8 de setembro de 2015

Sírio-Libanês debate o papel do médico na sociedade atual

O que a prática atual da medicina está acrescentando na qualidade e aumento da sobrevida?  Esta e outras dúvidas frequentes entre os profissionais e gestores da saúde serão discutidas no II Encontro sobre Análise Crítica da Prática Médica, que acontecerá no dia 15 de setembro, no Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa (IEP/HSL).
 
“Precisamos fazer uma análise crítica do cenário em que o médico contemporâneo está inserido. Esse profissional e seus pacientes estão presos a indicações de medicamentos e exames”, ressalta Dario Birolini, médico cirurgião do Hospital Sírio-Libanês e um dos coordenadores do curso.  
 
“O profissional precisa se conscientizar do seu papel e resgatar a relação de confiança que tinha com o paciente no passado. Para isso é preciso, também, que a formação médica de hoje dê este enfoque”, completa Alfredo Salim Helito, médico clínico-geral do Hospital Sírio Libanês e que também atua na coordenação do evento.
 
Voltado para médicos, gestores, profissionais da área da saúde, jornalistas, profissionais da indústria farmacêutica, seguradoras e também público leigo, o II Encontro sobre Análise Crítica da Prática Médica promoverá discussões sobre dois temas centrais: “Diagnóstico em excesso: do check-up até o fim da vida” e “Diagnóstico em excesso: gastos, custos e perspectivas”.
 
Os assuntos serão apresentados pelo professor de cardiologia e de estatística Marco Bobbio. O médico italiano é autor do livro “O doente imaginado”, que aborda a forma como a tecnologia, as solicitações de exames e de medicamentos acabaram ocupando indevidamente o espaço do médico.
 
Os temas serão debatidos com intermediação dos dois médicos brasileiros, conhecidos pela atuação que preserva os conceitos da relação médico-paciente, com base na humanização.
 
 
II Encontro sobre Análise Crítica da Prática Médica
Local:          Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa
Endereço:    Rua Prof. Daher Cutait, 69, Bela Vista
Data:           15 de setembro
Horário:      10h às 16h
 

Saúde suplementar acumula gastos de R$ 139,3 bilhões em 12 meses

Os gastos totais do setor de saúde suplementar somaram R$ 139,3 bilhões nos 12 meses encerrados em junho deste ano. Os dados, divulgados pela Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), são relativos ao mesmo período do ano passado. De acordo com a entidade, houve expansão de 14,7%.
 
Os números consideram as demonstrações contábeis enviadas pelas operadoras de saúde à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
 
No mesmo período, as receitas de contraprestações (pagamento de uma importância pelo contratante de plano de saúde a uma operadora para garantir a prestação continuada dos serviços) alcançaram R$ 138,7 bilhões, com aumento de 13,7% na mesma base de comparação. O resultado operacional foi negativo em R$ 0,6 bilhão.
 
Segundo o boletim, as despesas assistenciais do setor (pagas pelos procedimentos ambulatoriais e hospitalares, envolvendo consultas médicas, exames, terapias e internações dos beneficiários de planos e seguros de saúde) totalizaram R$ 114,4 bilhões, com evolução de 15,3% em 12 meses até junho de 2015, ante igual período encerrado em junho de 2014.
 
Para a FenaSaúde, o maior crescimento das despesas assistenciais elevou o índice de sinistralidade do mercado para 82,4%. O número sobe para 84,1% se forem consideradas somente as operadoras do segmento médico-hospitalar do tipo medicina de grupo, cooperativas médicas, seguradoras especializadas em saúde e autogestão, entre outros.
 
Já as provisões técnicas, que constituem as garantias financeiras para os riscos das operadoras com beneficiários de planos e prestadores de serviços, atingiram, até junho deste ano, R$ 29 bilhões, correspondendo a 20,9% das receitas do setor acumuladas em 12 meses. 

Presidente do SINDHOSP participa do SHS 2015

O presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, participou do Seminário Hospitais Saudáveis (SHS 2015), realizado no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês, nos dias 1º e 2 de setembro. Em sua 8ª edição, o evento é uma realização da coalizão de organizações composta pelo Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo (CVS), SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, Hospital Sírio-Libanês, Pró-Saúde, Rede Global Hospitais Verdes e Saudáveis, Saúde sem Dano e Projeto Hospitais Saudáveis.
 
O tema este ano do SHS foi “O desafio do setor saúde frente às mudanças climáticas”, considerada a matéria da maior importância, que já afeta dramaticamente à saúde pública e que terá seus impactos significativamente potencializados no curto, médio e longo prazos.
 
