13 de outubro de 2015

Projeto que obriga hospitais e clínicas privados a exibir tabela de preços vai à Câmara

Segue para deliberação da Câmara dos Deputados projeto que obriga hospitais e clínicas privados a disponibilizar ao consumidor tabela com preços de serviços, consultas, terapias, exames, procedimentos, medicamentos e vacinas. A proposta foi aprovada no dia 6 de outubro, em turno suplementar na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

A medida foi aprovada na forma de substitutivo de Lídice da Mata (PSB-BA) ao PLS 92/2014, do ex-senador Jayme Campos, e vale para serviços privados de assistência ambulatorial, diagnósticos, terapias e atendimento odontológico.

Lídice da Mata modificou o texto original para excluir a exigência de exposição de tabelas de preços nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS), que são custeadas pelo Estado, e nas que atendem usuários de planos de saúde, por negociarem os valores diretamente com as operadoras.

Ela excluiu também atendimentos de urgência e emergência, mesmo que privados, por considerar inexequível, nesses atendimentos, a medida contida do projeto, frente ao grande número de procedimentos e à imprevisibilidade dos atendimentos.

O hospital ou clínica particular que descumprir a norma estará sujeito às sanções previstas no Código de Defesa do Consumidor  (lei 8.078/1990).
 

ANS determina novas portabilidades especial e extraordinária

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) monitora de forma permanente o desempenho econômico-financeiro do mercado, sempre o orientando e tomando as medidas necessárias em caso de detecção de desequilíbrios.
 
Diante disso, a ANS determinou a portabilidade extraordinária de carências para os beneficiários dos seguintes planos: Casa de Caridade de Muriaé – Hospital São Paulo; Sociedade Operária Humanitária; Beneplan; e Hospital Oswaldo Cruz. 
 
Os consumidores dessas operadoras têm 60 dias para optar por novo plano, sem cumprir carência ou cobertura parcial temporária. Caso o beneficiário ainda esteja em carência, esta continuará sendo cumprida na nova operadora. 
 
Os beneficiários devem se dirigir à operadora escolhida, que deverá aceitá-los imediatamente se estiverem com a documentação necessária: identidade, CPF, comprovante de residência e pelo menos quatro boletos pagos na operadora de origem, referentes ao período dos últimos seis meses.
 
Também, por determinação da ANS, estão sob regime de portabilidade especial os consumidores das seguintes operadoras: Odonto Health e Irmandade do Hospital de Nossa Senhora das Dores, e os consumidores também têm um prazo de até 60 dias para exercerem a portabilidade especial de carências para plano individual, familiar ou coletivo por adesão. Para isso, precisam consultar o Guia de Planos, no Portal da ANS (www.ans.gov.br/guiadeplanos/).
 
As determinações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foram publicadas no Diário Oficial da União em 8 de outubro de 2015. Em caso de dúvidas, os consumidores podem contatar o Disque ANS (0800 701 9656).
 

Gasto com saúde consumirá 8,4% da renda familiar em 2020

Os gastos com saúde como convênio médico, consultas e remédios devem consumir 8,4% do orçamento familiar do brasileiro em 2020. No ano passado, 7,75% do rendimento líquido dos brasileiros foram destinados para despesas com saúde, de acordo com as consultorias Bain & Company e Euromonitor.
 
Esse aumento nos gastos com saúde, consequência de uma maior expectativa de vida e de renda, vai demandar estratégias distintas para quem atua no setor. "Nas regiões metropolitanas, o gasto per capita é superior a R$ 300. Já em 75% das cidades rurais, o gasto com saúde é inferior a R$ 315", pontua Luís Oliveira, sócio da Bain & Company. A consultoria destaca em seu estudo que haverá oportunidades interessantes em serviços médicos básicos para moradores de áreas rurais no país. "Enquanto cerca de 40% da população mora em regiões rurais, somente 30% dos hospitais e médicos encontram¬se nessas mesmas regiões", disse Oliveira. Em março deste ano, o Ministério do Desenvolvimento Agrário informou que 36% da população brasileira reside em área rural, diferente dos 16% apontados pelo último censo do IBGE.
 
