Em consonância com as novidades tecnológicas que impulsionam avanços científicos em benefício do paciente, o Departamento de Urologia da Santa Casa de Piracicaba (IUP) inovou mais uma vez ao participar recentemente de cirurgia robótica no Hospital Alemão Oswaldo Cruz para realização de uma prostatectomia radical com auxílio de robô.
O procedimento ocorreu através de parceria firmada pelo IUP junto ao Departamento de Cirurgia Robótica do Oswaldo Cruz, que tem à frente o médico Carlo Passeroti, permitindo que o urologista da Santa Casa, Ciro Falcone, participasse ativamente da intervenção cirúrgica.
“A cirurgia robótica já é uma realidade nos grandes centros do Brasil e, em alguns casos, já supera o número de cirurgias abertas”, considera Falcone, revelando que no Hospital Alemão 70% das intervenções cirúrgicas são robóticas.
Ele explica que o “robô, na verdade, é um instrumento que funciona como uma extensão dos braços do cirurgião, já que possui 6 graus de liberdade de movimento, imitando, portanto os movimentos da mão do ser humano. Como exemplo, ele cita o robô da Vinci, que conta com quatro braços articulados além de uma câmera de alta resolução e visão tridimensional.
“O robô possui um sistema de filtro que refina os movimentos e elimina o tremor normal do ser humano”, explica o urologista, observando que, por este método, o cirurgião opera sentado, o que amplia o nível de conforto, fundamental para realização de procedimentos delicados e com duração prolongada como a prostatectomia radical.
Além disso, a visão em 3D do robô permite uma identificação superior, facilitando a preservação de tecidos nobres que podem conferir melhores resultados em relação à continência urinária e recuperação da potência sexual, por exemplo.
Segundo Falcone, as habilidades do robô facilitam a vida do cirurgião, melhorando os resultados. Como benefícios da cirurgia robótica, ele cita o retorno mais rápido às atividades normais, menor tempo de hospitalização, menor perda de sangue e menos transfusão sanguínea.
Equipamento aprimora procedimento
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele. Em valores absolutos, é o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens, representando cerca de 10% do total de cânceres. Só em 2014, 68.800 novos casos foram diagnosticados. O tratamento depende da fase da doença, porém, em pacientes com boas condições clínicas, o processo mais recomendado é a cirurgia de prostatectomia radical, que pode ser realizada por via aberta, laparoscópica ou laparoscópica assistida por robô.
Na Santa Casa de Piracicaba, este procedimento vem sendo efetivado desde 2012, quando a equipe de Urologia do IUP, através dos médicos Gustavo Dias Silva, Ciro Falcone, Tiago Aguiar e Gustavo Borges, realizaram mais de 50 cirurgias de prostatectomia radical videolaparoscópica, com excelentes resultados, elevados índices de cura e baixas complicações.
Segundo eles, o procedimento laparoscópico amplia a chance de preservação dos nervos do pênis responsáveis pela ereção, devido a melhor visualização proporcionada pela moderna câmera HD Storz adquirida recentemente pela Santa Casa. Outras vantagens são a melhor preservação do esfíncter uretral, menor sangramento intra-operatório, menor tempo de internação e de uso da sonda vesical, menos dor no pós-operatório e melhor aspecto estético das incisões. As estatísticas destas e outras cirurgias minimamente invasivas estão sendo levantadas pela equipe, que pretende publicar os resultados em renomadas revistas científicas.