O seminário ofereceu formatos diferentes de atividades, visando melhor aproveitar o potencial de cada tema e da contribuição de cada um dos participantes. Foram conferências, mesas-redondas, fóruns e oficinas de trabalho, que discutiram o que as lideranças dos diversos setores, em especial da saúde, podem fazer para enfrentar a crise ambiental e as mudanças climáticas; oportunidades para ação no setor saúde; a crise hídrica e como esta afeta os serviços de saúde; produção e consumo sustentável de alimentos; Vigilância sanitária de resíduos de serviços de saúde (RSS), Energia em serviços de saúde, racionalização do consumo e fontes alternativas mais limpas e seguras; mudanças climáticas: impactos na saúde pública e o potencial de mitigação, resiliência e liderança por parte do setor saúde   
 
O gerente de Operações Regionais da FEHOESP, Erik Von Eye, participou do evento como moderador de gestão de RSS no fórum que debateu o tema da conteinerização no acondicionamento dos RSS perigosos, como medida fundamental para a segurança na armazenagem, transporte e destinação final desses resíduos e os desafios para sua padronização e implementação no Brasil.
 
O 8º Seminário Hospitais Saudáveis também foi palco da entrega do Prêmio Amigo do Meio Ambiente (AMA). Criada pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, com apoio técnico do Centro de Vigilância Sanitária, a premiação tem como objetivo estimular iniciativas sustentáveis no âmbito do SUS em todo o Brasil. 
 
Desde 2008 até 2014, o Prêmio AMA recebeu mais de 360 projetos, dos quais cem receberam a placa de reconhecimento. 
 

ANS vê risco em 59 outros planos de saúde

Além da Unimed Paulista, que terá de se desfazer da sua carteira de clientes até o início de outubro, outras 3 das 83 operadoras de grande porte (com mais de 100 mil beneficiários) existentes no Brasil podem deixar os clientes na mão, segundo a legislação de planos de saúde. Essa caracterização é questionada por integrantes do setor.
 
As dificuldades atingem a Unimed de Manaus, a Unimed de Belém e a Sobam, que opera no interior paulista, segundo levantamento do iG em dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Juntas, elas somam 597,8 mil, ou cerca de 1% do total de clientes de planos de saúde médico-hospitalares do País.
 
As três fazem parte de um grupo de 59 operadoras – das 1.187 ativas e com clientes – que apresentam "anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde", como diz a legislação. Por isso, todas estão submetidas ao regime de direção fiscal, situação em que a ANS coloca técnicos para acompanhar as contas das empresas.
 
As anormalidades podem ser de diversos tipos, como ausência de garantias nos níveis exigidos pela lei, desequilíbrios estruturais entre ativos e passivos de curto prazo e calotes repetidos em fornecedores, por exemplo.
O acompanhamento é revogado caso a operadora resolva os problemas, o que – no entender da ANS – acontece em boa parte dos casos. Nove operadoras de grande porte foram submetidas à direção técnica desde 2003 e saíram do regime de exceção sem maiores complicações.
 
Unimed Paulistana terá de transferir a carteira de 744 mil clientes para outras operadoras
 
Caso os problemas não sejam sanados, a agência pode obrigar a operadora a se desfazer de seus clientes, como aconteceu com a Unimed Paulistana na quarta-feira (2). Após a determinação, os clientes da empresa – que já vinham reclamando de problemas do atendimento – tiveram consultas e exames cancelados, como o iG mostrou. A prática é ilegal.
 
"Risco não existe", diz operadora
Diretora financeira da Unimed de Belém, Leila Haber Feijó nega que os clientes corram risco. A operadora, afirma, tem tido resultados positivos desde 2014 e honrado todos os compromissos. Além disso, receberá um aporte de R$ 35 milhões, obtido por meio de uma vaquinha junto aos cooperados, para atingir as exigências financeiras das ANS.
 
"Isso [risco de não atender os consumidores] não existe. Não se vislumbra no curto espaço de tempo", afirma a diretora, argumentando que um dos problemas encontrados pela ANS foi a margem de solvência da operadora. "A Unimed de Belém consegue pagar em dia todos os seus fornecedores e prestadores de serviço."
 
O índice de queixas contra a operadora – que no caso da Unimed Paulistana disparou desde que começaram os regimes de direção fiscal, em 2009 – subiu ligeiramente desde que o regime especial foi decretado, em maio de 2014, e a ANS não determinou a suspensão de venda de planos, como ocorre normalmente quando há problemas de atendimento. Sobam e Unimed de Manaus também não foram alvo da restrição.
 
"Em linhas gerais, a direção fiscal está atrelada a problemas econômico-financeiros e a suspensão de comercialização, a problemas no atendimento. Não necessariamente as duas situações ocorrem simultaneamente", informa a agência, em nota.
 
Dizer que os clientes de uma operadora sob direção fiscal correm risco de ficar sem atendimento, muitas vezes, é inadequado, avalia Daniel Rodrigues Faria, advogado de planos de saúde e membro Comitê Executivo do Distrito Federal no âmbito do Fórum Nacional do Judiciário para a Saúde criado pelo Conselho Nacional de Justiça.
 
