Oficializada em convenção como candidata à Prefeitura de São Paulo do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a deputava federal Tabata Amaral esteve novamente na sede do SindHosp para falar sobre eleições municipais. Desta vez, ela participou de sabatina promovida durante o evento “Diálogos da Saúde” e recebeu das mãos de Francisco Balestrin, presidente da Fehoesp e do SindHosp, o “Guia de Ações São Paulo Saudável – Transformando comunidades, cuidando de pessoas”. Clique aqui e assista à íntegra do bate-papo.
Tabata Amaral fez questão de mencionar seu grupo de trabalho na saúde, que inclui Ludhmilla Hajjar e Paulo Saldiva como coordenadores e Fernando Paiva como coordenador adjunto, além de Jari de Jesus Mari como coordenador para saúde mental e política sobre drogas. “Vivemos um paradoxo na saúde de São Paulo. Temos a cidade mais rica do hemisfério sul, que concentra os principais hospitais, oferece alguns dos melhores médicos do mundo e é referência em pesquisa médica, mas, ao mesmo tempo, é profundamente desigual, porque falta o básico para muita gente, principalmente remédio, exames e atendimento”, criticou Tabata.
Informações integradas
Segundo ela, o que o município precisa não é “ciência de foguete” e, sim, “fazer o básico bem-feito”, gerindo a rede de uma forma mais eficiente. “A Prefeitura cuida do básico, da atenção primária… Se trabalharmos direito a base, reduzimos custo, desafogamos filas e ampliamos a qualidade de vida das pessoas”, pontuou a candidata do PSB. “Para tanto, precisamos integrar as informações, ter dados mais confiáveis e trabalhar junto com a rede privada, sem transferir responsabilidades. Hoje, a cidade é administrada em ilhas que não se comunicam e o que falta em um lugar sobra no outro. Precisamos controlar melhor o estoque de medicamentos, por exemplo, e queremos ampliar a cobertura da saúde da família, que hoje é a pior do Sudeste, para 75% da população, com a ajuda da telemedicina, que não deve ser tratada como panaceia”.
Sobre o tema saúde mental, a convidada do “Diálogos da Saúde” do SindHosp defendeu o fim dos tabus que relativizam a seriedade de transtornos mentais. “Temos de encarar como encaramos o câncer e outras doenças. Precisamos olhar com mais cuidado para depressão pós-parto, ansiedade e burnout, dependência química de álcool e drogas, traumas por enchentes e assim por diante. As pessoas enfrentam suas questões de forma silenciosa e há subnotificação”, destacou Tabata Amaral. “A cidade tem 1.300 psicólogos e 1.500 leitos psiquiátricos para 12 milhões de habitantes, não é suficiente nem para a Cracolândia, que, aliás, não é um lugar, é um sistema e precisa ser encarado como tal, levando em conta que existem doentes e bandidos”.
Agricultura urbana
Durante a sabatina, a deputada federal falou da importância de investir no envelhecimento ativo e saudável da população e no combate a doenças crônicas evitáveis. “De cada 10 pessoas que se aproximam da aposentadoria, seis querem envelhecer fora da São Paulo. Queremos começar a mudar isso investindo em cultura, lazer, esporte, criando as chamadas ‘escolas prateadas’ para integrar jovens com idosos”, defendeu Tabata Amaral. “Pensando na segurança alimentar da população, queremos investir em agricultura urbana e periurbana e abastecer escolas, sacolões, feiras, armazéns e demais estabelecimentos… São Paulo tem capacidade para alimentar 20 milhões de pessoas. Já o esporte tem um papel fundamental na promoção de saúde e prevenção de doenças. A cada real investido no esporte você economiza três reais da saúde. O mesmo vale para o saneamento, que reverte seis reais para a saúde a cada real que é investido nele – São Paulo tem 600 mil pessoas sem saneamento”.
A candidata Tabata Amaral também defendeu a unificação do atendimento da Prefeitura com a utilização de apenas um canal. “Queremos que a relação do cidadão conosco seja feita por meio de uma única central de comunicação, um aplicativo, um telefone, enfim, um contato. Da reclamação de buraco, passando pelo pedido de poda de árvore, até a inscrição para vaga em creche, emprego ou curso profissionalizante. E, claro, agilizar agendamentos para exames e atendimentos e garantir que as pessoas voltem depois da primeira consulta”, pontuou a candidata.