Segundo Bernardo Sebastião, também sócio da Bain & Company, em outros mercados emergentes como China e Índia, os grupos hospitalares premiuns também estão migrando para zonas rurais. Na China, as redes de hospitais devem expandir com recursos de fundos de private equity e na Índia o modelo adotado deve ser o de Parceria Público Privada (PPP).
 
Já nas grandes cidades, a demanda será por serviços médicos especializados com tecnologia de ponta e relacionados à prevenção de doenças crônicas por conta do envelhecimento da população brasileira. Ao mesmo tempo, é esperada uma pressão ainda maior para redução dos custos. Em 2013, os gastos com saúde privada e pública no Brasil representaram 10% do PIB, mas o gasto per capita equivale a apenas US$ 1 mil. Trata¬se de um valor bem abaixo dos US$ 9 mil gastos por cada americano ou US$ 4 mil dos europeus.
 
Nos mercados desenvolvidos, a Bain & Company enxerga sete tendências no setor de saúde e acredita que os próximos cinco anos serão marcados pela prevalência de doenças crônicas, pacientes mais envolvidos tanto no quesito custo quanto nas opções de tratamento, busca por melhor custo¬benefício de tecnologia e materiais médicos, falta de médicos e mão de obra qualificada e pressão das operadoras de planos de saúde para redução de custos. Além disso, um novo formato de negócio criado nos Estados Unidos e batizado de ACO – Accountable Care Organization (Organização Responsável por Atendimento) está chamando atenção do setor. A ACO é uma organização formada por hospitais, médicos e outros profissionais da saúde que são remunerados de acordo com a qualidade do atendimento e redução de custos. "Nos Estados Unidos, temos 751 ACOs que trabalham com esse modelo e compartilham a economia conquistada. Já temos 26 milhões de americanos atendidos por essas organizações", conta o médico americano Elliot Fisher, diretor do Instituto Dartmouth. A economia apurada por essas organizações varia de 1% a 15%. Essa diferença ocorre porque algumas ACOs estão em atividades há mais tempo.
 
O presidente da Fenasaúde (entidade das seguradoras de saúde), Marcio Coriolano, acredita que esse modelo também pode ser adotado no Brasil, em especial nos casos de baixa complexidade, mas defende que seu sucesso está atrelado à adoção de protocolos médicos com subsídio do governo. Nos próximos cinco anos, em mercados desenvolvidos, a tecnologia deve ser uma aliada na redução de custos. Segundo a Bain, o monitoramento remoto de pacientes com diabetes ou doenças do coração pode reduzir em até 36% os casos de internação. A americana Cerner, que desembarcou no Brasil há dois anos, é uma das que oferecem plataformas para acompanhamento a distância.
 

Pesquisa revela que ansiedade afeta desempenho profissional

Segundo um novo estudo de professores da Universidade de Toronto, no Canadá, e da Universidade Politécnica de Hong Kong, além de impactar o bem-estar e a saúde dos funcionários, a ansiedade no ambiente de trabalho também afeta o desempenho profissional. Ou seja, além de ser ruim para os funcionários, é igualmente ruim para as organizações.
 
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional de Brasília, a especialista em Autoconhecimento, Heloísa Capelas, falou sobre o assunto. Segundo ela, a ansiedade é uma expectativa no limite. “Nós vivemos de expectativa e é muito bom. Agora, expectativa no limite de nos trazer mais dificuldade do que precisa já é ansiedade”.

Heloísa explicou que a base da ansiedade é o medo. Medo do futuro, do presente, de não dar certo, o medo de dar certo. “A gente quer ter muitos passos na frente para ter controle e a ansiedade é só consequência”, ressaltou.

Segundo ela, as pessoas não criam ansiedade do nada. Elas a criam porque querem controlar a vida e esquecem que ela é incontrolável e absolutamente insegura. “Nós vivemos em um mundo inseguro onde ninguém pode nos dar garantia de nada. Porém, o que a gente quer é garantia”.

Para a especialista em Autoconhecimento, é importante que o líder das equipes dentro de uma empresa saiba identificar a ansiedade nos seus funcionários e que a partir do momento em que as equipes param as relações pessoais e o resultado do trabalho se torna mais importante do que o relacionamento, as pessoas ficam mais ansiosas.

