O Grupo Técnico de Segurança e Saúde Ocupacional do SindHosp discutiu o impacto dos riscos psicossociais relacionados ao trabalho em estabelecimentos de saúde. Em sua primeira reunião do ano, o GT SSO mostrou a importância de hospitais, clínicas e laboratórios monitorarem o estado de saúde mental de seus colaboradores, procurando entender aspectos da vida de cada um que vão além do trabalho.
Coordenador do Hospital Nipo-Brasileiro, o engenheiro e perito Carlos Alberto Cassiavillani apresentou a palestra “Riscos psicossociais – Modelagem de critérios e abordagem para inventario eficaz”. Segundo ele, é importante se considerar que quem movimento uma empresa são as pessoas. “Tudo gira em torno de modelo, organização e gerenciamento. Ou seja, nós mesmos criamos os fatores de risco psicossociais relacionados ao trabalho”, acrescentou.
Saúde mental e DASS 21
Ele também chamou a atenção para a forma como os gestores lidam com as equipes. “É importante que as pessoas sejam vistas como seres pensantes, não simples cumpridores de tarefas. As lideranças precisam de uma visão mais holística, compreendendo que os colaboradores vão trazer para o trabalho problemas de casa. O ser humano reage conforme o estímulo, é inescapável”, ponderou Cassiavillani.
Rastrear sinais e sintomas de depressão, ansiedade e estresse se tornou imperativo para as organizações. “Para isso, temos de ter clareza dos requisitos regulatórios, entender fatores geradores, implementar abordagens e remover as barreiras ao bem-estar”, diz Cassiavillani. Segundo ele, pertencem às categorias de fatores de risco aspectos como bullying, condição de trabalho, justiça, crescimento e desenvolvimento, liderança e expectativas claras, civilidade e respeito e mudanças.
A psicóloga Juliane Britto, também do Hospital Nipo-Brasileiro, diz que as empresas precisam saber quem são as pessoas sujeitas a riscos psicossociais e onde estão. Segundo ela, o DASS 21, um teste que mensura diferentes níveis de depressão, ansiedade e estresse, pode ser uma ferramenta eficaz. “Precisamos ajudar as pessoas a ser gentis consigo mesmas e priorizar sua saúde emocional”, destacou.
Socorrista mental
O engenheiro Evandro Sousa, coordenador de Segurança e Meio Ambiente da Rede Santa Catarina, também falou sobre saúde mental. Ele apresentou a palestra “Monitoramento de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)” e apresentou dados reveladores sobre saúde mental e riscos psicossociais no Brasil. Segundo ele, 20% da população brasileira enfrenta transtornos mentais, sendo que 12,6 milhões sofrem depressão e 9,3 milhões lidam com ansiedade. O país também lidera casos de estresse no trabalho e síndrome de burnout. “Cerca de 40% da população brasileira tem risco de desenvolver doenças psicossociais”, alertou Evandro Sousa. “O prejuízo no país por afastamento médico por depressão e ansiedade atingiu dezenas de bilhões de reais”.
Hoje em dia, a Rede Santa Catarina tem um programa de tabulação de riscos e formou socorristas mentais. Para ele, Evandro Sousa existem regras de ouro quando o assunto é risco psicossomático. “Precisamos trazer à luz todos os dados de maneira estruturada para mobilizar a alta gestão. As ações têm de ir além de programas de segurança, qualidade de vida ou felicidade no trabalho, envolvendo todos os departamentos. O monitoramento começa na medicina, mas não acaba na saúde ocupacional. E os resultados têm de ser compartilhados com as equipes de gestão, que também precisam de atenção”, sustentou Sousa. “Agora, toda vez que houver uma situação especial, as pessoas precisam ter um lugar de escape, ter ferramentas para sair daquela situação”.
Tanques de inflamáveis
Por fim, a coordenadora do GT SSO, a advogada Lucineia Nucci, chamou a atenção para as mudanças na Norma Regulamentadora 20 (NR 20), norma criada pelo Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece diretrizes para a segurança e saúde no trabalho em empresas que lidam com inflamáveis e explosivos. A alteração se deu em itens que tratam de tanques de Inflamáveis no Interior de Edifícios pela PORTARIA MTE Nº 60/2025.
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