A aprovação da Lei 13.097 que permitia a entrada de capital estrangeiro em hospitais, sancionada pela presidente Dilma Roussef, completou um ano em janeiro de 2016 ainda causando dúvidas no setor. Muito se especulou sobre o futuro dos pequenos hospitais, fusões e novas aquisições, mas até o momento, o cenário pouco mudou. Para desmistificar o tema e tirar dúvidas dos gestores, a Key Business realizou, em 22 de março, HospCapital – Fórum para Gestão, Fusão e Aquisição de Hospitais, em São Paulo.
Divido em seis painéis, o evento abordou fundos de investimentos e grupos estrangeiros que buscam oportunidades para negociar a aquisição de hospitais estruturados, com a finalidade de desenvolver um modelo para futuras fusões e aquisições. De acordo com a Federação Brasileira de Hospitais (FBH), o Brasil conta hoje com 6.465 hospitais, sendo 63,33% de controle privado e 36,67% sob controle Municipal, Estadual e Federal.
Investidores fazem análises microrregionais ao investir num hospital, para entender os equilíbrios de ofertas e demandas de leitos, por exemplo, explicou Tracy Francis, diretora da McKinsey & Company. “Normalmente são feitas quatro perguntas iniciais que fazem um investidor optar por um determinado negócio. São elas: será que a macroeconomia e favorável? Quais as alavancas de crescimento? Quais os riscos? E por último, qual a sinergia com meu negócio atual?”.
Oferecer o melhor sistema de governança foi apontado como um caminho que atrai investimentos por Frederico Turolla, sócio da Pezco Pesquisa e Consultoria. Ele apresentou os tipos de parceria atuais que são oferecidas às instituições de saúde, listando a parceria público-privada (PPP) como a mais rentável. “A PPP traz ao gestor maiores possibilidades e uma visão mais ampla de negócio”, mas pondera que ainda não é o sistema de negócio ideal. “Quem sabe no futuro pomos pensar num modelo mais amplo de rede, mais abrangente. Isso é um grande desafio na saúde não só do brasil, mas no mundo todo”.
Para Lauro Miquelin, sócio-diretor da L+M, a medicina suplementar e o Brasil vivem em 2016 um ciclo que pode ser aproveitado para melhorias e mudanças positivas no setor da saúde. “Uma das oportunidades é a implantação e operação de plataformas de atendimento de negócios sinérgicos de saúde, compostas de unidades já em operação e novas unidades para cuidados ao paciente e familiares em todo seu ciclo da vida”, explicou. “Estas plataformas são a evolução do modelo operado com eficácia e senso de oportunidade que resultou na Rede D'Or São Luiz, por exemplo. Além disso há também a geração de resultados através da escala de compras de materiais, medicamentos e OPME, que ainda são responsáveis por mais de 50% das Receitas dos Hospitais”, finalizou.
A cobertura completa você acompanha na edição de abril do Jornal do SINDHOSP.