“As pessoas vão ficando cada vez mais ansiosas e, desta forma, elas vão perdendo o controle de si mesmas, ficando mais bravas, mais agressivas, inquietas e impacientes. Aí, o trabalho fica mais difícil. O líder, que tem um olhar mais distante, é que pode observar qual o melhor momento de dar uma parada”, diz Heloísa Capelas.

 

 

9 de Julho realiza simpósio internacional de ginecologia de alta complexidade

O Hospital 9 de Julho promove no dia 18 de outubro o I Simpósio Internacional de Ginecologia de Alta Complexidade, como parte das comemorações da instituição para o Outubro Rosa.  O evento, que acontece em São Paulo, irá abordar novos tratamentos e técnicas de diagnóstico para as áreas de oncoginecologia, mastologia e emergências ginecológicas. A robótica aplicada à ginecologia também será abordada, principalmente os tratamentos cirúrgicos de câncer e endometriose profunda.

A instituição é pioneira em diversas abordagens cirúrgicas via robótica, tendo realizado mais de 700 cirurgias pela tecnologia, presente em 14 instituições no Brasil. Na área de Ginecologia, foi o primeiro hospital do País a tratar prolapso uterino por robótica, procedimento que diminui o risco de sequelas e melhora significativamente a qualidade do pós-operatório das pacientes – alta precoce, menos dor e risco de infecção.

Por ser uma das doenças mais relevantes da modernidade nas mulheres, a endometriose será o tema central de uma das mesas redondas. Segundo a Associação Brasileira de Endometriose e Ginecologia Minimamente Invasiva (SBE), o problema afeta em torno de seis milhões de mulheres no Brasil. No mundo, estima-se que sejam 176 milhões de mulheres, que muitas vezes não conseguem reverter o quadro e chegam a desenvolver infertilidade.

Para a Dra. Bárbara Murayama, ginecologista e coordenadora da Clínica da Mulher do Hospital 9 de Julho, é importante que os profissionais de saúde estejam prontos para lidar com as inovações tecnológicas que estão surgindo para tornar os tratamentos médicos ainda mais eficazes. “Sabemos que, mesmo com o avanço do diagnóstico médico, muitas mulheres ainda sofrem com problemas que afetam sua saúde, e, em alguns casos, prejudicam sua fertilidade. Por isso, é tão importante conhecer novas técnicas, como a robótica”, salienta a médica.

Entre os destaques do evento, está a palestra “Tratamento do câncer de ovário ressecável – qual a melhor via de acesso?”, ministrada pelo Dr. Pedro Escobar, especialista em câncer ginecológico da Cleveland Clinic, nos EUA. Além desta, também merecem destaque as palestras “emergências ginecológicas – abdome agudo ginecológico”, e “endometriose intestinal – abordagem robótica do coloproctologista”, ministradas respectivamente pela Dra. Thais Koch e Dr. Carlos Domene, ambos do Hospital 9 de Julho.

Serviço:

Onde: Auditório do Hospital 9 de Julho – Rua Peixoto Gomide, 545 – Mezanino

Quando: 18 de outubro, das 8 às 17h

Público-alvo: médicos e profissionais de saúde

Informações e inscrições: (11) 3147-9644 ou centrodeestudos@h9j.com.br. As vagas são limitadas.

Programação:

8h Credenciamento | Welcome coffee

8h30 – Abertura do evento

8h40 – Emergências Ginecológicas – Abdome agudo ginecológico – Dra. Thais Koch – H9J / UNIFESP

9h15 – 10h25 – Mesa Redonda: Câncer de Endométrio – Presidente da mesa: Dr. Sergio Mancini Nicolau – UNIFESP Secretário: Dr. Marco Miyabe – H9J / IAMSPE

9h15 – 9h45 – Espessamento endometrial: o que fazer quando a histeroscopia não é possível? Dr. Luiz Cavalcanti de Albuquerque Neto – UNIFESP

9h45 – 10h15 – Tratamento cirúrgico do estadio inicial: robótica x laparoscopia x cirurgia convencional. Onde estamos e para onde vamos? – Dr. Mario Leitão – Memorial Hospital, NY – EUA

