A chegada do inverno (21/6 a 23/9) historicamente traz as doenças respiratórias típicas da estação. Isso acontece porque o clima frio e seco, baixa umidade do ar, escassez de chuvas e a piora da poluição aumentam a presença de bactérias e vírus.
Nesse cenário, para mapear internações de pacientes com Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) e outras prevalentes no Estado de São Paulo, o SindHosp aplicou nova pesquisa junto à sua base de representação.
O levantamento foi realizado no período de 12 a 22 de junho e ouviu 79 hospitais privados paulistas, sendo 26 da Capital e 53 do Interior. 77% destes respondentes informam que houve aumento de internação de crianças com SRAG nos últimos 15 dias.
Dados
Em relação ao crescimento de internações clínicas de crianças com a síndrome respiratória, 75% dos hospitais relatam aumento entre 21% e 39% nos últimos 15 dias e 89% informam que o tempo médio de permanência em leito clínico é de 5 a 10 dias.
A internação pediátrica em leitos de UTI, porém, teve crescimento abaixo dos 20% em 82% das unidades de saúde, com tempo médio de internação de 5 a 10 dias em 92% dos hospitais pesquisados.
Letalidade da SRAG em crianças
Perguntados sobre o índice de letalidade da doença em crianças, 98% dos hospitais informam letalidade abaixo de 10%. E o uso de ventilação mecânica é pequeno, abaixo de 10% em 96% dos hospitais.
Aumento de atendimentos no serviço de urgência?
Sim. 71% dos hospitais registraram também aumento de pacientes infantis e adultos nos serviços de urgência/emergência nos últimos 15 dias por SRAG.
Adultos também são infectados pela SRAG
70% dos hospitais informam que houve aumento de internações de adultos por SRAG e metade deles relatam que o crescimento das internações clínicas ficou abaixo de 20%. 44% informam aumento entre 21% a 39%, com tempo médio de internação de 5 a 10 dias, assim como o das crianças.
Já as internações em UTI indicam números menores: 87% dos hospitais registram crescimento das internações em índices abaixo de 20%, com tempo médio de internação também entre 5 a 10 dias, em 90% dos hospitais.
Letalidade da SRAG em adultos
A taxa de letalidade em adultos, para 96% dos hospitais, está abaixo de 10% e o uso de ventilador mecânico menor do que isso, em 87% dos estabelecimentos de saúde.
Doenças prevalentes
A pesquisa também perguntou quais doenças vêm prevalecendo nas internações hospitalares, além da SRAG. Como resposta, 34% dos estabelecimentos de saúde disseram que são outras doenças respiratórias; 30% registram doenças crônicas e 27% viroses em geral.
Para visualizar todos os dados coletados no levantamento, acesse aqui.
Como dito no início desta matéria, o aumento de doenças respiratórias é comum no inverno. Acompanhe a evolução da SRAG durante os anos, em levantamento do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo. Clique aqui.
O SindHosp recomenda que a população procure um médico ou unidade de pronto atendimento para uma avaliação, em caso de febre persistente ou problemas respiratórios. E reforça que a melhor prevenção contra a SRAG e outras doenças respiratórias é manter a carteira de vacinação atualizada, principalmente para as doses contra a Covid-19 e a gripe. Também é importante cuidar para que os ambientes fiquem arejados e optar por hábitos saudáveis de vida, como alimentação nutritiva, prática de esportes, beber bastante água e boas noites de sono.