14 de janeiro de 2016

Estudo aponta possível relação entre zika e outra má-formação

Microcefalia talvez não seja a única consequência da infecção pelo zika vírus nos bebês durante a gestação. Um estudo publicado na revista Ultrasound in Obstetrics & Gynecology da diretora do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto Adriana Melo e de Ana Bispo, do Instituto Oswaldo Cruz, relata a ocorrência de dois casos em que, além de microcefalia, pacientes apresentavam outra má-formação rara, a artrogripose, uma doença que se caracteriza por graves deficiências nas articulações. "Em toda minha vida havia visto dois casos. Desde setembro, foram outros quatro. Vi que havia algo errado", conta Adriana.

Dois dos casos se tratavam de bebês que morreram pouco depois de nascer. Outros dois são fetos. Todos tiveram diagnóstico de microcefalia. "Em dois casos já tivemos a confirmação da infecção por zika", completou.

A pesquisadora diz que ainda não é possível afirmar se a artrogripose é consequência da infecção por zika. "É cedo para atribuirmos causa e consequência. Mas o importante é que todos os profissionais fiquem alertas", completou.

Adriana observou que, além de problemas nas articulações, há um caso, que está ainda em investigação, de problemas cardíacos. O professor da Universidade Federal de Pernambuco Carlos Brito afirma que no Estado também há relatos de casos de crianças com problemas na articulação, cujas mães tiveram, durante a gestação, queixas de sintomas semelhantes aos de zika.

Tanto Adriana quanto Brito defendem uma mudança no tratamento da doença para "zika congênita", em vez de microcefalia provocada por zika. "É o mesmo que ocorre com outras síndromes, como sífilis congênita", disse o professor. "Talvez microcefalia seja o sintoma mais importante, mas não o único. A mudança da denominação ajudaria profissionais a ter isso em mente", completou Brito.

Adriana relata que a microcefalia em bebês cujas mães apresentaram zika durante a gestação tem características bem diferentes da microcefalia clássica. "Os casos são mais graves."

CFM amplia critérios para cirurgia de redução de estômago

O CFM (Conselho Federal de Medicina) ampliou as indicações para que pessoas com obesidade moderada possam fazer a cirurgia de redução de estômago.
 
Antes, uma resolução da entidade afirmava que quem tinha IMC (índice de massa corporal) acima de 35 só poderia fazer uma cirurgia bariátrica se tivesse diabetes, hipertensão, apneia, colesterol, doenças das articulações ou "outras doenças".
 
Agora, um novo texto descreve e amplia essa categoria "outros". A lista de doenças que podem levar à indicação da cirurgia para quem tem IMC acima de 35 ganhou 21 doenças, incluindo problemas cardiovasculares, depressão, disfunção erétil, infertilidade, asma grave e refluxo gástrico.
 
"Esse 'outros' podia incluir qualquer coisa, mas não é qualquer coisa que vamos tratar com cirurgia bariátrica", diz Ricardo Cohen, médico que participou da elaboração da resolução e é coordenador do centro de obesidade e diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "E quem tinha, de fato, outra doença associada à obesidade e precisava da cirurgia, não tinha a liberação dos planos de saúde."
 
Para Bruno Geloneze, endocrinologista da Unicamp, não há risco de o rol maior levar a um aumento de cirurgias desnecessárias. "Pelo contrário. O texto anterior dava margem para indicações imprecisas. Agora está tudo bem discriminado."
 
Almino Ramos, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, afirma, que desde 2010, novos estudos foram elaborados e, portanto, a adequação era necessária.
 
As mudanças já estão valendo, inclusive na rede pública. Ramos afirma que 95% das pessoas com obesidade moderada que precisavam da operação se encaixavam nos critérios anteriores. Com as mudanças, o número de cirurgias pode aumentar de 5% a 10% –anualmente, são cerca de 100 mil cirurgias bariátricas no país, segundo o médico.
 
A indicação clássica da cirurgia, que é para pessoas com obesidade grave (IMC acima de 40), permanece.
 
A nova resolução também estabelece que, quando o paciente tiver entre 16 e 18 anos, um pediatra deve fazer parte da equipe profissional para comprovar que a curva de crescimento do adolescente está completa.
 
Além disso, o texto deixa claro que, antes dos 16 anos, a cirurgia bariátrica deve ser considerada experimental. "Não existe nenhum trabalho mostrando benefício e segurança da operação nessa faixa. Talvez haja exceções, mas não pode ser algo feito em série", diz Cohen.
 
No mesmo tema, o CFM deixa claro o que é uma técnica experimental e quais são as técnicas aceitas.
 
