20 de janeiro de 2014

Farmacêutico já pode prescrever droga que não requer receita médica

O CFF (Conselho Federal de Farmácia) elaborou dez protocolos que os farmacêuticos deverão seguir ao indicar o tratamento de problemas como gripe, dor de cabeça e diarreia, chamados "transtornos menores". Uma resolução aprovada pelo CFF em setembro autoriza esses profissionais a emitirem receitas de remédios que não exigem prescrição médica.
 
A medida chegou a ser contestada na Justiça pelo Conselho Federal de Medicina, para quem a decisão não tinha amparo legal.
 
Segundo Walter Jorge João, do CFF, o conselho está ministrando cursos online para orientar os farmacêuticos sobre essa nova função. Também está elaborando um modelo de receituário, embora cada conselho regional possa definir o seu.
 
O conselho paulista tem um modelo que vem distribuindo aos profissionais em cursos que oferece sobre as novas normas. "Já fizemos uma rodada em todo Estado. Os farmacêuticos estão extremamente interessados ", diz Pedro Menegasso, que preside o conselho paulista.
 
Segundo ele, a prescrição servirá para reforçar a importância dos profissionais para a população, que nem sempre sabe distinguir o farmacêutico do atendente de farmácia.
 
Com a nova norma, o cliente que chegar à farmácia para comprar um analgésico poderá ter uma "consulta" e ganhar um receituário com assinatura e carimbo do farmacêutico.
 
Outra bandeira defendida pelos conselhos farmacêuticos é a de que o governo brasileiro autorize os profissionais a prescrever um determinado grupo de medicamentos intermediário entre os de prescrição médica e aqueles isentos de receita, chamado de medicamentos de prescrição farmacêutica.
 
O Paracetamol 750 mg é um exemplo. Nos EUA o uso é restrito, depende de receita prescrita pelo farmacêutico, por ser muito tóxico ao fígado. 

Santa Casa implanta técnica inédita de combate à fibromialgia

A Santa Casa de São Paulo trouxe da Universidade da Califórnia (UCLA) para o Brasil uma técnica inédita no país para tratar diversas doenças, principalmente as psiquiátricas. O método é chamado de Trigeminal Nerve Stimulation (TNS), que em português significa Estimulação do Nervo Trigêmeo, técnica ainda sem sigla brasileira. Além da UCLA nos EUA, somente a Santa Casa, por meio do Centro de Atenção Integrada a Saúde Mental – Vila Mariana (Caism) utiliza a técnica no mundo. As duas Instituições são parceiras em pesquisas e métodos psiquiátricos.
 
A fibromialgia é uma das doenças que é tratada pela TNS. A doença é uma síndrome clínica causada principalmente por dores em todo o corpo, além de causar indisposição, fadiga, ansiedade, depressão, distúrbios do sono, alterações intestinais, e outros sintomas. 
 
No Brasil, 2 a 3% da população é portadora de fibromialgia, são 6 milhões de brasileiros que sofrem com a doença. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 80% dos casos de fibromialgia ocorrem em mulheres. Há uma maior dissidência da doença em mulheres mais velhas, na faixa etária de 30 a 55 anos, entretanto, também existem casos que acometem crianças e adolescentes.
 
O coordenador do Laboratório de Neuroestimulação Clínica do Caism – Vila Mariana e responsável por trazer a técnica ao Brasil, Pedro Shiozawa, explica que todos os pacientes que passaram pela técnica TNS tiveram melhoras consideráveis. “Há pacientes que chegam aqui totalmente travados, com dor em todo o corpo. Depois que os submetemos ao tratamento, as dores da fibromialgia sumiram, devolvendo a eles uma vida de qualidade”, comenta.
 
A aplicação da TNS nos pacientes tem sido feita em 10 sessões de 30 minutos cada. As sessões são desmembradas em duas semanas consecutivas, e ocorrem sempre de segunda à sexta-feira, com uma sessão por dia. Muitos dos pacientes já demonstram melhora mesmo depois de somente uma sessão. Apesar da TNS praticamente eliminar as dores, ainda não existe uma cura para a fibromialgia. A doença é considerada crônica, contudo, não é progressiva ou fatal.
 
Além da fibromialgia, a técnica trata outras doenças, principalmente no campo da psiquiatria, como a depressão, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo (TOC). “Hoje a depressão é a terceira maior causa de afastamentos no trabalho. Além disso, 90% das pessoas diagnosticadas com depressão também possuem ansiedade”, explica Shiozawa.
 
O Caism utilizou a TNS em 10 depressivos e todos eles se recuperaram da depressão após o tratamento, ou seja, a técnica obteve 100% de eficácia. Segundo o Dr. Shiozawa, são feitos vários testes que diagnosticam primeiramente o grau de depressão do doente e, logo após as sessões, os testes são refeitos e o índice de depressão, anteriormente alto, cai para um grau considerado normal. Nas outras doenças o nível de melhora também foi grande.
 
Outra vantagem da TNS além da rapidez da melhora do paciente é o custo, pois os pacientes podem diminuir drasticamente a quantidade de remédios devido a eficácia do novo tratamento por estimulação elétrica.
 
 
 
 
 
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