"Nem sempre as hipóteses de instauração do regime de direção fiscal colocam efetivamente em risco a continuidade do atendimento à saúde", afirma o advogado. "Mais importante, a referida informação gera incerteza no mercado, seja no âmbito da rede credenciada, seja no quadro de usuários, levando a uma piora no quadro da operadora, situação que deve ser sempre evitada pelo agente regulador [ANS]."
Faria reconhece, entretanto, que muitas vezes a decretação de direção técnica chega quando a situação já é muito grave.
 
"Muitas vezes, quando da instituição do regime, já se tornou complicada a recuperação, especialmente quando analisamos o próprio mercado, cujo risco é alto e o retorno financeiro, quando existe, cada vez menor, bastando verificar os números da própria ANS", afirma o advogado. "O setor de saúde, seja público (SUS) ou privado, necessita de uma mudança, pois o modelo atualmente utilizado se encontra ultrapassado."
 
Os representantes da Sobam e da Unimed de Manaus não comentaram. 
Para saber se sua operadora está em regime de direção fiscal, o consumidor deve acessar o site www.ans.gov.br/legislacao/busca-de-legislacao. Em "tipo de norma", o consumidor deve escolher "RO" e, na busca, colocar o nome da empresa. Caso haja regime de direção fiscal, haverá uma resolução operacional – não revogada – que determina a sua instauração.
 
 
 

Com alta do desemprego, planos de saúde perdem beneficiários

O desemprego no Brasil chegou a 8,3% no segundo trimestre deste ano, maior taxa desde 2012, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor de saúde privada é um dos que mais sofre com o cenário, uma vez que o segmento empresarial é a grande força motora dos planos de saúde. Ao perder seu emprego, a tendência de grande parte das pessoas é deixar de investir em convênios com operadoras, passando a pressionar uma saúde pública já sobrecarregada. 
 
De acordo com estimativas da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), apenas no primeiro semestre de 2015 mais de 190 mil beneficiários encerraram seus planos, um recuo de 0,4%. O desempenho do setor para os próximos seis meses, na visão do diretor-executivo da entidade, dependerá da atividade econômica do país. “Com base nos indicadores analisados, nossa perspectiva para o número de beneficiários é de estabilidade ou mesmo de queda num cenário mais pessimista, o que seria inédito no setor", explica Antônio Carlos Abbatepaolo. 
 
As projeções para a economia brasileira, entretanto, não são nada animadoras. O mercado estima uma retração econômica de ao menos 2% em 2015. Na visão do coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ricardo Franco Teixeira, ajustes continuarão sendo feitos nos últimos meses do ano. “E enquanto isso estiver acontecendo, não teremos uma perspectiva de aumento da taxa de emprego”, opina.
 
Em junho, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho (Caged/TEM) também bateu recorde, indicando que 11 mil postos de trabalho foram fechados. Trata-se da maior baixa mensal desde o início da apuração, em 1999. Isso tem reflexos diretos na carteira de clientes das operadoras de saúde suplementar, mercado que se apoia majoritariamente em contratos coletivos do segmento empresarial. 
 
De acordo com a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), de 2009 a 2014, a participação de beneficiários enquadrados nessa categoria aumentou de 55,6% para 66,3%, enquanto as demais categorias – planos coletivos por adesão e plano individual – tiveram retração de 21,7% e 19,7%, respectivamente, no mesmo período de comparação.
 
Para Teixeira, existem duas situações, além do contrato empresarial, com impacto direto às empresas que fornecem esses serviços. O primeiro caso se refere a pessoas que trabalham de maneira autônoma e têm seu faturamento diminuído em função da crise, deixando de pagar o plano de saúde. “O segundo, a trabalhadores que não perderam seu emprego, mas têm familiares que foram demitidos. Por isso, passam a assumir mais responsabilidades financeiras e, consequentemente, a negligenciar o pagamento do plano”, enumera o professor.
 
Outro desdobramento do problema está na saúde pública, segundo argumenta José Reinaldo Nogueira de Oliveira Júnior, da Nelm Advogados. “Hoje, a saúde privada é essencialmente custeada pelas empresas, à medida que elas oferecem planos de saúde a seus funcionários. Ainda que o colaborador, quando desligado da empresa, possa manter o convênio com o plano por um tempo, ele tem que custeá-lo por conta própria. O que acaba por acontecer é que ele prioriza seus gastos e deixa de pagar o plano quando é desligado do emprego. Com isso, pressiona uma saúde pública já sobrecarregada”, discorre o advogado.
 
O cenário de crise abre oportunidades para operadoras que oferecem serviços mais baratos. É esse o caso da Assim Saúde, que, de acordo com superintendente Marcelo Teixeira, experimenta um crescimento em seu número de clientes, principalmente os empresariais. As empresas Unimed Rio e Amil, e a Federação Nacional de Saúde Complementar (FenaSaúde) não quiseram se posicionar em relação ao assunto. A SulAmérica não enviou informações até o fechamento desta matéria.  
 
 
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