Diálogos da Saúde em Parceria com a Johnson & Johnson Innovative Medicine Brasil
O SindHosp sediou um debate especial sobre os rumos da saúde no Brasil. Realizado em parceria com a Johnson & Johnson e moderado pelo presidente da entidade, Francisco Balestrin, o evento chamou a atenção para o tema “Diálogos e Parcerias para um Futuro mais Saudável”. Participaram do encontro, que aconteceu na manhã do dia 28 de novembro, em São Paulo, a presidente da J&J, Amanda Spina, a diretora executiva de Estratégia e ESG do Grupo Fleury, Andrea Marçon Bocabello, e o vice-presidente Médico e de Serviços Externos da Rede D’Or São Luiz, Leandro Reis Tavares, além da CEO do SindHosp e anfitriã, Larissa Eloi. A íntegra do debate, que faz parte da série “Diálogos da Saúde”, está disponível no canal do SindHosp no YouTube, aqui: https://www.youtube.com/watch?v=XjE_tiYVvkQ.
Ponto de inflexão
Francisco Balestrin abriu o evento, destacando os desafios dos tempos atuais no mercado da saúde. “O mundo, a sociedade e nós do setor da saúde estamos em um ‘turning point’. As novas sociedades têm de estar focadas nessa transição, atentas a questões como inovação, governança, responsabilidade social e cuidados ambientais”.
Após a abertura, Amanda Spina fez uma apresentação institucional da Johnson. Ela foi anunciada pela diretora executiva do SindHosp, Larissa Eloi, que fez questão de enaltecer a presença de mulheres à frente dos grandes debates atuais. “Como CEO mulher, fico feliz de ver lideranças femininas fazendo a diferença na sociedade”, afirmou Eloi.
Mudanças na Johnson
A presidente da Johnson & Johnson enfatizou o compromisso da empresa com a agenda ESG, sigla em inglês para o conceito Ambiental, Social e Governança (ASG em português). “Acreditamos em inovação e competitividade para um futuro sustentável. Estamos há 90 anos no Brasil e precisamos avançar em agendas ESG sem deixar de inovar e ser competitivo”, disse Amanda Spina, que lembrou que a Janssen (farmacêutica) e a Meditec (aparelhos) viraram Johnson & Johnson Innovative Medicine e a Johnson & Johnson (consumo) se tornou uma empresa independente, a Kenvue.
Segundo Amanda Spina, na prática, o “credo” da empresa não muda. “Há conceitos que vamos sempre manter. Isso vale para o cuidado com pacientes, extensivo a familiares, cuidadores e profissionais de saúde, a responsabilidade com colaboradores, com inclusão, bem-estar e equidade, a atenção com comunidade, meio ambiente e recursos naturais e o compromisso com acionista, lembrando que investimos 12 bilhões de reais em inovação e temos 13 mil cientistas trabalhando conosco pelo mundo. No Brasil, estamos entre as cinco empresas que mais investem em pesquisa e desenvolvimento”.
ESG como negócio
Depois da apresentação da Johnson & Jonhson, teve início o painel “Impacto Positivos da Saúde – Diálogos e Ações para Sustentabilidade do Setor da Saúde, da Sociedade e do Planeta”. Andrea Bocabello, do Grupo Fleury, tratou do tema “inovação e competitividade a partir da cultura de diversidade e inclusão”.
Segundo ela, o ESG é parte da estratégia do grupo, especializado em medicina diagnóstica. “As iniciativas ESG geram receita, vão além de se ‘fazer o certo’. Existe um mercado em torno do conceito ESG e, se não o exploramos, não só perdemos oportunidades de negócio como deixamos de nos comunicar os clientes”, explica Bocabello.
A executiva diz que diversidade e inclusão são a base de toda a entrega ESG. “Tendo um público interno diverso e inclusivo, você identifica necessidades que os clientes têm e, assim, consegue falar em medicina personalizada e excelência operacional, o que inclui acolhimento e segurança. Além disso, inclusão e diversidade suscitam inovações, novos modelos, novos produtos, maneiras diferentes de entender uma determinada expressão e investimento de longo prazo, mais barato, a partir do engajamento de steakholders”, acrescentou Andrea Bocabello. “Antes, ninguém entendia a conexão entre estratégia, inovação e ESG. Hoje, as coisas mudaram”.
Razão de existir
Por fim, foi a vez de Leandro Tavares, da Rede D’Or São Luiz, que falou sobre a “Importância de Ações ESG como Ferramenta de Diferenciação no Mercado de Saúde”. Ele destacou que o grupo tem 73 hospitais, 11 mil leitos hospitalares, 3.500 leitos de tratamento intensivo, o maior banco de sangue privado do país e segunda maior seguradora do país.
“As práticas ASG (ESG) têm de existir como as razões de existir das nossas empresas no setor da saúde. Não tem como dissociar. Senão soa meio falso, para inglês ver. Por isso nosso propósito é levar a melhor medicina nas áreas que atendemos, oferecendo as melhores condições de trabalho para o profissional de saúde, em um ambiente absolutamente seguro para o paciente”, revelou Tavares.
Leandro Tavares reconhece que o impacto ambiental dos serviços de saúde é muito grande. “O consumo de energia é enorme, o de água também… o de recursos naturais é gigantesco e a produção de lixo é uma enormidade. Para piora, produzimos um lixo que não se degrada rapidamente, permanece muito tempo sobre a face da Terra. Por isso fizemos um inventário de carbono para dimensionar o impacto total e neutralizar”, contou Tavares. “Há cinco anos não inauguramos um hospital sem que o prédio seja ambientalmente amigável, ou seja, receba todo um trabalho de eficiência energética e água, desde sua estrutura”.
O executivo da Rede D’Or compara as práticas ESG com as práticas de qualidade hospitalar. “É um processo, um compromisso que a alta administração faz permear por toda a instituição até chegar às raízes”, conta Tavares. Entre as iniciativas do grupo estão a compra de roupas de cama de uma cooperativa de costureiras e a doação dos tecidos posteriormente para confecção de peças para famílias economicamente vulneráveis, além de leitos de pediatria para cirurgias de alta complexidade para comunidades do Rio.
“Também temos o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, totalmente custeado por capital privado. Temos um bilhão de reais para os próximos 10 anos. Os pesquisadores lá têm indicadores comparáveis ao de grandes instituições internacionais. Temos parcerias e publicações com cerca de 100 universidades ao redor do mundo e 104 Ph.D’s desenvolvendo em tempo integral pesquisa e ciência, e ciência básica”.