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WorkCafé discute como reduzir desperdícios com glosas de OPMEs

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Um debate necessário para o ecossistema da Saúde Suplementar. Com o tema “Gestão Estratégica de OPMEs – Maximizar Receita e Reduzir Perdas”, o SindHosp, em parceria com a Bionexo, realizou em sua sede mais uma edição do WorkCafé, que contou com uma palestra e uma roda de conversa. No centro do debate, as glosas decorrentes da utilização de Órteses, Próteses e Materiais Especiais para procedimentos médicos, odontológicos e de reabilitação. Para assistir à íntegra do evento, que está disponível no canal oficial do SindHosp no YouTube, clique aqui.

 

Eficiência e gestão

 

A CEO do SindHosp, Larissa Eloi, abriu o WorkCafé. Segundo ela, o Brasil tem mais de 6.500 hospitais públicos e privados, que precisam seguir na mesma direção. “Os prestadores de serviço de saúde têm de investir em eficiência casada com gestão”, pontuou Larissa Eloi. “A liderança consciente, que integra eficiência, propósito e valor compartilhado para a gestão, é a grande chave para qualquer setor. Mas, para além dos processos, precisamos construir relações estratégicas e fortalecer elos, com foco na colaboração”.

 

 

Rodrigo Romero, vice-presidente de Growth na Bionexo, também falou da importância de levar para os hospitais eficiência, transparência e inteligência, fazendo o melhor ciclo de compra. “Estamos completando 25 anos de existência, trabalhando com 75% dos hospitais brasileiros. Essa experiência nos mostrou que, para diminuir a glosa com OPME, os hospitais precisam fechar o faturamento com mais eficiência, utilizando um sistema robusto e integrado e mecanismo com inteligência artificial embutida”, destacou Romero. “Não é só comprar materiais OPME, tem toda a gestão, desde a pré-compra. É preciso unir o ciclo de suprimento com o clico de receita, reduzindo drasticamente a chance de glosa”.

 

Glosas e OPME

 

Na segunda etapa do WorkCafé, subiram ao palco do auditório do SindHosp Roberta Navarro e Caroline de Paula, ambas diretoras da DPN, uma consultoria de nicho OPME. Elas ministraram a palestra “Glosas – entenda como garantir a conformidade e eficiência na Gestão de OPMEs”. Segundo Roberta Navarro, existem diversos tipos de operadoras. “Temos administradora de benefícios (como a Qualicorp), autogestão (como Cabesp e Fundação CESP), cooperativa médica (as Unimeds), filantropia (os planos associados a Santas Casas), medicina de grupo (caso da Hapvida) e seguradora (Sulamérica e Bradesco), que possuem modelos de gestão de capital diferentes”, elencou Navarro. “Os hospitais dispõem de ferramentas de análise de mercado para lidar com as operadoras, incluindo o IDSS, que é um índice de desenvolvimento, e o painel econômico-financeiro, um BI (Business Intelligence), com o resultado líquido das operadoras, que chegou a 11 bilhões de reais em 2024, além da sala de situação da ANS”.

 

 

Caroline de Paula, que é diretora técnica e especialista em OPME na DPN Consultoria, citou uma pesquisa com 85 hospitais, que mostrou que a soma dos pagamentos retidos pelas operadoras por glosa em 2024 somou R$ 5,8 bilhões, ou seja, mais de 15% da receita dos hospital foi glosada. “O impressionante é que menos de 2% das contas glosadas tinham justificativa e foram mantidas”, revelou de Paula. “Os três principais motivos de glosa em 2024 foram OPME inválido, valor apresentado a maior e material inválido. Os hospitais não podem confundir TISS e TUSS. Existem protocolos, guias e tabelas para garantir a conformidade das informações”.

 

Custos invisíveis

 

Na terceira etapa do WorkCafé, houve a Roda de Conversa “Gestão de OPMEs – Como Organizar Dados e Padronizar Informações para Evitar Erros e Glosas”, moderado por Carlos Oyama, coordenador Grupo Técnico de Suprimentos SindHosp. Segundo ele, os materiais OPME representam o principal ponto de discórdia entre prestador de serviço e operadoras. “Glosas são motivadas pela falta de entendimento na utilização de OPMEs, que não são tão representativos em termos de valores, mas são muito representativos em termos de receita. Os hospitais têm de estar atentos aos custos invisíveis, não podem se acostumar com o desperdício”.

 

 

Alexandre Almeida, especialista de Produtos na Bionexo, lembrou que a glosa ocorre no final do processo, mas o problema, muitas vezes, está no começo. “Ela acontece porque o processo se inicia de forma errada. Os custos invisíveis envolvem todos, tanto da área assistencial como administrativa. É preciso um processo integrado, com protocolos, desde a solicitação até o faturamento, com material previamente autorizado, tudo precificado e codificado corretamente, evitando turbulências futuras”, sustentou Almeida.

 

Parametrização e IA

 

A gerente-executiva de Supply Chain, Ana Paula Melo, contou que realizou na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo a união da cadeia de suprimentos com mais sinergia entre todas as interfaces e teve nos materiais OPME um dos principais alvos. “Montamos um núcleo de OPME, com um gerente dedicado a esse processo, olhando tanto para o mercado, os fornecedores e as operadoras como, depois, para o processo logístico e a dispensação para paciente, com interface com ciclo de receita. “Estamos colhendo frutos nos últimos dois anos, com apoio tanto da tecnologia como da revisão de processos, o que significa codificação, padronização, saneamento de cadastro e assim por diante”, informou Melo. “A solução para a questão das glosas está mais dentro de casa do que fora. Não devemos ficar esperando as operadoras mudarem o modelo de remuneração”.

 

 

Caroline de Paula, da DPN Consultoria, complementou a conversa chamando a atenção para o cadastro. “Trata-se de uma ferramenta importante na gestão de glosas, mas com pouca visibilidade no processo da maioria dos hospitais”, sustentou de Paula. “No fim, é importante costurar todas as pontas, da compra à venda. No nosso trabalho, usamos um ID para cada item e costuramos tudo conciliando as tabelas do hospital, da operadora e dos fornecedores, fazendo um ‘de/para’, parametrizando tudo”.

Para Ana Paula, da BP, a inteligência humana não é suficiente para obter a equivalência de linhas de produtos. “Precisamos de IA embarcada em um sistema robusto que substitua as planilhas de Excel”.

 

 

 

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