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Os desafios logísticos para manter a temperatura de medicamentos

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Manter os medicamentos acondicionados em temperatura correta durante o seu transporte da linha de produção até o leito dos pacientes representa um desafio logístico para o setor da saúde. Em nova edição do WorkCafé, o SindHosp tratou do tema “Cadeia Fria Inteligente na Logística Hospitalar: Protegendo Vidas com Qualidade e Eficiência”.

Durante cerca de duas horas, os convidados apresentaram boas práticas e soluções para o transporte de cadeia fria, armazenamento e manuseio de insumos hospitalares e reagentes sensíveis à temperatura. O debate abordou os desafios e as inovações necessárias para o controle de temperatura de produtos médicos. Clique aqui e assista à íntegra do evento.

 

Fotos: Divulgação / Gerson Areias

 

Na pista do aeroporto

 

O diretor de Relações Institucionais da AGL Cargo, Jackson Campos, abriu o Work Café com a palestra “Cadeia Fria na Logística Hospitalar: Garantindo Competitividade sem perder a Qualidade”. “O principal risco de quebra da cadeia fria acontece no aeroporto, onde a carga fica literalmente na pista depois de ser desembarcada do avião”, explicou Campos. “Dentro do avião, o piloto controla a temperatura dos porões de carga. Antes ou depois do desembarque, para garantir que a carga permaneça acondicionada em temperatura correta, usamos embalagens especiais. Garantir a integridade dos produtos médicos durante todo o trajeto é crucial para a sustentabilidade de todo o ecossistema da saúde”.

 

 

O evento apresentou diversas soluções tecnológicas para o controle térmico. Embalagens ativas, com controle e monitoramento de temperatura, e passivas, com proteção física, incluindo aquelas refrigeradas com hidrogênio líquido, representam soluções essenciais no transporte de medicamentos, uma vez que a regulamentação exige controle de temperatura para todos os produtos farmacêuticos acabados. “Hoje em dia, além dos fabricantes, os provedores de logísticas têm corresponsabilidade pela integridade dos medicamentos”, explicou Jackson Campos, da AGL Cargo, chamando a atenção para a importância da certificação de boas práticas de distribuição (GDP, na sigla em inglês) e de sistemas de gestão de qualidade com rastreamento em tempo real.

 

Câmara fria própria

 

Na segunda etapa do WorkCafé, os convidados participaram da roda de conversa “Logística Internacional de Cadeia Fria – O Equilíbrio entre Economia e Segurança do Paciente”. Integraram a mesa, que teve moderação de Larissa Eloi, diretora-executiva do SindHosp, Gustavo Taboas, CPO-VP e diretor-executivo de Compras, Suprimentos e Logística Corporativo do Hospital Albert Einstein; Pedro Hanzava, CFO da Spectrun Bio; e Jackson Campos, diretor de Relações Institucionais da AGL Cargo.

“A cadeia fria faz parte do que chamamos de ‘coração invisível’ da saúde, que é todo o processo que está por trás do funcionamento de hospitais, laboratórios e clínicas. A cadeia de suprimentos reforça o cuidado que existem com o paciente, daí a existência de relações movidas pela confiança”, abriu o debate Larissa Eloi, do SindHosp.

 

 

Gustavo Taboas lembrou que o hospital Albert Einsten gerencia diversas unidades, próprias e públicas, em todo o Brasil. “O abastecimento desta rede é complexo, pois inclui processos logísticos com materiais que exigem controle de temperatura, como vacinas, imunobiológicos e medicamentos. A tratativa da temperatura é crítica”, destacou o executivo. “Temos um centro logístico com câmara fria onde armazenamentos tudo antes de distribuir para nossas unidades. Investimos também em rastreabilidade e monitoramento da temperatura de embalagens, podendo rastrear e segregar itens em caso de necessidade. Parece caro, mas as perdas podem custar bem mais. Além disso, com nosso centro, conseguimos regular estoques, algo imprescindível em momentos de crise de abastecimento”.

 

Prazo de validade

 

Pedro Hanzava, da Spectrun Bio, destacou que houve um aumento de 15% do custo de transporte aéreo internacional. “Para atenuar o repasse desses custos, precisamos alinhar a compra e a revenda dos produtos, aproveitando melhor os contêineres”, explicou Hanzava. “Uma questão sensível passa pelo prazo de validade dos produtos, considerando situações fora do nosso controle, como uma inspeção extraordinária da Anvisa, por exemplo. Para isso, temos uma câmara fria e mantemos ‘gorduras’ em estoque, atendendo clientes que estão rodando produtos ou apresentam demandas de última hora”.

 

 

No debate, os participantes reforçaram a relevância da parceria com especialistas em logística. Segundo eles, essa colaboração assegura a entrega eficiente e segura de suprimentos médicos sensíveis, sobretudo medicamentos oncológicos de alto custo e materiais biológicos. Pontuaram, ainda, que cadeias frias robustas são pilares estratégicos de uma saúde global, uma vez que a cadeia de suprimentos garante a integridade dos produtos. Além disso, enfatizaram o impacto da tecnologia na otimização dos processos, concordando que a inovação tecnológica é vital para superar os desafios logísticos.

 

 

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