Em meio a tantos temas legislativos que vêm sendo discutidos no Brasil, como a reforma da Previdência e a reforma trabalhista, outro importante marco legal que precisa entrar na pauta da sociedade brasileira é o testamento vital, um importante documento para formalizar a morte digna.
Essa foi a tônica do discurso do presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, durante a abertura da 24ª Feira Hospitalar. “Nesse momento que estamos vivendo no país, o otimismo começa a voltar e seguimos falando em nossas rotinas sobre grandes reformas diuturnamente divulgadas nos jornais. Elas são importantes para que a gente consiga chegar num ponto elevado de desenvolvimento social, pois não podemos conviver mais com leis ultrapassadas, como a CLT, que é da década de 40”, ressaltou.
“Aqui na Hospitalar, que se configura em uma verdadeira semana da saúde, também temos que evoluir nesse aspecto. A feira tem foco em tecnologia, trazendo os avanços mais recentes do mundo todo para que as pessoas consigam uma qualidade de vida. Ao mesmo tempo, a prestigiada revista britânica The Economist levantou a questão de que a morte é inevitável, mas a morte com sofrimento, não”, salienta. “Então precisamos ter um marco legal para a que possamos atuar profissionalmente e com nossos familiares para respeitar o que o paciente quer quando vive uma situação tão definitiva como esta”, explicou.
O presidente da FEHOESP citou dados americanos, mostrando que 80% dos gastos com saúde se dão nos 18 meses antes da morte do paciente. “E custo é um problema sério em todo o setor da saúde. Com o envelhecimento da população vamos ter cada vez mais casos de doenças crônico-degenerativas e essas enfermidades devem ser tratadas de maneira adequada e não indiscriminadamente com sofrimento e gastos que nem a família e nem o setor de saúde tem como arcar”.
Por Eleni Trindade
Fotos: Leandro Godoi
