Com quatro mandados de vereador na cidade de Campinas e atual deputado estadual reeleito por São Paulo, Rafael Zimbaldi participou do videocast “Papo da Saúde” do SindHosp. Ele foi entrevistado pelos médicos Francisco Balestrin, presidente do SindHosp e da Fehoesp, e Jean Gorinchteyn, ex-secretário da Saúde de São Paulo e diretor técnico-científico da Fehoesp, e falou sobre saúde e política. A íntegra do programa pode ser vista via YouTube, no canal oficial do SindHosp. Clique aqui para assistir.
Filho de político, Rafa Zimbaldi, como é mais conhecido, cresceu na região de Ouro Verde, hoje o distrito mais populoso de Campinas. “Nasci na periferia, sei o que é morar em uma região carente. Sempre estudei em escola pública, utilizando serviços públicos. Cheguei até a política realizando um trabalho social importante, incentivado por minha mãe, o ‘Projeto Jovens do Futuro’, voltado para a qualificação profissional, que formou mais de 40 mil pessoas”, lembrou o deputado.
Carência e referência
Desde 2004, Zimbaldi atua como legislador e conhece particularmente bem os bastidores da política paulista. Para ele, a saúde de Campinas reflete um pouco da realidade de outros polos econômicos de São Paulo. “Somos uma cidade rica, com o nono orçamento do país e o segundo do estado: são 9,3 bilhões de reais para o município, sendo 2,1 bilhões somente para a saúde. Ainda assim, as pessoas esperam 800 dias para uma cirurgia ortopédica e mais de 1.200 dias para uma neurocirurgia em Campinas”, criticou o convidado do “Papo da Saúde”.
Segundo ele, além da oferta de recursos públicos, Campinas se tornou referência na área da saúde, com universidades e hospitais de ponta. “Temos o Hospital das Clínicas, o Caism (Hospital da Mulher), o Hemocentro e o IOU (Cirurgia de Cabeça e Pescoço) da Unicamp, o Centro Infantil Boldrini (Câncer Infantil), o Hospital Sobrapar, um dos únicos do mundo a realizar cirurgias de crânio e face, a Faculdade de Medicina e Odontologia São Leopoldo Mandic, com excelência em pesquisas odontológicas, e o próprio Hospital Regional de Sumaré, considerado o melhor hospital público do país”, elencou Rafa Zimbaldi. “Ou seja, existem recursos públicos e conhecimento técnico para evitar que uma pessoa fique 18 horas esperando para ser atendida em um Pronto Socorro”.
Parcerias público-privadas
Rafa Zimbaldi atribui os principais problemas dos grandes centros urbanos ao crescimento desordenado das cidades, com crônica falta de regularização fundiária. Para ele, as filas representam a grande queixa na área da saúde, o que poderia ser solucionado com parcerias entre os setores público e privado. “Temos de levar referências acadêmicas e hospitalares para o setor público. As parecerias público-privadas são necessárias e urgentes. Sim, é caro, mas é possível oferecer benefícios fiscais em troca de atendimento e exames de pacientes do SUS, por exemplo”, opinou o deputado.