10h15 – 10h25 – Discussão

10h25 – 10h35 – Coffee Break

10h35 – 11h45 – Mesa Redonda: Câncer de Ovário – Presidente da mesa: Dra Bárbara Murayama. – H9J / IAMSPE Secretária: Isabela Barboza – H9J

10h35 – 11h05 – Massas anexiais: como conduzir? O papel dos marcadores tumorais – Dr. Gustavo Guitmann – INCA

11h05 – 11h35 – 5 Tratamento do Câncer de ovário ressecável. Qual a melhor via de acesso? Cirurgia convencional, laparoscópica ou robótica? – Dr. Pedro Escobar – Cleveland Clinic – EUA

11h35 – 11h45 – Discussão

11h45 – 13h15 – Almoço

13h15 – 15h – Mesa Redonda: Mastologia – Presidente da mesa: Dr. Cesar Fernandes – FMABC Secretário: Dr. Evandro Matheus – H9J – FCMSC/SP

13h15 – 13h40 – Aspectos críticos do rastreamento em câncer de mama – Dr. Fábio Laginha – H9J – Hospital Pérola Byington

13h40 – 14h05 – PAAF, Core, mamotomia. Papel do ginecologista no diagnóstico – Dra. Flora Finguerman Menache Dwek – Delboni Auriemo

14h05 – 14h45 – Oncoplástica: sucessos e complicações – Dr. Fabio Bagnoli – FCMSC/SP e Dr. Ivo Carelli Filho – FMABC

14h45 – 15h – Discussão

15h – 15h10 – Coffee Break

15h10 – 16h55 – Mesa Redonda: Endometriose – Presidente da mesa: Dr. Romeu Abreu – H9J / HMLMB Secretário: Dr. Fernando Asanuma – H9J / UNIFESP

15h10 – 15h40 – Endometriose: o desafio de diagnosticar – Dr. Reginaldo Guedes Coelho Lopes – IAMSP

15h40 – 16h10 – Endometriose profunda: os avanços e vantagens da Cirurgia Robótica – Dr. Claudio Crispi – ICCMI

16h10 – 16h40 – Endometriose intestinal: abordagem robótica do coloproctologista – Dr. Carlos Domene – H9J / FMUSP

16h40 – 16h55 – Discussão

16h55 – 17h – Encerramento

 

SBMN participa da Conferência IPET 2015

Mais de 600 especialistas de diferentes nacionalidades, sendo um terço representada por países em desenvolvimento, entre eles o Brasil, reuniram-se na Conferência Internacional de Uso Clínico do PET-CT e Imagem Molecular, a “IPET 2015”, realizada em Viena, na Áustria, entre os dias 5 a 9 de outubro.  Neste ano a temática proposta foi a abordagem da tecnologia PET-CT na era da multimodalidade da imagem e terapia guiada por imagem.
 
Organizada pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) a atividade congrega médicos nucleares e profissionais das diversas áreas ligadas à especialidade – como radiologistas, oncologistas, tecnólogos em MN, radiofarmacêuticos e físicos médicos, sendo um terço deles de países em desenvolvimento, em um encontro marcado pelo caráter educacional, científico, multidisciplinar e dinâmico. 
 
O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear (SBMN), Claudio Tinoco Mesquita, e o vice-presidente, Juliano Cerci, representaram a entidade e o País, juntamente com outros brasileiros e membros da Sociedade que estiveram presentes no encontro. 
 
Em entrevista concedida ao jornal da IAEA, Tinoco pode expressar a importância da Conferência para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da especialidade no Brasil. “Não há nenhuma conferência como IPET", relatou à reportagem. Segundo ele, trata-se de um momento ímpar para compartilhar experiências e expandir os horizontes de atuação da MN. Leia a íntegra da reportagem no site da IAEA 
 
Mesquita apresentou ainda o panorama da aplicabilidade do PET-CT no Brasil, que embora extremamente potencial, ainda é subutilizado no país, em especial no campo da saúde pública. 
 
Em busca de suporte no sentido de transformar a conjuntura da medicina nuclear no país, Mesquita e Cerci solicitaram uma reunião com o Embaixador do Brasil na IAEA em Viena, Laércio Antonio Vinhas (ao centro/foto acima – divulgação/SBMN). Com um histórico de atuação na Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e no Instituto de Radioproteção e Dosimetria (IRD), Vinhas conhece de perto a realidade enfrentada no país. 
 
