Healthcare Alliance, SindHosp e FOLKS Debatem Maturidade Digital dos Hospitais Paulistas

Maturidade digital
Evento reuniu os 5 gestores das principais instituições de saúde de São Paulo, na sede do SindHosp.

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Em parceria com a Healthcare Alliance, o SindHosp realizou, em 29 de novembro, o evento gratuito ‘Como está a Maturidade Digital do seu Hospital?’

O diálogo foi fomentado pelo próprio presidente do Sindicato, Francisco Balestrin, e mais 5 gestores das principais instituições de saúde de São Paulo, a saber: Carlos Alberto Marsal, diretor-executivo e financeiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz; Mark Carvalho, CFO da MV; Claudio Giuliano, CEO da Folks; e Milton Alves, diretor de Tecnologia da Informação na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e Fábio Sinisgalli, diretor-executivo da Healthcare Alliance, que moderou um dos painéis.

Dividido em dois momentos, o encontro pode ser acompanhado por público presencial e virtual, ao vivo no YouTube:

No painel de abertura,  Claudio Giulliano, CEO da FOLKS, apresentou os resultados de um novo levantamento que mensurou o estágio digital dos hospitais em todo Brasil e em SP, através do método chamado Índice de Maturidade Digital. Já na segunda fase, as 5 lideranças convidadas articularam sobre  a cadeia de recebíveis e os desafios financeiros para alavancar a transformação digital nas instituições. Siga com a leitura e saiba mais!

Maturidade Digital dos Hospitais 

No início de sua fala, Cláudio explica como realizou a avaliação de maturidade digital dos hospitais brasileiros e paulistas, com um método criado pela FOLKS, chamado Índice de Maturidade Digital, o qual vem sendo aplicado em hospitais do país desde 2019, especialmente os da iniciativa privada. “O objetivo é acelerar os passos e auxiliar as empresas de saúde nesse processo de transformação digital”. 

O executivo esclarece que ser maduro digitalmente “não significa comprar tecnologia, colocar um sistema para rodar ou um APP para funcionar, há vários aspectos que devem ser considerados, é a chamada preparação para a jornada digital. De um lado, adotamos e implementamos a tecnologia, do outro nós nos preparamos enquanto instituição para ser digital.”

Segundo ele, as questões que resultam no índice maturidade de um hospital avaliado englobam aspectos como equipe preparada, governança, avaliação de impacto e taxa de adesão. Como a instituição está se preparando em termos de conhecimento? Qual é o nível de adoção tecnológica? 

Após esses anos de pesquisa no mercado brasileiro, os dados revelam que, na base avaliada de 175 hospitais, a média da maturidade digital chega a 44%. Já em São Paulo, a avaliação de 69 hospitais resultou em 45%, se aproximando da realidade nacional. 

Apesar dos números revelarem que estamos evoluindo com a tecnologia na saúde, Claudio acredita que essa média tende a cair, pois muitos dos hospitais participantes estão em São Paulo, região com alta adesão ao digital, em discrepância com a maioria das demais regiões do país.

O levantamento da FOLKS aponta ainda que muitas empresas têm comprado tecnologia, mas poucas têm se preocupado com estratégia digital e governança, o que prejudica os resultados da chamada transformação digital.

Os desafios financeiros para alavancar a transformação digital nas instituições de saúde

Um dos principais desafios para aumentar a maturidade digital nas instituições está no financiamento, e esse foi o tema do segundo painel.

Marsal, diretor-executivo e financeiro do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, abriu o debate falando sobre como é importante ter processos bem definidos, durante uma transformação digital. “É preciso cuidar do gerenciamento, ter metas, sistema de pagamento organizado e acompanhar como todo o ecossistema empresarial reage. Essa preparação é que possibilita a sistematização dos processos e é essencial!”

O diretor conta que pesquisas publicadas recentemente pela Anahp apontam aumento das glosas na saúde em 30%, e dos prazos médios de recebimento em 10%. “Hoje, já não é incomum o ciclo de pagamento ultrapassar 100 dias”.

