A convite da Deloitte, o SindHosp esteve no Life Sciences & Health Care Summit 2022, evento que dialogou sobre os principais desafios da saúde no Brasil e novidades que vêm remodelando o setor.
Reunindo experts do segmento para debates de visão macro, o encontro foi um campo aberto à reflexão do desafio de equilibrar as demandas dos pacientes, o potencial de mercado, a conformidade com as políticas públicas e todas as inovações da modernidade.
Participação do SindHosp
A participação do SindHosp discutiu os resultados da pesquisa “Os impactos da tecnologia para uma medicina que se moderniza,” realizada entre abril e maio deste ano, em parceria com a Deloitte, Faculdade Unimed e Innovatrix.
Mais de 200 médicos foram ouvidos no levantamento, apurado para conhecer as opiniões e impressões dos profissionais diante das novas metodologias, habilidades e formas de interação com os pacientes, que hoje permeiam todo o mercado.
Integraram o painel Luis Fernando Joaquim, sócio-líder da indústria de Life Sciences & Health Care da Deloitte, Clemente Nóbrega, CEO da Innovatrix e Francisco Balestrin, presidente do SindHosp.
Tecnologia e a formação básica do médico
Francisco Balestrin abriu a conversa contando que a maioria dos respondentes à pesquisa manifestou interesse em utilizar as novas tecnologias em seus atendimentos. Chamando a atenção, porém, para a formação do profissional de saúde. “Sinto que nós médicos estamos muito distantes desse processo de percepção do que vem a ser as novas tecnologias”.
Para Balestrin, as diferentes percepções dessas tecnologias, que transitam entre as gerações e suas mais diversas vivências, devem ser consideradas. Além da necessidade de implementar uma avaliação mais efetiva da qualificação do médico e formação que englobe o conhecimento tecnológico. Com instituições que proporcionem ambientes modernos e acesso a tais tecnologias. “O que é escasso em nosso país. Temos 6 mil hospitais, 4 mil privados e 2 mil públicos, e um número muito pequeno deles compreende essa certificação e acreditação. Nosso papel é trabalhar nas instituições de ensino para que desenvolvam esse ponto de vista de acreditação, e para que o médico tenha não apenas uma formação adequada como também uma avaliação constante dessa formação”, disse.
Balestrin falou também sobre a necessidade de reorganizar o modelo assistencial do país, antes de qualquer outra medida, enfatizando o papel decisor das políticas públicas de saúde.
Além de defender a visão ampla de processos e a avaliação constante de resultados. “Só assim será possível proporcionar uma saúde mais acessível e integrada para todos. E discussões como as de hoje, mesmo que pequenas, são importantes para que ocorram mudanças.”
A importância da experimentação
Ao mesmo tempo que há o desejo de ampliar a adoção da tecnologia na assistência médica, existe também um certo receio por parte dos profissionais, referente à responsabilização por erros e riscos cibernéticos.
A pesquisa revelou que a definição de quem será a responsabilidade em erros atribuídos à tecnologia é uma preocupação para 6 em cada 10 médicos.
Sobre a pauta, Clemente Nóbrega disse que a experimentação e a curadoria de dados são peças-chave para que haja ações informatizadas. Alegando que, diante da unanimidade em relação ao uso da tecnologia e seus benefícios para o avanço do setor, o desafio está na implantação, pois não existe um case construído no mercado. “E essa é a atitude que a gente identifica nos líderes e nas empresas, a proposta da experimentação, projeto-piloto, de começar a oferecer essa variedade de soluções. Mesmo que cientes de que grande parte delas não vão vingar, é necessário testar”.
Em continuidade, Nóbrega falou sobre a importância da centralidade do paciente, lembrando que este também precisa aprender a lidar com a tecnologia.
“É mais que uma mudança, é uma reversão de lógica, usar a tecnologia para criar modelos. Envolver o paciente nessa dinâmica é um desafio que faz parte da experimentação, um passo indispensável à transição”, concluiu.
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