Brasil ganha primeira edição em língua portuguesa do Atlas do Câncer

Em 2016, Brasil terá 600 mil novos casos de câncer, segundo documento

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Dados sobre a incidência do câncer no Brasil e no mundo assim como formas de prevenção estão reunidas no Atlas do Câncer lançado em São Paulo (SP).
 
Pela primeira vez, a edição ganhou sua versão em língua portuguesa e contou com a participação de profissionais do Hospital de Câncer em Barretos (SP), e de pesquisadores das três principais instituições de tratamento da doença nos Estados Unidos.
 
O atlas com informações sobre a doença em 185 países está disponível nas versões impressa e online.
 
Mama e próstata no Brasil
 
O livro mostra que os tipos de câncer mais comuns no Brasil, o de mama entre as mulheres e o de próstata nos homens, têm as chances de tratamento e cura enormemente facilitadas quando o diagnóstico é precoce. Por isso, os médicos brasileiros e do mundo todo insistem na importância da prevenção.
Só em 2016, 600 mil novos casos da doença devem ser registrados no país, conforme levantamento feito pelo estudo.
 
De acordo com o diretor do Instituto de Pesquisa do Hospital de Câncer de Barretos José Humberto Fregnati, o material completo auxilia o trabalho de médicos e facilita a comunicação com pacientes. “Ele pode ser utilizado de uma forma muito fácil para explicar, por exemplo, para os pacientes conceitos de prevenção de câncer, fatores de risco de câncer. O médico no seu consultório pode ter esse atlas e mostrar para o paciente para ficar mais fácil o entendimento, a explicação de prevenção e tratamento”, afirma.
 
Dados sobre o planeta
 
O estudo feito no mundo inteiro obteve dados importantes sobre a ocorrência dos tipos da doença. Entre as mulheres, o câncer de mama é o de maior incidência. Depois, aparecem os cânceres de intestino grosso e de colo do útero.
 
No caso dos homens, o de pulmão é mais frequente no leste europeu, na Ásia e no norte da África. O câncer de próstata é o que mais ocorre na Europa ocidental, na maior parte da África e nas Américas, incluindo o Brasil.
 
Fregnati afirma que o número de casos de câncer no intestino grosso tem crescido no Brasil, e que o motivo pode estar aliado às mudanças no hábito da população. “Os brasileiros estão cada vez mais acima do peso, e a obesidade, o sobrepeso, são fatores de risco para o câncer colo-retal também”, diz.
 
Para o ginecologista Júlio César Possati Resende, do Departamento de Prevenção do Hospital de Barretos, a prevenção é o principal fator que contribui para minimizar o risco de morte pela doença.
 
“Nós consideramos que quando você consegue identificar os fatores de risco e também consegue identificar formas de detectar câncer precocemente você tem um passo muito grande, um ganho em termos de diminuir a mortalidade, todos os problemas relacionados à doença em si”, afirma.

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