Aperfeiçoar o arcabouço regulatório, prover empoderamento aos compradores de serviços de saúde, modernizar os modelos de remuneração na prestação de serviços e manter transparência nas relações de mercado e na qualidade assistencial foram algumas das sugestões apresentadas por Paulo Furquim, professor Sênior Fellow do Insper, para a evolução da cadeia de saúde suplementar no Brasil. A fala aconteceu durante a 10ª Conferência “Operadoras de Planos de Saúde, realizada em 23 de setembro pelo Informa Group, em São Paulo.
Recentemente o Insper, em parceria com o Instituto de Ensino em Saúde Suplementar (IESS), lançou a pesquisa “A cadeia de saúde suplementar no Brasil: Avaliação de falhas no mercado e propostas de políticas”, com o objetivo e mapear o funcionamento da saúde privada e identificar as principais falhas de mercado do sistema, bem como propor políticas para mitigar problemas.
“Temos um problema cultural no setor. Começa pelo paciente escolhendo seu médico através de um guia, onde o referencial de melhor atendimento, para ele, significa ir ao profissional ou clínica mais cara. Depois vemos a falta de transparência nos indicadores e nos modelos de contratação dos planos de saúde”, afirmou Furquim. “Para finalizar vemos médicos que optam por equipamentos mais caros, sem um protocolo ou diretrizes para tal escolha. Ou seja, a saúde vive um colapso atual”.
O professor aponta como uma saída, a adoção criteriosa do DRG (Diagnoses Related Groups), metodologia para gerenciamento de custo e de qualidade assistencial-hospitalar, que pode reverter os autos custos do sistema e ainda suas falhas de qualidade. Ele utilizou como exemplo mercados internacionais, onde a reinternação pela mesma doença não é paga, estimulando a eficácia do tratamento. Abordou também a coparticipação, onde beneficiário passa a ser mais criterioso no uso do plano de saúde e na escolha de prestadores, evitando procedimentos ou exames desnecessários.