Segundo autoridades reguladoras, uso do anticoncepcional Yasmin, da Bayer, e de dez outros produtos semelhantes pode levar ao desenvolvimento de trombose
O uso do anticoncepcional Yasmin, da Bayer, e de dez outros produtos semelhantes pode estar associado ao risco mais alto de trombose que outras pílulas de controle de natalidade, disseram autoridades reguladoras.
As pílulas, que contêm drospirenona, versão sintética do hormônio progesterona, receberão novas etiquetas refletindo o resultado de análise que mostrou risco até três vezes maior da formação de coágulos que podem causar trombose, afirmou a vigilância sanitária dos EUA (FDA). A pesquisa comparou os remédios a pílulas de estrógeno de baixa dosagem. Alguns estudos não identificaram aumento no risco.
A FDA sugeriu que as mulheres conversem com seus médicos a respeito dos riscos antes de decidirem tomar um contraceptivo de via oral. “O risco de coágulos é mais alto nas mulheres que tomam tais pílulas, mas esse risco ainda é mais baixo que o risco de desenvolver coágulos na gravidez e no período imediatamente posterior ao parto”, disse a FDA, anteontem.
Além do Yasmin, entre os anticoncepcionais com drospirenona estão o Beyaz, da Bayer (laboratório de Leverkusen, Alemanha), e genéricos como o Ocella e o Loryna.
No Brasil – A Bayer HealthCare Pharmaceuticals informou que atualizou as bulas dos anticoncepcionais contendo drospirenona nos Estados Unidos, seguindo a determinação do órgão regulador americano. O novo texto alerta que o medicamento com esse hormônio pode estar associado com “risco mais elevado” de tromboembolismo venoso (TEV) do que outros remédios. No Brasil, o laboratório vende os anticoncepcionais Yaz e Yasmin com esse hormônio.
A empresa ressalta que “dados clínicos de mais de 15 anos e resultados de estudos de segurança” reforçam a conclusão da companhia de que os medicamentos são “seguros e eficazes quando utilizados conforme orientação médica”. A Bayer também atualizou bulas no Canadá, na Austrália e na Europa. Mas isso não deverá ocorrer no Brasil, informa a empresa, sem que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determine a mudança.
Fonte: O Estado de S. Paulo