A aquisição do Grupo Papaiz – empresa que faz exames de radiografia odontológica – é o passo inicial para a diversificação do Fleury. O negócio, fechado por R$ 18,4 milhões, foi anunciado na sexta-feira. A transação também é a primeira realizada pela companhia de medicina diagnóstica em conjunto com a OdontoPrev – ambas as empresas têm o Bradesco como acionista (a participação é de 14% no Fleury e de 43,5% na Odontoprev). O Bradesco deve ter ficado feliz com essa transação, mas não interferiu em nenhum momento nas negociações, disse Omar Hauache, presidente do Fleury.
O interesse na transação surgiu pelas possibilidades de sinergia. Não à toa, um dos planos do Fleury é oferecer serviços de radiologia dental nos seus próprios laboratórios – uma rede que soma hoje 200 unidades de diversas marcas em todo o país. O Papaiz tem apenas oito laboratórios na capital paulista. É o nosso primeiro movimento em um mercado com uma concorrência pulverizada, ainda incipiente e com grande potencial de crescimento, disse Hauache. O setor de radiologia dental movimenta R$ 450 milhões no país.
É uma operação com sinergias porque os processos de atendimento e diagnóstico são os mesmos. Além disso, o mercado de planos odontológicos cresce de forma expressiva e a maioria dos serviços de radiologia ainda é feita com pagamento particular, afirmou Gustavo Campana, sócio da Formato Clínico, consultoria especializada no setor de medicina diagnóstica.
O Grupo Papaiz fechou o último ano com receita de R$ 13,4 milhões, sendo que 80% desse valor é proveniente de pagamento particular. A OdontoPrev representa 5% do faturamento da empresa.
O Fleury ficou com 51% da empresa de radiologia. Já os outros 49% foram adquiridos pela Clidec, empresa que administra as 60 clínicas próprias da OdontoPrev. Porém, essa fatia minoritária será dividida. Nesse processo, será criada uma nova empresa, em que a operadora de planos odontológicos terá 60% e os nove fundadores do Papaiz, 40%.
Essa aquisição não é um movimento de verticalização. Não haverá mudanças na contratação de serviços de terceiros nem tampouco preços diferenciados para as clínicas do Papaiz, diz Randal Zanetti, presidente da OdontoPrev.
Fonte: Valor Econômico