A diretoria da SBMN levou ao Embaixador uma carta com os principais desafios e oportunidades enfrentados pela medicina nuclear e discutiu formas de potencializar a interação com a IAEA com o objetivo de acelerar a expansão da prática da medicina nuclear no Brasil, tanto de modo quantitativo como qualitativo. “Diversas linhas de ação foram discutidas e desdobramentos serão empreendidos após esta reunião importante para a SBMN”, relatou Mesquita. 
 
A situação da especialidade, que tem preocupado os especialistas, será amplamente abordada durante o XXIX Congresso Brasileiro de Medicina Nuclear, a ser realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 23 e 26 de outubro. O encontro reunirá inclusive representantes de esferas governamentais, dos centros e serviços de medicina nuclear e pesquisadores internacionais. O programa e as inscrições podem ser feitas por meio do site oficial do Congresso (http://www.sbmn.org.br/congresso/)  
 
Pesquisadores brasileiros têm trabalhos premiados
 
Dois dos 11 trabalhos premiados na sessão de pôsteres da IPET 2015 são de autoria de pesquisadores brasileiros da Unicamp (Universidade Estadual Campinas) e Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). 
 
A SBMN parabeniza cada um dos autores pela conquista, que representa o reconhecimento entre os pares no mais importante encontro de PET-CT do mundo e demonstra o potencial do Brasil na produção científica!.
 
A entidade congratula também os trabalhos mencionados na sessão de Highlights da Conferência, também de brasileiros, de instituições da USP e Universidade Federal Fluminense.
 
Acesso gratuito ao conteúdo IPET 2015
 
É possível acessar gratuitamente e online a palestras e outras informações disseminadas durante o Congresso IPET 2015, pelo site: http://bit.ly/1MvQ6zF
 
“É um conteúdo muito rico para médicos nucleares, residentes, clínicos, oncologistas, tecnólogos, físicos, radiofarmacêuticos, biólogos, biomédicos, enfim qualquer um que tenha interesse pela área”, ressalta o presidente da SBMN, Claudio Tinoco Mesquita.
 

Quatro em cada 10 mulheres no Brasil não fazem mamografia

O câncer de mama é considerado como o segundo tipo da doença que mais atinge mulheres no Brasil e no mundo. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), para este ano, a estimativa é de mais de 57 mil novos casos. Embora tenha uma alta incidência, a chance de cura desse tipo de câncer pode chegar a até 95%, se a doença for diagnosticada precocemente. 
 
Porém, um levantamento realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2013, revelou que 40% das mulheres, entre 50 e 69 anos de idade, em todo o Brasil, não realizaram mamografia nos dois últimos anos anteriores à pesquisa. “Por conta disso, infelizmente, no Brasil, a maioria dos diagnósticos é realizada em fases avançadas da doença”, revela o oncologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Agnaldo Anelli.
 
Há diversos fatores que aumentam o risco de a mulher desenvolver o problema, como ter idade superior a 50 anos, ser tabagista e ter realizado terapia de reposição hormonal (TRH) sem a supervisão médica adequada. “A incidência familiar também é relevante. Mulheres com parentes de primeiro grau, como irmãs ou filhas, que têm ou tiveram câncer de mama, apresentam um risco 30% maior, quando comparadas com outras sem esse histórico”, explica.
 
Nos casos de doença na família, é importante iniciar o acompanhamento médico ainda jovem. “A mamografia é apenas indicada para mulheres com mais de 50 anos, mas, antes disso, é possível realizar a ultrassonografia das mamas. O exame de imagem detecta se há lesões suspeitas e, caso alguma alteração seja encontrada, será necessário realizar biópsia do tumor, assim como fazemos com a mamografia,”, esclarece Anelli.
 
