Sabará pretende estar na lista dos hospitais Excelência do Ministério

Hospital passou a investir em pesquisa e qualidade assistencial.

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Começou em 2011: a alta direção do Hospital Infantil Sabará, movida pela ambição de colocá-lo em pé de igualdade com algumas das mais renomadas instituições pediátricas do mundo, contratou o Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) para prestar consultoria de educação na metodologia da Joint Commission International (JCI). Entendendo a acreditação como parte do processo de fortalecimento da governança corporativa da instituição, formou-se um grupo facilitador para implantação dos padrões descritos no Manual da JCI. O selo foi outorgado em julho de 2013, conquista muito comemorada pelo hospital, que tornou-se a única instituição exclusivamente pediátrica brasileira a receber o selo, e a quarta fora dos EUA.
 
A pretensão máxima do pediatra José Luiz Setúbal, presidente do Conselho Superior da fundação que leva seu nome e administra o hospital infantil, tem sido colocar o Sabará na rede de hospitais de excelência do Ministério da Saúde, grupo que inclui Oswaldo Cruz, Einstein e Sírio Libânes, entre outros. Desde a sedimentação da governança, o hospital passou a investir em pesquisa e, claro, qualidade assistencial.
 
Em janeiro, o jornal Valor Econômico informou que pela primeira vez, em três anos, o hospital fechou 2013 com superávit operacional de R$ 2 milhões. No ano de 2012, o Sabará registrou déficit operacional de R$ 9,5 milhões e em 2011, quando o hospital tornou-se uma fundação, o resultado foi negativo em R$ 18,5 milhões. Ainda de acordo com o Valor, o faturamento do Sabará teve crescimento de 38% para R$ 130 milhões e a melhora no desempenho foi motivada por uma combinação de fatores, como a renegociação dos contratos com as operadoras de planos de saúde que estavam defasados, o aumento de 30 leitos, totalizando 136 unidades para internação e a transferência da sua área administrativa para um outro prédio, em frente ao hospital.
 
A edição de dezembro da revista FH, que contempla o estudo Referências da Saúde, evidenciou as últimas reestruturações da entidade, entre elas os benefícios da acreditação.
 
“A acreditação é um instrumento poderoso de alinhamento da estrutura e dos processos às melhores práticas. Ela faz parte de um projeto ambicioso que busca alcançar o mesmo patamar de qualidade dos melhores hospitais do mundo”, explica o superintendente do Sabará, Wagner Marujo. A instituição, que até então não possuía nenhum selo, optou já de início pela criteriosa acreditação da JCI.
 
A instituição aprimorou os processos de suporte à prática assistencial para crianças e adolescentes, em um ambiente mais humanizado. Havia desde o início a convicção de que o novo prédio, inaugurado em 2010, seria naturalmente capaz de atender às exigências de qualidade e segurança da acreditadora americana. Quanto aos processos, foram aprimorados o cuidado dos pacientes, o fornecimento de informação de direito a pacientes e familiares, o gerenciamento e uso de medicamentos, anestesia e cirurgias seguras, a capacitação dos profissionais (inclusive gestores e líderes), entre outros.
 
A maior dificuldade encontrada foi convencer funcionários, colaboradores e parceiros de que a adoção das novas práticas traria ganhos para todos. E isso significaria envolver não só o pessoal interno, mas também fornecedores e prestadores de serviço.
 
Ao fim, a implantação do projeto consumiu cerca de R$ 4 milhões, considerando todos os 1,3 mil itens de atenção. Só os custos com treinamento de pessoal ultrapassaram os R$ 400 mil. As mudanças incluíram ainda a estruturação de uma gerência da qualidade, de uma farmácia clínica (e farmácias satélites) e a compra de novos equipamentos e tecnologias. As estratégias de comunicação interna e o surgimento de comissões de auditoria também integraram o pacote.
 
Para os gestores, os padrões da JCI alinharam a estrutura e os processos do hospital, elevando a segurança e a qualidade assistencial. O processo, concluem, causou um “salto de patamar” na atividade fim da instituição, ou seja, o atendimento ao paciente. “A JCI vem certificar nossa vitória na busca permanente pela perfeição”, explica o presidente do Hospital Infantil Sabará, Eduardo Carneiro. “Foi um processo com o principal objetivo de aprimorar os padrões de segurança e qualidade dos cuidados assistenciais aos nossos pequenos pacientes. Todos são beneficiados, mas o maior ganho é para o paciente que pode contar com uma excelente estrutura de gestão e atendimento hospitalar.”
 
Os resultados ainda são intangíveis, mas já notáveis. Segundo a direção do Sabará, o engajamento dos “cuidadores” (como são chamados os colaboradores) no processo de acreditação, embora tenha representado um grande desafio, levou à uma cultura sólida de qualidade e segurança. Isso inclui o trabalho multidisciplinar, novos níveis de transparência, alterações operacionais e um processo de mensuração de qualidade constante.
 
“Hoje conhecemos melhor quem somos, identificamos com mais rapidez os nossos problemas. Há mais clareza da estratégia e dos objetivos, além de um ambiente muito mais transparente para familiares, médicos, fontes pagadoras e fornecedores. Isso não se traduz necessariamente em melhores resultados financeiros”, explica Marujo, muito embora o faturamento do Sabará tenha quintuplicado nos últimos três anos, ultrapassando os R$ 100 milhões por ano.
 
Ações de acompanhamento de não conformidades e oportunidades de melhoria integram o plano de sustentabilidade do projeto, que incluem ações de treinamento e divulgação interna de indicadores. O envolvimento da alta liderança do Sabará e da Fundação José Luiz Egydio Setúbal também são consideradas estímulos constantes.
 
“O foco na pediatria com padrões de qualidade mensuráveis permitem que as avaliações deixem de ser subjetivas e passem a ser objetivas. Todo mundo ganha. A comunidade ganha”, diz Marujo. Eduardo Carneiro completa: “Sempre estamos em busca da perfeição. E a perfeição é interminável.”

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