No primeiro dia da 23ª Hospitalar, a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) convidou o economista e ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, para apresentar o painel “A conjuntura nacional e a saúde no país: a regulação econômica é uma solução para reduzir custos e coibir fraudes?”.
Nobrega destacou que diante do complexo momento que o país atravessa e de uma economia em retração, o custeio e sustentabilidade do sistema de saúde são grandes desafios para todos os elos da cadeia que a compõem, mas não concorda com a proposta do governo da presidente afastada Dilma Roussef de controle de preços para o setor, principalmente para as órteses, próteses e materiais especiais (OPMEs). “No Japão isso foi feito e trouxe muitos problemas. Espero que com o governo interino de Michel Temer esta ideia não seja dada andamento. A saúde precisa de regulação, mas é preciso ouvir os atores do setor e não sair regulando simplemente por regular.”
O economista acredita em um bom governo de Temer como transição para o próximo. Mas não aposta em grandes mudanças e em reformas. “Acredito que ele vá evitar conflitos. Montou uma excelente equipe econômica, a melhor dos últimos anos. No entanto, precisa evitar conflitos”, alertou.
Para o diretor executivo de Relações Institucionais da Abimed, neste momento em que os atores da saúde começam a discutir a sustentabilidade do setor é importante debater caminhos e soluções. “Estamos estimulado o debate para avaliarmos se a regulação econômica é de fato uma boa solução, como defendem algumas correntes governamentais, ou se poderá causar mais danos, com prejuízo à inovação, qualidade e acesso à assistência médica, a exemplo do que ocorreu com outra áreas.”
A entidade também promove na Hospitalar quatro workshops sobre temas de interesse do setor nas áreas regulatória, tarifária e legal.