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‘Paciente bem cuidado é menos oneroso’, diz presidente da Unidas  

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O videocast Papo da Saúde recebeu Mário Jorge Vital, que assumiu no início deste ano de 2025 a presidência da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), associação das operadoras de autogestão responsáveis pela saúde de mais de 4 milhões de brasileiros. Com 27 anos de atuação na Caixa de Assistência (Cassis) e formação na área contábil, o paraibano Mário Jorge conversou com Francisco Balestrin, presidente do SindHosp/FESAÚDE-SP e vice-presidente da CNSaúde, e falou sobre os desafios da Saúde Suplementar do ponto de vista das instituições de autogestão. Clique aqui, para assistir à íntegra da entrevista.

 

Qualidade assistencial e gestão financeira

 

Segundo Mário Jorge, as instituições de autogestão são entidades sem fins lucrativos, que cumprem uma função social, mas dependem de superávit para manter sua sustentabilidade econômico-financeira. “As instituições de autogestão começaram a surgir nas décadas de 1950 e 1960 e foram se estruturando a partir das necessidades e das demandas dos usuários, tendo a solidariedade como princípio básico. Só vamos trazer sustentabilidade quando todo o sistema for centrado no paciente, no beneficiário”, defendeu o presidente da Unidas, que reúne mais de 100 instituições filiadas. “Precisa de um cuidado organizado e integral”.

 

 

Mário Jorge reconhece que a autogestão depende de provimento de recursos, mesmo com foco no assistencial. “Temos uma boa gestão do econômico-financeiro justamente para reverter os recursos em qualidade de atendimento. Com uma assistência de qualidade, a gestão financeira fica menos desafiadora. Assistência e gestão financeira não são concorrentes ou paradoxais. Na verdade, um incentiva o outro, são complementares. O paciente bem cuidado é menos oneroso para a operadora de saúde”, defendeu Mário Jorge.

 

Autogestão e envelhecimento

 

O entrevistado do Papo da Saúde também defendeu menos assimetria de informações e mais compartilhamento de dados no setor, com foco em desfechos clínicos. “Este é o desafio da cadeia, sair da atual remuneração por produção e migrar para uma remuneração por resultados assistenciais”, sustentou Mário Jorge. “Temos de remunerar melhor quem cuida bem dos pacientes”.

O presidente da Unidas informou que as instituições de autogestão respondem por 9% dos usuários de hospitais, mas representam 30% das receitas desses mesmas organizações. Segundo ele, isso se dá porque as instituições de autogestão garantem a permanência dos idosos no sistema. “No Brasil, o índice de envelhecimento, que mede a relação entre maiores de 60 anos e menores de 14 anos, é de 55%. Na saúde suplementar, esse índice é superior ao da sociedade brasileira, chegando a quase 80%. Na autogestão, o índice dispara para 175%”, disse Mario Jorge. “Temos um amadurecimento da população e a autogestão já está cuidando do idoso”.

 

 

Do ponto de vista das políticas públicas, Mario Jorge acredita que o Ministério da Saúde deve capitanear uma transformação, já que a saúde suplementar faz parte do SUS. “Precisamos de mais eficiência, de interoperabilidade, de prontuários únicos, com todos os cuidados necessários para esse processo. A fragmentação do cuidado traz desperdício”, acredita Jorge.

 

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