9 de Julho inaugura unidade de Transplante de Medula Óssea

Técnica de transplante haploidêntico é novidade

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O Transplante de Medula Óssea (TMO) é um procedimento de alta complexidade e alguns cuidados são essenciais para o seu sucesso. O Hospital 9 de Julho foi buscar o que há de mais moderno nesses espaços para montar sua nova unidade de TMO, inaugurada no fim de fevereiro. O investimento total foi de R$ 6 milhões.
 
O onco-hematologista do Hospital 9 de Julho, Dr. Celso Massumoto, explica que o transplante é uma forma de imunoterapia que elimina as células antigas, doentes, para que a medula receba as novas, com menor risco de rejeição. “Após a realização do procedimento, o paciente precisa ficar em isolamento para não correr risco de infecção, já que o sistema imunológico está comprometido”, diz. 
 
Por este motivo, os hospitais têm unidades separadas e com rigorosas políticas de isolamento para minimizar o risco de infecções. Entre os principais diferenciais da nova unidade do Hospital 9 de Julho está a filtragem do ar dentro de todo o setor. “Normalmente, a filtragem é feita somente dentro do quarto e, por isso, o paciente não pode sair de lá. Nós implantamos um sistema que vai permitir que eles circulem também pelos corredores”, afirma o médico ao salientar que esse é um diferencial inédito no Brasil. Outro sistema inédito no País que o H9J vai disponibilizar é o de tratamento da água que abastece o setor. A água recebe tratamento especial, à base de prata e cobre, o que reduz, consideravelmente, os riscos de infecção. 
 
No corredor da Unidade foram criadas estações de atividade física para que o paciente possa iniciar seu processo de reabilitação no próprio local, uma vez que o paciente muitas vezes fica internado por longos períodos, o que pode causar atrofia muscular. As estações de atividades físicas são compostas de bicicleta ciclo-ergométrica, barras de apoio, elásticos (para exercícios de fortalecimento muscular) e sinalização no chão para motivar o paciente a caminhar.
 
“Todos esses cuidados são extremamente importantes para garantir o sucesso do transplante e a recuperação do paciente. Além disso, buscamos humanizar o atendimento durante todo o tempo que ele passa aqui no Hospital”, destaca Massumoto. 
 
A nova unidade de TMO será composta por 16 leitos, sendo um deles de pronto atendimento e dois de completo isolamento, para casos mais graves. Uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos e nutricionistas vai atuar no local.
 
Transplante
 
De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), existem no Brasil 70 centros para transplante de medula óssea, sendo 26 para transplantes com doadores não aparentados. O Hospital 9 de Julho está cadastrado entre os que realizam o transplante entre não aparentados e faz, inclusive, o transplante haploidêntico. Esse método permite o procedimento mesmo quando o doador não é totalmente compatível com o paciente. São poucos os centros no Brasil que realizam esse processo, de alta complexidade.
 
“O transplante haploidêntico surgiu há pouco tempo nos Estados Unidos e aumentou muito a possibilidade de doadores”, explica Massumoto. Existem três tipos de transplante: alogênico, autólogo e singênico. No alogênico a medula é obtida de um doador previamente selecionado por testes de histocompatibilidade, normalmente identificado entre os familiares ou em bancos de medula óssea. 
 
No transplante autólogo, a medula óssea ou as células tronco periféricas são retiradas do próprio paciente, armazenadas e reinfundidas após altas doses de quimioterapia. O transplante de medula óssea entre gêmeos univitelinos é denominado singênico. O Hospital 9 de Julho realiza todos esses procedimentos.
 

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