Sendo assim, para Marsal, manter a saúde financeira das empresas de saúde é uma tarefa cada dia mais desafiadora. “Temos um setor que pouco conversa e um agente pagador que, em sua maioria, não está interessado em abrir suas fragilidades para solucionar o problema”, disse em referência as operadoras de planos de saúde. Afirmando ainda que essa é a maior crise financeira vivenciada em toda sua trajetória na saúde e que o cenário exige alta eficiência e produtividade das empresas.

“Nesse sentido, a transformação digital entra como um processo fundamental para a sobrevivência da saúde nos próximos anos”. 

Assim, para Marsal, temos uma “lição de casa”, a de adotar medidas para reduzir os prazos médios de faturamento, e então otimizar os prazo médios de recebimento, fazendo isso com alinhamento efetivo de todos os que participam da cadeia. “É uma verdadeira reconstrução do sistema, desconstruir e construir tudo de novo, com desprendimento e preparação técnica”.

O diretor financeiro da MV, Mark Carvalho, seguiu com o diálogo enfatizando que a tecnologia deve ser escalável. “Se não for multiplicada, a tecnologia se torna um recurso ainda mais caro, então ela deve ser amplamente compartilhada”. Para ele, a transformação é mais que digital: cultural, e o digital é apenas uma parte do todo. “Se o sistema não se organiza e não se transforma ele não sobrevive, e essa organização é uma construção a longo prazo”. 

Claudio Giuliano, CEO da FOLKS, assim como Marsal, defendeu o pensamento estratégico e a definição de processos, recomendando a avaliação do melhor caminho a seguir e como a tecnologia se acopla em cada situação. “Não basta melhorar, temos que repensar e transformar não apenas as instituições de saúde, mas todo o sistema. Isso envolve muito mais os gestores do que o departamento de TI, o TI irá executar a estratégia digital criada”. 

Em seguida, falou sobre o papel das entidades de classe nesse trâmite de adoção ao digital, afirmando que, para que a maturidade digital dos hospitais aumente, é importante que as associações impulsionem o debate. “Esse evento proporcionado pelo SindHosp já é uma forma de fazer isso”. O diretor enfatiza, porém, que o grande impulsionador de que precisamos é o governo.

“Precisamos de bons projetos governamentais que invistam para implementar cada vez mais o digital na saúde. O governo tem que fazer muito mais do que vem fazendo, se falta financiamento precisa ter! Além de incentivo às empresas digitais e desenvolvimento de projetos estruturais, com foco não só no setor público, mas no todo, pois somos um sistema único de saúde.”

O diretor-executivo da Healthcare Alliance, Fábio Sinisgalli, completou o debate falando sobre a mudança de comportamento dos clientes da saúde, “os clientes estão cada vez mais exigentes, conhecendo todas as possibilidades de tratamentos, tecnologias e medicações e cada vez mais buscam por atendimento ágil. Acredito que eles, os usuários/clientes, é  que são protagonistas de todo esse processo, e também grandes impulsionadores”. 

Em encerramento, Francisco Balestrin, presidente do SindHosp, disse vislumbrar um caminho longo pela frente, no que concerne à transformação digital. “Para termos êxito nesse trajeto, é preciso que tudo seja realizado de mãos dadas com o governo, entidades, pacientes e empresas que precisam ser transformadas, a começar pelo mindset”.

Quer saber qual é o Índice de Maturidade Digital do seu hospital? Acesse o site da FOLKS e responda ao questionário gratuitamente. São 4 fases simples e didáticas de avaliação e o resultado é emitido na hora.

Obrigado por acompanhar as iniciativas e eventos do SindHosp! Para mais atualizações, orientações do Sindicato e Convenções Coletivas de Trabalho, acesse aba ‘Notícias’ e nos acompanhe nas redes sociais.

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