Núcleo de educação do SindHosp, o SindEduca promoveu em parceria com a consultoria Bentec a palestra “Setembro Amarelo: Se precisar, peça ajuda”, ministrada pela psicóloga e professora Vivian Araújo. Com 20 anos de experiência em psicologia clínica e atuação na saúde básica, ela falou sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, destacando a importância de repensar o tema.
Vivian Araújo defendeu três abordagens ao falar de suicídio: a promoção de saúde, a prevenção do suicídio e o que chamou de “pósvenção” – ou seja, os cuidados com as pessoas impactadas pelo suicídio de alguém próximo. “Saúde mental significa estarmos bem conosco, bem com o outro e prontos para lidarmos bem com as adversidades da vida”, definiu a psicóloga. Para ela, as pessoas não precisam achar, nem ficar dizendo, que “está tudo bem”, porque as adversidades existem. “O importante é ter saúde mental para saber lidar com as adversidades e o primeiro passo é assumir que não está tudo bem”, explicou Vivian Araújo.
Causas multifatoriais
A palestrante enfatizou a necessidade de desconstruir mitos culturais sobre saúde mental. “Muita gente acha que ter problema é não ter saúde mental, e não é isso”, explicou. Ela alertou que pedir ajuda não deve ser visto como sinal de fraqueza ou falta de positividade. “Está errada a ideia de que pedir ajuda significa vulnerabilidade”, afirmou Araújo.
O movimento Setembro Amarelo visa à prevenção ao suicídio, uma preocupação global de saúde pública. No Brasil, ocorre um suicídio a cada 38 minutos, totalizando mais de 16 mil mortes por ano. “O Brasil é o país com maior número de ansiosos e o segundo com maior número de deprimidos”, disse Vivian Araújo.
A psicóloga explicou que o suicídio é resultado de uma complexa rede de fatores econômicos, sociais, culturais, biológicos e emocionais. “Não basta olhar só para a pessoa, mas entender os impactos de tudo que a cerca”, destacou. Ela mencionou que fatores externos, como aglomerações e calor, ou mesmo o uso de redes sociais podem influenciar a saúde mental. “O suicídio é a solução encontrada por algumas pessoas para lidar com sofrimentos intoleráveis e intermináveis. Ou seja, nunca é culpa da pessoa”.
Luto próprio
Para cada suicídio, em média, 135 pessoas são impactadas. O luto por suicídio tem características próprio, porque a pessoa não para de se perguntar por que aquilo aconteceu. “É um luto que envolve julgamento, estigma, risco de suicídio, temáticas variadas e busca incessante pelos porquês, podendo variar de intensidade e tempo para cada pessoa”, definiu Vivian Araújo. “O mais difícil é não se culpar, pensando se não poderia ter feito algo”.
Segundo a palestrante, a melhor forma de ajuda é oferecer ajuda sem ser invasivo, contar histórias que viveu com a pessoa que faleceu, colocar-se à disposição para qualquer coisa e respeitar o tempo e a forma das pessoas demonstrarem o luto. “E nunca perguntar coisas como ‘vocês não perceberam nada?’ ou ‘sabe para onde vão os suicidas?’”, enfatizou Vivian Araújo. “Os grupos de apoio são a forma mais comum da pósvenção, pois criam a sensação de pertencimento e mostram que a pessoa não está sozinha, e que há um caminho depois dessa perda”.
- Depressão;
- Ansiedade;
- Falta de foco;
- Redes sociais;
- Frustrações;
- Estresse;
- Esquizofrenia.
- Alterações de padrão comportamental;
- Afastamento social;
- Desespero/desesperança;
- Mudanças nos padrões emocionais e de sono;
- Verbalização de pensamentos de morte.
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