NOVO CRITÉRIO
 
Seis entidades médicas do país já enviaram ao CFM um texto pedindo uma nova modificação: que a obesidade deixe de ser o principal critério para a indicação da cirurgia de redução de estômago.
 
Elas criaram um conjunto de indicadores (chamado escore de risco) que levam em conta as doenças do paciente e definem se ele é candidato à cirurgia, independentemente do IMC.
 
"A prioridade é o risco, e o IMC sozinho não define isso. Uma pessoa com um IMC menor, de 36, por exemplo, pode ter também hipertensão, diabetes e histórico de infarto. Não é só acúmulo de peso, mas também de doenças que conta. Essa é uma segunda frente de discussão com o CFM", diz Ramos. 

FenaSaúde anuncia nova diretoria para o triênio 2016-2019

A advogada Solange Beatriz Palheiro Mendes é a nova presidente eleita da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde). Solange Beatriz foi eleita em dezembro de 2015 e assumirá o cargo a partir de fevereiro de 2016. As eleições para a diretoria da FenaSaúde são realizadas a cada três anos e o mandato é para o triênio 2016-2019.
 
A executiva, que até recentemente era a diretora-executiva da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg), cargo que exercia desde novembro de 2010, tem longa experiência no mercado de saúde suplementar e seguradoras. Atuou como diretora de Normas e Habilitação das operadoras da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), entre 2000 e 2004; foi diretora de Saúde da Federação Nacional de Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg), entre 2004 e 2006; e foi secretária-geral, diretora e superintendente substituta da Superintendência de Seguros Privados (Susep), de 1995 a 2000. Solange Beatriz já integrou a equipe da FenaSaúde, tendo sido Diretora-Executiva da entidade, até 2010.
 
A executiva tem amplo envolvimento com o setor da Saúde. Na FenaSaúde, afirma que dará continuidade ao trabalho que já vem sendo desenvolvido por Marcio Coriolano, que ocupou a Presidência da entidade nos últimos seis anos e assumirá a Presidência da CNseg. Projetos como o Fórum da Saúde Suplementar, que teve a primeira edição em novembro de 2015, e temas como o compromisso com a sustentabilidade do setor e a segurança regulatória continuarão na pauta da entidade. 
 
“Minha trajetória é pautada pelo esforço de aperfeiçoamento das relações de consumo para indução do desenvolvimento do mercado. Acredito na importância da comunicação clara para satisfação do consumidor cidadão e na relevância dos serviços prestados pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde. À frente da FenaSaúde, quero intensificar os esforços de conscientização sobre o bom uso dos recursos disponíveis para a saúde, garantindo que os consumidores saibam como adquirir e utilizar o plano adequado para suas necessidades. A FenaSaúde vem realizando ações nesse sentido, e ampliaremos os canais de diálogo com o Governo, entidades de proteção dos consumidores e sociedade”, afirma Solange Beatriz.
 
Para ela, é importante que a FenaSaúde – representante 24 empresas referências na assistência privada aos cidadãos beneficiários de seguros e planos – continue a demonstrar a relevância econômica e social do setor no país. E, de acordo com a importância desse papel, siga propondo ações concretas para a melhoria contínua da eficiência e da qualidade de serviços.

Saúde divulga diretriz nacional para estimulação precoce de bebês com microcefalia

O Ministério da Saúde disponibilizou a todos os profissionais e gestores do país, as Diretrizes de Estimulação Precoce: Crianças de 0 a 3 anos com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor decorrente de microcefalia. O documento foi desenvolvido em razão do cenário de urgência dado pelo aumento de casos de microcefalia em todo o país em decorrência de infecção pelo vírus Zika. São orientações aos profissionais das equipes da Atenção Básica e Atenção Especializada para a estimulação precoce. O conteúdo é direcionado às crianças com microcefalia, podendo se aplicar ainda a outras condições ou agravos de saúde que interfiram no desenvolvimento neuropsicomotor nesta fase.
 
 
É a primeira vez que o Ministério da Saúde reúne em um único documento todas as diretrizes para estimulação precoce de crianças com atraso no seu desenvolvimento. “As Diretrizes unificam o conhecimento e a conduta de atenção às crianças com microcefalia, para promover a estimulação no menor tempo possível, entre zero e três anos, que é a janela de oportunidade para a redução do nível de comprometimento causado pela malformação”, disse o secretário de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Alberto Beltrame.
 
