Debate destaca uso de IA por gestores da saúde para mineração de processos

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O assunto inteligência artificial voltou a ser pauta em um evento do SindHosp. Desta vez, em um debate realizado em parceria com os grupos UpFlux e Vivhas. Moderado pela diretora executiva do Sindicato, Larissa Eloi, o workcafé UpFlux Health Care Day reuniu grandes personalidades da área da saúde para discutir o tema “Maximizando Resultados com a Inteligência Artificial” e apontar as aplicações de IA na gestão da saúde. Clique aqui para assistir à íntegra do evento, realizado na sede do SindHosp, com audiência híbrida.

Larissa Eloi, do SindHosp, abriu o debate: “Há uma evolução do uso da IA, estudos mostram que mais de 70% das empresas consideram usar a tecnologia em seus processos”. Jean Gorinchteyn, diretor técnico-científico da Fehoesp, foi o segundo a falar. Para ele, o uso da inteligência artificial atingiu um ponto sem volta. “A tecnologia já faz parte da nossa realidade, esse é um fato”, destacou Gorinchteyn. “Na área da saúde, o desafio dos gestores é usar a IA para incrementar a qualidade assistencial levando em conta dois clientes, o paciente e o profissional da saúde. É preciso considerar que existem muitos profissionais de saúde que não saem da faculdade idealmente qualificados para exercer sua função”.

Mendel Sanger, diretor de Tecnologia do Grupo Vivhas, acrescentou que a mineração de processos no âmbito da saúde ganhou consistência com o uso de algoritmos de inteligência artificial. “O desafio é combinar tecnologia e gestão”, destacou o executivo.

IA como sistema de apoio

O engenheiro Luiz De Luca, da De Luca Consultoria e Gerenciamento, apresentou o painel “Inovação e Transformação”. Segundo ele, a IA vai suprir muito trabalho manual desnecessário. “Mas os gestores têm de saber qual será sua aplicação. Em minha opinião, a inteligência artificial pode ser um sistema de apoio de decisão clínica fantástico, mas como sistema de apoio”, disse De Luca.

O engenheiro acredita que as áreas de humanas, exatas e biológicas vão se fundir cada vez mais. “O profissional de saúde vai precisar ter conhecimento técnico e comportamental para enfrentar os desafios de um ambiente digital. Nesse contexto de mudança tecnológica, os principais agentes transformadores serão as pessoas”, enfatizou Luiz De Luca.

O urologista Carlos Sacomani, coordenador médico de Inovação e Tecnologia do A.C. Camargo Cancer Center, que apresentou o painel “Transformando dados em resultados com IA e Process Mining”, é um exemplo dessa mudança de escopo do profissional de saúde. “Pertenço a uma nova categoria de médicos, que unem saúde e biologia com exatas e humanas, um médico dentro da tecnologia. Assim como temos engenheiros na saúde. Essa é uma tendência, de profissionais híbridos, com papel de conectores”, opinou Sacomani.

Mineração de processos

Para ele, apesar da democratização da inteligência artificial com o ChatGPT, os rituais da ciência, que exigem muita pesquisa, validação e comprovação, devem retardar o uso da IA no ambiente médico propriamente dito, a não ser como ferramenta de apoio. “Em compensação, terá um uso estratégico em tarefas administrativas, definição de modelos de gestão e mapeamento de processos, tendo impacto significativo tanto na linha de cuidado como no fluxo de caixa. Vemos um grande potencial da IA no que chamamos ‘mineração de processos’, em que analisamos as conformidades e não conformidades de todo o processo. Nesse caso, não adianta ter a ferramenta se não tiver um bom gestor para entender o que está havendo e tomar as decisões para mudar”, acrescentou Sacomani.

O diretor executivo da UpFlux, Alex Meincheim, que apresentou o “UpFlux Showcase”, acredita que a IA é fruto de uma “tempestade perfeita”. Em seu painel, ele disse que o aumento da capacidade computacional, a evolução das técnicas de IA e a digitalização de processos da saúde criaram um ambiente propício para a disseminação da nova tecnologia de algoritmos. “A complexidade das organizações esconde ineficiências que drenam performance de negócio, e a IA pode ser útil justamente fazendo a mineração de processos e identificando desperdícios associados à jornada do paciente”, afirmou Meincheim.

De acordo com o executivo da Upflux, as empresas de saúde podem entender seus processos perguntando aos dados, não mais às pessoas. “Para tanto, é preciso ter indicadores de desempenho, conhecimento de processos e ações para melhorar e controlar esses processos”, defendeu Meincheim. “O mais importante é conseguir agir antes de os problemas aparecerem, utilizando a tecnologia de fato, e de forma automatizada”.

Durante o debate final, Luiz De Luca chamou a atenção para o papel da área técnica: “Somos todos gestores do negócio, e não adianta tecnologia se o gestor não sabe tomar decisões”.  Já Carlos Sacomani destacou que muitos profissionais saem da residência médica sem treinamento em IA: “É preciso inseri-los nessa realidade. A IA tem potencial para dar mais tempo para que o médico volte a ser médico, sendo o protagonista que sempre foi”. Por fim, Alex Meicheim sustentou que a tecnologia não pode ser usada apenas para “apagar incêndios”. “As organizações têm de agir de forma proativa, sempre escoradas no tripé tecnologia, processos e pessoas”.

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