José Luiz Setúbal, do Banco Itaú, é o novo gestor da Santa Casa de SP

Nova gestão pretende reduzir em 12% o quadro de funcionários

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Candidato único, o médico pediatra e acionista do Banco Itaú José Luiz Setúbal foi eleito, no dia 9 de junho, novo provedor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Setúbal foi eleito para o cargo antes ocupado por Kalil Rocha Abdalla, que renunciou no dia 16 de abril deste ano. A provedoria vinha sendo conduzida, interinamente, por Ruy Altenfelder.
 
“A prioridade é sentar, conversar com as pessoas e começar um novo método de trabalho. Acredito que a Santa Casa estava sem uma liderança, e estou chegando para ser essa liderança e, a partir daí, começar a nova gestão”, disse Setúbal depois da eleição.
 
Em julho do ano passado, a Santa Casa – maior centro de atendimento filantrópico da América Latina – fechou o pronto-socorro e suspendeu as cirurgias seletivas e os exames laboratoriais, o que afetou em torno de 6 mil pessoas. Um dia depois de ter anunciado o fechamento, a Santa Casa reabriu o seu pronto-socorro e retomou os atendimentos. Em dezembro, auditoria da empresa BDO Brasil apontou que a crise financeira da Santa Casa somava débito de R$ 773 milhões. “A reestruturação das dívidas será feita no curto prazo. Vamos conversar com as autoridades e com os credores, renegociar os contratos e o que for possível, dentro de nova perspectiva”, anunciou Setúbal.
 
O hospital também teve problemas com o pagamento de salários de funcionários. Em março deste ano, o Sindicato dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem e Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de São Paulo (SinSaudeSP) entrou com ação trabalhista na Justiça, requerendo o pagamento do salário de novembro de 270 empregados, diferença do 13º salário de 2014 de todos os empregados e multas pelo atraso no pagamento das verbas de 2014. No dia 20 de maio o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região condenou a Santa Casa a quitar, no prazo de 30 dias, os salários devidos de 2014.
 
Setúbal admitiu que deve ocorrer demissões na Santa Casa, mas não revelou quando e quantas pessoas serão demitidas. “A Santa Casa, há dois anos, tinha 39 unidades de saúde. Hoje tem sete. A estrutura que tinha para administrar 39 [unidades] não precisa para administrar sete”, comentou.
 
O novo gestor disse que, para recuperar financeiramente a instituição, pretende aumentar a participação do atendimento privado nas duas unidades Santa Isabel da Santa Casa, sem diminuir o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que hoje corresponde a 95% da receita do hospital. “A Santa Casa tem dois hospitais privados que precisam ter boa gestão, o que não está acontecendo. Eles [os dois hospitais] estão com taxa de ocupação muito baixa. Queremos negociar com as operadoras e aumentar o fluxo de pacientes nesses hospitais”, destacou.
 

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