A nova pesquisa SindHosp, do período de 8 a 11 de março, mostra que 99% dos 93 hospitais pesquisados afirmam que aumentou o número de internações por Covid-19 nos 10 dias anteriores ao levantamento. 74% dos hospitais tiveram que aumentar o número de leitos clínicos destinados à Covid-19 nesse período e 89% aumentaram o número de leitos de UTI para atendimento da Covid-19.
O aumento nas internações tem impacto direto nas taxas de ocupação dos leitos. 72% dos hospitais dizem estar com taxa de ocupação dos leitos de UTI entre 96% e 100% e 10% estão com taxa de ocupação entre 91% a 95%, ou seja, 82% apresentam ocupação entre 91% e 100%. Já nos leitos clínicos, 65% dos hospitais afirmam estar com taxas de ocupação entre 91% e 100%. “Temos uma situação de gravidade da pandemia e da ocupação de leitos nunca antes vista, desde março do ano passado. Precisamos reforçar os protocolos de prevenção e acelerar o processo de vacinação. Não há outro caminho”, destaca o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.
Os 93 hospitais pesquisados somam 6.517 leitos clínicos e 3.009 leitos de UTI. Foram ouvidos hospitais de 12 dos 17 Departamentos Regionais de Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Segundo Balestrin, os hospitais, apesar da crise, se mantêm resilientes, atentos ao seu trabalho, inclusive no atendimento de pacientes com outras patologias que não Covid, para não deixar estas pessoas desassistidas. “Não podemos impor maior dano e sacrifício às pessoas”, afirma o presidente do SindHosp.
Perfil das internações e problemas
Outro aspecto que chama atenção na nova pesquisa SindHosp é a mudança no perfil das internações por Covid-19, relatada por 91% dos respondentes. Em questão de múltipla escolha, 55% afirmam que os casos de Covid-19 estão chegando com maior gravidade aos hospitais ou apresentam rápida progressão; 54% dizem que diminuiu a faixa etária dos pacientes internados; 47% que aumentou o número de internações de crianças e adolescentes; e 46% que aumentou o tempo médio de permanência dos internados por Covid-19 em UTI.
89% dos hospitais ainda dizem estar enfrentado problemas no combate à pandemia. Novamente em questão de múltipla escolha, 81,5% dos hospitais afirmam que aumentou o preço dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs); 79% relatam aumento nos preços dos medicamentos; 58% falta de profissionais da saúde; 39% dificuldade para repor estoques de medicamentos e EPIs; e 36% estão preocupados com o cancelamento de cirurgias eletivas e queda na receita. O principal motivo para a falta de profissionais é o aumento da demanda e abertura de novos leitos para Covid-19.
Cirurgias e outros procedimentos eletivos estão sendo cancelados em 83% dos hospitais que responderam à pesquisa. Sobre a possibilidade da abertura de novos leitos para atendimento da Covid-19, se necessário, 32% dos hospitais afirmam que não têm condições de aumentar leitos; 53% afirmam que conseguem aumentar leitos de UTI e enfermaria; e 15% só conseguem disponibilizar mais leitos clínicos.
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