6 de abril de 2016

9º Seminário SINDHOSP e Grupo Fleury debate os desafios do setor

Pelo nono ano consecutivo, o SINDHOSP e o Grupo Fleury reúnem-se para debater os desafios de um setor em constante busca pelo equilíbrio. Sob o tema “Saúde suplementar: o sistema está em crise?”, líderes da saúde abordarão, em 14 de abril, as resoluções da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a lei 13.003 e as tributações. O evento será realizado das 8h às 13h no auditório do Grupo Fleury, localizado na zona sul de São Paulo, e tem presença confirmada de representantes da ANS.
 
Durante o seminário, o SINDHOSP irá apresentar, em primeira mão ao mercado, uma das pesquisas encomendadas ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O documento fará um estudo sobre o impacto das mudanças propostas pelo governo na cobrança de Programas de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade (Cofins) no setor da saúde. De olho neste impacto, o SINDHOSP encomendou uma pesquisa ao IBPT para demonstrar, de maneira detalhada, os impactos das mudanças para o setor de saúde – um dos que seriam mais afetados entre os que atuam na área de serviços.
 
Os impostos, relativos à Cofins e ao PIS, atualmente somam alíquotas que variam de 3,65% a 9,25%. Uma proposta do governo federal quer que setores como construção civil e serviços migrem para a alíquota maior, de 9,25%, sob um sistema de compensação. Mas os empresários dizem que nesses setores, em que a mão de obra é a principal despesa, não haveria compensação, como a que existe na indústria. O Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) calcula que a mudança aumentaria a carga tributária de 1,5 milhão de empresas.
 
Para finalizar os debates, um talk show será realizado com os palestrantes para apontar medidas que podem ser tomadas a curto, médio e longo prazos, além de sugestões de melhorias na saúde suplementar. Participam também Yussif Ali Mere Jr, presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, e Martha Regina de Oliveira, diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS. Sob a moderação de Wilson Shcolnik, gerente de Relações Institucionais do Grupo Fleury, o momento permitirá interação com a plateia.
 
O evento é fruto de parceria entre o Grupo Fleury e o SINDHOSP, e tem o apoio institucional da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS); da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed); da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL); da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed); da Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo (FEHOESP); da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas (SBAC) e da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial  (SBPC/ML).
 
Para se inscrever clique aqui
 
Confira a programação:
 
8h Credenciamento e Welcome coffee
 
9h Abertura
           Carlos Alberto Iwata Marinelli – presidente do Grupo Fleury/SP 
            Yussif Ali Mere Junior – presidente FEHOESP/SINDHOSP 
            Representante da ANS 
 
9h10 Lei 13.003 e Resoluções da ANS – já são realidade?
          Marcelo Gratão – gestor do IEPAS 
          Martha Regina de Oliveira – diretora de Desenvolvimento Setorial da ANS 
          Solange Beatriz Palheiro Mendes – presidente da FenaSaúde
 
10h Tributação da área de saúde – tendências e impactos
          Yussif Ali Mere Junior – presidente FEHOESP/SINDHOSP 
 
10h20 TISS –  o que falta para dar certo?
          Claudia Cohn – presidente da Abramed
          Marizélia Leão Moreira  – gerente de padronização e interoperabilidade – GERPI da ANS
 
11h20 Agenda Regulatória ANS – Enfrentando desafios do setor
          
11h50 Talk show
Convidados:
          Yussif Ali Mere Junior – presidente FEHOESP/SINDHOSP
          Martha Regina de Oliveira – diretora da ANS
          Claudia Cohn – presidente da Abramed
          Solange Beatriz Palheiro Mendes – presidente da FenaSaúde
          Marizélia Leão Moreira  – gerente de Padronização e Interoperabilidade – GERPI da ANS
 
13h Encerramento e brunch
 
SERVIÇO
9º Semniário SINDHOSP e Grupo Fleury
Data: 14/4/2016, as 8h às 13h
Local: Av. Gen. Valdomiro de Lima, 508, Jabaquara – São Paulo-SP
Mais informações pelo telefone (11) 3121-1333, ramais 409, 411 e 412. 
As inscrições são limitadas e devem ser feitas acessando o link: http://goo.gl/forms/KATM841twF.
 