Com base no diagnóstico, o especialista vai indicar o tratamento mais assertivo. “A Medicina tem evoluído muito, aumentando as chances de cura e proporcionando mais bem-estar aos pacientes. Cirurgicamente, as terapias minimante invasivas, recomendadas para os casos iniciais, permitem abordagens curativas com excelente resultado estético. Do ponto de vista sistêmico, cerca de 20 novas drogas se tornaram disponíveis nos últimos 15 anos para o tratamento do câncer de mama. Mesmo assim, para um bom prognóstico, o mais recomendado é o acompanhamento anual com o médico e a realização da mamografia”, finaliza.
 

Samaritano realiza cirurgia de costelas com impressora 3D

Os fatores primordiais em procedimentos médicos são precisão e segurança. E os avanços da tecnologia levaram à criação de réplicas perfeitas de órgãos graças às impressoras 3D. Chamados de biomodelos, as reproduções em dimensões reais das partes do corpo humano são desenvolvidas a partir da leitura de exames de imagem, como tomografias. “Os biomodelos tornam-se cada vez mais um auxílio indispensável para o planejamento cirúrgico, permitindo ao médico executar todos os procedimentos em uma réplica idêntica ao órgão original,  antes da cirurgia de fato”, explica Walter Troccoli, diretor comercial da BioArchitects, empresa responsável pela projeção da impressora.
 
Um de seus biomodelos, em placas de titânio, foi usado pela primeira vez recentemente no Brasil pelo Hospital Samaritano de São Paulo em uma cirurgia de correção de múltiplas fraturas no tórax. A impressão das costelas foi feita em um equipamento de origem israelense, o mais moderno do mercado e capaz de criar um molde com máxima riqueza de detalhes, cores e texturas diferentes.
 
“Além de tornar mais precisa a localização das fraturas no momento da operação, o biomodelo ajudou a evitar o desperdício de material que ocorre na hora da cirurgia”, diz Diogo Garcia, coordenador do Núcleo de Trauma do Hospital Samaritano de São Paulo. Com a realização do planejamento pré operatório no Biomodelo, ao invés das cinco placas previstas, foram usadas apenas três.  “Como o planejamento pré operatório foi realizado  sem preocupação com tempo (já que não havia um paciente anestesiado) foi possível  otimizar o uso do material implantado ”, refere-se o especialista em relação ao caso do paciente de 65 anos com fraturas nas costelas.
 
Garcia finaliza: “A ideia de customizar o atendimento ao paciente com um molde em tamanho real do órgão a ser operado é um dos grandes avanços da medicina dos últimos tempos. Além de diminuir o tempo de cirurgia e os riscos de complicações”.
 
 

93% da população está insatisfeita com a saúde no Brasil

Uma pesquisa do Datafolha mostra que 93% dos entrevistados estão insatisfeitos com a saúde no Brasil. E que 54% classificam como péssimo ou ruim o serviço prestado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seis a cada dez brasileiros. Para 18%, o SUS merece nota zero. Encomendado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), o levantamento indica que a Saúde deve ser a prioridade número 1 do governo, segundo 43% das pessoas ouvidas. Em segundo lugar aparece a Educação, apontada por 27% dos entrevistados, seguida do combate à corrupção, na opinião de 10% dos participantes.
 
A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de agosto, com pessoas com mais de 16 anos de todas as classes econômicas. A amostra é representativa da população, com 2.069 entrevistados em 135 municípios nas 27 unidades da federação. Desse total, 83% são usuários do SUS — ou seja, procuraram o serviço nos últimos dois anos para obter atendimento ou medicamento pelo menos uma vez.
 
Entre os usuários do SUS, 54% deram nota de 0 a 6 e 46%, de 7 a 10. No primeiro grupo, 36% apontaram o tempo de espera como o maior problema, seguido da pouca quantidade de médicos disponíveis (19%) e da falta de estrutura dos locais de atendimento (15%).
 
Do total de entrevistados, 29% relataram que estão aguardando a marcação ou a realização de consulta, exame, procedimento ou cirurgia. A demora chega a até seis meses para 58% das pessoas que estão na fila de espera. E passa de um ano para 25% dessa população. A lentidão aumentou em relação a 2014, quando o tempo na fila ultrapassava um ano em 16% dos casos.
 
