O câncer de mama é considerado como o segundo tipo da doença que mais atinge mulheres no Brasil e no mundo. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), para este ano, a estimativa é de mais de 57 mil novos casos. Embora tenha uma alta incidência, a chance de cura desse tipo de câncer pode chegar a até 95%, se a doença for diagnosticada precocemente.
Porém, um levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2013, revelou que 40% das mulheres, entre 50 e 69 anos de idade, em todo o Brasil, não realizaram mamografia nos dois últimos anos anteriores à pesquisa. “Por conta disso, infelizmente, no Brasil, a maioria dos diagnósticos é realizada em fases avançadas da doença”, revela o oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Agnaldo Anelli.
Há diversos fatores que aumentam o risco de a mulher desenvolver o problema, como ter idade superior a 50 anos, ser tabagista e ter realizado terapia de reposição hormonal (TRH) sem a supervisão médica adequada. “A incidência familiar também é relevante. Mulheres com parentes de primeiro grau, como irmãs ou filhas, que têm ou tiveram câncer de mama, apresentam um risco 30% maior, quando comparadas com outras sem esse histórico”, explica.
Nos casos de doença na família, é importante iniciar o acompanhamento médico ainda jovem. “A mamografia é apenas indicada para mulheres com mais de 50 anos, mas, antes disso, é possível realizar a ultrassonografia das mamas. O exame de imagem detecta se há lesões suspeitas e, caso alguma alteração seja encontrada, será necessário realizar biópsia do tumor, assim como fazemos com a mamografia,”, esclarece Anelli.
Com base no diagnóstico, o especialista vai indicar o tratamento mais assertivo. “A Medicina tem evoluído muito, aumentando as chances de cura e proporcionando mais bem-estar aos pacientes. Cirurgicamente, as terapias minimante invasivas, recomendadas para os casos iniciais, permitem abordagens curativas com excelente resultado estético. Do ponto de vista sistêmico, cerca de 20 novas drogas se tornaram disponíveis nos últimos 15 anos para o tratamento do câncer de mama. Mesmo assim, para um bom prognóstico, o mais recomendado é o acompanhamento anual com o médico e a realização da mamografia”, finaliza.