 
* Programação sujeita a alterações 
 

Economia coloca saúde em risco

O que se vê na economia do país é o crescimento do desemprego, a desvalorização do real, a dificuldade para controlar a inflação, além da perda de receitas com a queda na arrecadação de impostos. Não há como fugir das consequências da crise. Ela atinge a todos, inclusive a saúde. Os setores público e privado lidam com a dificuldade de manter a sustentabilidade de um segmento que sofre com a elevação dos custos, enquanto as receitas caem. Entre os estados, aqueles dependentes da indústria de petróleo e gás são os que mais sofrem com a escassez de recursos financeiros. O resultado desse desequilíbrio, nós vemos no noticiário que expõe a crise nas redes hospitalares estaduais. O setor privado também vê a situação econômica assombrar com perspectivas nada animadoras.
 
O aumento do desemprego vem causando uma retração no mercado de planos de saúde. O saldo negativo de 1,5 milhão de vagas formais que o país apresentou ano passado ajuda a entender como os planos perderam mais de 440 mil clientes. Números assim afetam todo o sistema. Os hospitais membros da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), por exemplo, registraram, em 2015, uma queda de 1,8% na receita em comparação com 2014. Com a baixa de movimento dos hospitais, acaba-se empregando menos do que a expectativa.
 
No ano passado, o incremento de contratações pelos hospitais da Anahp foi de 4,1%, o que representa um terço do resultado de 2014, quando houve alta de 12%. Infelizmente, não há como evitar esse impacto, ainda mais considerando que há hospitais em que 90% dos atendimentos realizados são de pessoas com plano de saúde. Somente nos prontos-socorros houve redução de 7,2% de 2014 para 2015 (que representam algo como 150 mil atendimentos a menos). Caso o mercado de planos não reaja, provavelmente o saldo entre contratações e desligamentos será ainda mais distinto do que dois anos atrás, com enorme chance de encerrar no negativo.
 
Para piorar as perspectivas, a previsão é de que os custos hospitalares se elevem ainda mais este ano. Temor este baseado na alta do dólar. É o preço que se paga pelo Brasil estar longe de ser um dos principais fabricantes de insumos e equipamentos médicos, o que impõe aos estabelecimentos a necessidade de importar boa parte do que é utilizado diariamente. Não há um gestor hospitalar que não esteja aflito em como manter a sustentabilidade com o dólar por volta dos R$ 4. O mesmo sentimento deve estar presente nos secretários de saúde que veem suas cidades e estados com dificuldade para arcar com os salários dos funcionários.
 
 
Recursos limitados para um setor que necessita de investimentos contínuos. O país precisa de mais leitos. Tanto nos hospitais públicos quanto nos particulares, a oferta fica abaixo do mínimo recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são três leitos para cada grupo de mil habitantes. A média nacional é de 2,3 leitos por mil habitantes. Cenário longe de ser o ideal, ainda mais se compararmos com países desenvolvidos, como a Alemanha (8,3) e o Japão (13,3), que superam em muito a média da OMS. Como ampliar a infraestrutura se muitos hospitais sofrem para manter o equilíbrio financeiro?
 
A saúde privada acompanha atentamente as decisões e ações do governo federal na busca por soluções para a turbulência atual. Longe de querer disseminar o pessimismo, mas como o SUS, por exemplo, conseguirá absorver a demanda, caso o desemprego continue crescendo e mais pessoas deixem de ter planos de saúde? O que o governo fará se as Santas Casas, que já sofrem com a defasagem dos repasses feitos e atendem 55% de toda a demanda do SUS, fecharem as portas?
 
Em tempos de formação de um novo Conselho de Desenvolvimento Econômico, que pretende encontrar alternativas para que o Brasil supere a crise, talvez fosse vital que o governo federal propusesse iniciativas destinadas à saúde, dadas a dimensão, a complexidade e a importância social do setor para o país. Não se pode permitir que a economia coloque o setor na UTI.
 
*Francisco Balestrin é presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e presidente eleito da Associação Mundial de Hospitais (IHF)
 
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