— O problema maior é o tempo de espera: 80% dos que aguardam atendimento estão na fila há mais de um mês, o que significa, em muitos casos, a piora da condição de saúde ou a morte — afirma Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
 
Espera por diagnóstico
O ajudante de caminhão André Luiz de Souza, de 32 anos, está há cerca de três meses à espera de um diagnóstico. Sem aguentar as dores, ele pagou pelos exames, mas há quatro dias, quando voltou a ter crises na lombar e na virilha, teve de voltar ao hospital.
 
— Estava me tratando como se tivesse pedras nos rins, mas desde sexta-feira estou sem saber o que tenho. Varei a noite de sexta para sábado esperando um urologista, porque não havia nenhum de plantão no hospital. E tive de trazer comigo minha esposa e meu filho de seis meses — contou André.
 
O presidente do CFM, Carlos Vital, atribui a demora no atendimento à falta de profissionais:
 
— As condições de trabalho geram atendimento mais lento e, consequentemente, a maior espera do paciente.
 
Quanto mais sofisticado o procedimento requerido, maior a espera. A demora aumenta em cirurgias e tratamentos específicos, que exigem aparelhos caros — como hemodiálise, quimioterapia e radioterapia. Entre os que aguardam algum atendimento há mais de um ano, 44% precisam de cirurgia.
 
Para a doutora em saúde pública e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Lígia Bahia, o levantamento confirma uma tendência:
 
— Outras pesquisas já vinham mostrando que a população aprova programas de distribuição de medicamentos, por exemplo, mas avalia negativamente os procedimentos mais complexos.
 
Na avaliação da especialista, o momento atual da Saúde, com a dificuldade orçamentária e as negociações políticas, sugere que a insatisfação pode se agravar.
 
— Os resultados mostram que os problemas não foram resolvidos. E, de certa forma, estão até mais agravados, com a dificuldade de financiamento e o cenário político, de barganha do ministério pela falta de um plano nacional de saúde — afirma Lígia.
 
Profissionais bem avaliados
O presidente do CFM afirmou que nos últimos 12 anos o Ministério da Saúde deixou de utilizar R$ 171 bilhões do orçamento, que já estavam autorizados e disponíveis. E criticou a justificativa usada pela pasta, de que estados e municípios não apresentam projetos:
 
— A capacitação também cabe à União fazer. Se há dificuldade na elaboração do projeto, é necessário trabalhar junto, fazer uma capacitação dos agentes públicos, para que os projetos apareçam e o dinheiro seja utilizado.
 
Os profissionais de saúde do SUS foram relativamente bem avaliados. Entre os entrevistados, 61% confiam nos médicos que atendem pelo sistema, 93% dizem que os médicos precisam de estrutura de trabalho para oferecer atendimento e 86% afirmam que os médicos do SUS merecem ser valorizados, com salário e estímulos de carreira.
 
Embora a Saúde ainda seja considerada a prioridade para a maior parte dos entrevistados, o percentual de quem faz essa avaliação caiu de 57%, em pesquisa de 2014, para 43%. Por outro lado, aumentou a preocupação com a educação e a corrupção.
 
O Ministério da Saúde informou, por meio de nota, que não teve acesso à pesquisa, mas destacou que tem investido em toda a rede, principalmente na Atenção Básica. O investimento na área, segundo a pasta, passou de R$ 9,7 bilhões em 2010 para R$ 20 bilhões em 2014. Na rede, são 40.749 Unidades Básicas de Saúde (UBS) — “estruturas capazes de resolver em até 80% os problemas de saúde da população, ajudando a desafogar os hospitais gerais”.
 
A pasta também destacou investimentos em 412 Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e 39.227 equipes de Saúde da Família, além de programas como “Farmácia Popular do Brasil” e “Aqui Tem Farmácia Popular”, além dos sistemas de média e alta complexidade.

Portaria institui CNES para todos os estabelecimentos de saúde do país

O Ministério da Saúde divulgou, no começo de outubro, a Portaria MS-GM nº 1646, que institui o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES) para todos os estabelecimentos de saúde do país, independente da natureza jurídica ou de integrarem o SUS. 
 
As formas de operacionalização das diretrizes descritas nesta portaria, serão detalhadas em manual técnico operacional. Os estabelecimentos de saúde e os gestores terão até dezembro de 2016 para se adequarem às novas normas.
 
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