Elaboradas com apoio de pesquisadores, especialistas e profissionais de diversas instituições do país com experiência e conhecimento sobre estimulação precoce, as Diretrizes complementam o Protocolo de Atenção à Saúde e Resposta à Ocorrência de Microcefalia Relacionada à Infecção pelo vírus Zika. Lançado em 14 de dezembro, o Protocolo orienta o atendimento desde o pré-natal até o desenvolvimento da criança com microcefalia, em todo o País.
 
As Diretrizes abordam aspectos relacionados ao desenvolvimento neuropsicomotor da criança, como a avaliação do desenvolvimento auditivo, visual, motor, cognitivo e da linguagem, a estimulação precoce, o uso de tecnologia assistiva (bengalas e cadeiras de rodas), além de outros aspectos, como a importância do brincar e a participação da família na estimulação precoce.
 
O material auxiliará o profissional de saúde na elaboração de um programa de estimulação precoce que possibilite um melhor desenvolvimento da criança com microcefalia, em especial até os três anos, período de maior resposta aos estímulos. Por exemplo, em uma criança com deficiência visual é possível fazer a estimulação a partir do uso de objetos luminosos em local escuro e também coloca-la para rolar a partir do seguimento visual do objeto.
 
Na Atenção Básica, o material é direcionado às Unidades Básicas de Saúde, Saúde da Família e Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs). Na Atenção Especializada, o público-alvo é a Atenção Domiciliar, Hospitalar, Ambulatórios de Especialidades e de Seguimento do Recém-Nascido, e Centros Especializados em Reabilitação.
 
CAPACITAÇÃO – O Ministério da Saúde prepara o lançamento de um curso à distância para capacitar profissionais de saúde que vão atuar na estimulação precoce. O curso será ofertado a fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, médicos, entre outros profissionais que trabalham com estimulação precoce e que atuam nos diversos serviços da Rede SUS (Atenção Básica e Especializada), como os ligados aos NASF e os Centros Especializados em Reabilitação, que serão certificados após a conclusão do curso.
 
A meta do Ministério é que 7.525 profissionais, pelo menos, participem desta capacitação. O curso será desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte. As matrículas devem começar em março.
 
REDE DE REABILITAÇÃO – O SUS conta, atualmente, com 1.543 serviços de reabilitação em todo o país que atuam em diferentes modalidades, física, auditiva, visual e intelectual.
 
Dentro do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, lançado no final de 2015 e que prevê maior agilidade na estruturação dessas unidades, já foram habilitados 12 centros de reabilitação. Outros 11 se encontram em fase de conclusão das obras, com previsão de término no primeiro semestre de 2016, cujo investimento na construção e compra de equipamento somam R$ 43,4 milhões. Mais R$ 25,2 milhões anuais serão destinados para o custeio destas unidades. Outros 65 serviços de reabilitação serão habilitados em Centros Especializados em Reabilitação, ampliando assim a capacidade de atendimento da rede e passarão a receber adicional de R$ 109,2 milhões por ano.
 
A partir do Plano Viver sem Limite, lançado em 2011 pelo Governo Federal, e da Instituição da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência, em 2012, o Ministério da Saúde tem investido na ampliação da oferta desses serviços. Foram habilitados 136 Centros Especializados em Reabilitação (CER) em todo país. As novas unidades representam impacto de R$ 287,7 milhões por ano para o custeio do atendimento em reabilitação.
 
No total, o investimento do Ministério da Saúde para custear o atendimento em reabilitação é na ordem de R$  650,6 milhões por ano, além dos valores destinados a obras e equipamentos. Esses recursos também podem ser complementados pelos governos estaduais e municipais.
 
O secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame, assinou nesta semana, duas portarias aprovando o repasse de recursos Federais no valor de R$ 19,8 milhões destinados à aquisição de equipamentos para 13 CERs e duas Oficinas Ortopédicas.
 

Saesp tem nova diretoria para biênio 2016-2017

Em cerimônia realizada no dia 15, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, o Marcelo Luis Abramides Torres tomou posse como novo presidente da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (Saesp), para o biênio 2016-2017.

A nova diretoria continuará atuando em prol da valorização profissional da categoria. "Precisamos mostrar para a sociedade a importância e atribuições do médico anestesista. Paralelamente, vamos atuar junto aos hospitais e convênios médicos, no que se refere ao valor do nosso trabalho, de nossa remumeração", destaca Torres.

Atualmente, o Estado de São Paulo possui em torno de quatro mil médicos anestesistas.  Todos os dias, milhares de pessoas passam por algum procedimento cirúrgico em hospitais brasileiros. No entanto, a grande maioria desconhece os cuidados e a necessidade de uma consulta prévia com este profissional.

Além de cursar seis anos da Faculdade de Medicina, o profissional precisa passar por mais três anos de residência médica de anestesiologia.

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