inúteis ou obstinadas, se for o caso”, explica. 
    
Este entendimento é disciplinado no artigo 41 do Código de Ética Médica (Resolução CFM nº 1.931/09) e também na Resolução CFM nº 1.805/2006, que normatiza o atendimento a pacientes em fase terminal de doenças-crônicas. Esta última estabelece que, nesta etapa, é permitido ao médico, respeitando-se a vontade do paciente ou de seu representante legal, limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente, garantindo-lhe os cuidados necessários para aliviar os sintomas que levam ao sofrimento, na perspectiva de uma assistência integral. 
 
Sobre a alta das unidades de terapia intensiva, Ribeiro esclarece que a Resolução CFM nº 2.156/2016 a permite desde que o paciente tenha seu quadro clínico controlado ou estabilizado. Paciente para o qual tenha se esgotado todo o arsenal terapêutico curativo ou restaurativo e que possa permanecer no ambiente hospitalar fora da UTI de maneira digna e, se possível, junto com sua família, também é condição para a alta.
A Resolução determina ainda que as decisões sobre admissão e alta em UTI devem ser feitas de forma explícita, sem discriminação por questões de religião, etnia, sexo, nacionalidade, cor, orientação sexual, idade, condição social, opinião política, deficiência, ou quaisquer outras formas de discriminação. A norma estabelece também que a admissão e a alta UTI são de atribuição e competência do médico intensivista, levando em consideração a indicação médica, e devem ser comunicadas à família ou responsável legal.

4º CONAHP aborda ética na saúde sob diversos aspectos

A Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) mobilizou as principais lideranças da saúde no Brasil, além de gestores e profissionais do setor, em um profundo debate sobre ética e a conduta empresarial na saúde, na 4ª edição do Congresso Nacional de Hospitais Privados (Conahp), que terminou em 18 de novembro, no World Trade Center, em São Paulo.
 
Durante os três dias de evento – 16, 17 e 18 – mais de 1.200 inscritos puderam participar de debates e assistir a palestras de grandes especialistas, como Boi Ruiz Garcia, conselheiro de Saúde do Governo da Catalunha; Don Sinko, diretor de um dos hospitais mais éticos do mundo, a Cleveland Clinic (EUA); e Simon Longstaff, diretor executivo no "The Ethics Center", na Austrália.
 
A abertura teve a presença do ministro da Saúde, Ricardo Barros, do Secretário de Saúde do Estado de São Paulo, David Uip, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar, José Carlos Abraão e do Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
 
O presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, esteve entre as autoridades, acompanhado de Luiz Fernando Ferrari Neto, José Carlos Barbério e Marcelo Gratão.
 
O presidente da Anahp, Francisco Balestrin, destacou sugestões da entidade para combater os desafios que o setor enfrenta. Ele defendeu a reforma do modelo de remuneração da saúde suplementar no país. Balestrin avalia que o atual modelo conduz ao desperdício e estimula práticas antiéticas.
 
– Sabemos que precisamos reformar, sabemos quais são as opções e sabemos como implementá-las – afirmou.
Balestrin também criticou a falta, em muitas instituições, de mecanismos que sejam capazes de prevenir, descobrir, denunciar e remediar os desvios éticos que podem ocorrer.
 
– Pelo menos 95% dos hospitais do Brasil não têm nenhuma forma de acreditação, mesmo nos níveis mais básicos. Falta a transparência de submeter-se a uma avaliação independente e jogar luz dentro dos hospitais, tanto para mostrar o que é bonito quanto para consertar o que não é – enfatizou o presidente da Anahp.
 
Publicações
 
Durante os três dias de Conahp, as discussões foram divididas em sessões plenárias. No primeiro dia de congresso, a Anahp lançou o manual do programa de compliance, uma publicação orientativa e que apresenta os elementos básicos e fundamentais para o estabelecimento de um programa de Ética e Compliance nas organizações.
 
A entidade lançou ainda um livro, “O Hospital – Memórias de um Brasil em transformação”, com as trajetórias de importantes hospitais do país e um panorama da saúde nacional. Outras publicações também chegaram: "Organização Assistencial", "Clima Organizacional/Setor Hospitalar Privado" e "Segurança da Informação para Hospitais".
 
A celebração dos 15 anos teve o lançamento de um rótulo de Merlot ,da vinícola Don Giovanni, batizado de "A Carta", em referência ao conjunto de princípios que norteia a atividade dos associados.
 
O tema para o 5º Conahp, que acontece em novembro de 2017, já foi definido: "O hospital do futuro: e o futuro dos hospitais".
 
Fotos: Leandro Godoi
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