10 de abril de 2017

Folha de S. Paulo publica artigo da FEHOESP

Confira, na íntegra, o artigo do presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, publicado na Folha de S. Paulo, em 9 de abril, domingo.

 

Eficiência é o antídoto para a saúde

Na última sexta (7), comemoramos o Dia Mundial da Saúde. No Brasil, o tema é uma de nossas maiores preocupações.
Apesar de estar ligada à economia, à educação e à infraestrutura, a mudança do modelo assistencial e uma maior integração entre o público e o privado produziriam melhores indicadores. Para isso, o país precisa ter maturidade para debater questões profundas, com base em análises técnicas. 

As organizações sociais (OS) em São Paulo servem de exemplo. Segundo o banco Mundial, os hospitais de OS têm taxa de ocupação de 80,9%, contra 72,1% dos públicos, e o custo médio diário do leito é 20% menor. É premente ampliar parcerias semelhantes com a rede privada lucrativa. O Estado deve, cada vez mais, regular, acompanhar e fiscalizar, entregando ao setor privado o que ele sabe fazer: a gestão.
E precisamos planejar, tonar o sistema mais eficiente. Mais de 60% dos nossos 6.129 hospitais têm até 50 leitos. Para ser exequível, pesquisas mostram que um hospital deve ter, pelo menos, 200. Na relação de 3 leitos para cada grupo de mil habitante, que é a média mundial, um hospital só seria viável em cidades com mais de 50 mil habitantes. 

Apenas 12,3% dos municípios brasileiros, segundo o IBGE, possuem esse perfil. Em nosso país, a população é de menos de 20 mil habitantes em 3.810 cidades (68%).
Hospitais de pequeno porte têm baixa resolutividade, tanto que a taxa média de ocupação dos leitos do SUS é inferior a 40%, enquanto que em hospitais de alta complexidade é superior a 80%. Um dos problemas da fila para cirurgias e tratamentos efetivos no SUS está justamente na baixa resolutividade dos leitos, e não na inexistência deles.

A solução para esse problema passa pela implantação de redes de saúde articuladas entre os vários níveis de assistência. O Banco Mundial mostra que 30% das internações poderiam ser evitadas no Brasil com tratamento ambulatorial. Isso geraria uma economia de R$ 10 bilhões por ano. 

Além disso, com um sistema organizado e eficiente, 80% da demanda seria resolvida no atendimento primário. Sistemas de troca de informações que auxiliem a tomada de decisões e integram as redes são necessários para agilizar o atendimento e evitar desperdícios. 

A padronização de processos, diminuição de erros e valorização dos recursos humanos viriam com maior investimento em qualidade e segurança – só 5% dos nossos hospitais são certificados. 
Outra vertente importante é a prevenção. Levantamento do BNDES mostra de 65% das internações de crianças com menos de 10 anos são provocadas pela deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa. Metade da população brasileira não tem acesso á coleta de esgoto e somente 40% dele é tratado. Segundo a Organização Mundial da Saúde, para cada US$ 1 investido em saneamento básico há uma economia de US$ 4,3 em saúde.

A limitação dos gastos públicos acarreta o mérito de trazer para a discussão a qualidade desse gasto. Na Saúde, isso aumenta a responsabilidade de empresários e gestores em encontrar novas soluções. 
Este momento traz oportunidades de mostrar que somos capazes de produzir mais em saúde. Eficiência é o antidoto que precisamos. 

Yussif Ali Mere Jr., médico nefrologista, é presidente da Federação e do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo. 
 

FEHOESP cria canal de denúncia contra corrupção na saúde

A Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) e seus seis sindicatos filiados (SINDHOSP, SINDMOGI, SINDRIBEIRÃO, SINDHOSPRU, SINDJUNDIAI e SINDSUZANO) criaram canal de denúncia contra a corrupção ou más práticas de mercado. Para denunciar basta acessar o portal da entidade – fehoesp360.org.br. A ferramenta garante anonimato ao denunciante.

“A saúde não pode e não vai compactuar com a corrupção que desestruturou a economia e o Brasil. Defendemos a integridade, a lisura e a honestidade de propósitos no segmento da saúde”, afirma o presidente da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr. Além do canal de denúncias, a Federação e seus sindicatos filiados divulgaram, em 7 de abril, um Manifesto pela Ética na Saúde (leia a íntegra abaixo). 

As iniciativas, segundo Yussif Ali Mere Jr, “pretendem ajudar na construção de um sistema de saúde mais eficiente e transparente”. A FEHOESP representa mais de 47 mil estabelecimentos de saúde privados no Estado de São Paulo. 

O presidente da Federação concedeu entrevista ao EPTV, da TV Globo, para explicar a medida. Assista clicando aqui.

Abaixo, o Manifesto:

Manifesto pela ética na saúde 

Neste Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, a FEHOESP – Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo, e seus seis sindicatos filiados (SINDHOSP, SINDMOGI, SINDRIBEIRÃO, SINDHOSPRU, SINDJUNDIAI e SINDSUZANO) vêm a público defender a ética na saúde.

As entidades manifestam, nesse documento, total repúdio a ações escusas de grupos de saúde, do setor público ou da área privada, sejam médicos, funcionários, hospitais, clínicas, laboratórios, fornecedores ou qualquer integrante da cadeia produtiva da saúde que, direta ou indiretamente, tentam tirar proveito financeiro do combalido segmento da saúde brasileira.

Nesse momento político de adversidades, quando o país se horroriza com as centenas de denúncias de corrupção de políticos e empresários, nosso manifesto é pela integridade, pela lisura e pela honestidade de propósitos no segmento da saúde. 

Os mais de 47 mil estabelecimentos de saúde privados no Estado de São Paulo representados por estas entidades ganham, a partir dessa data, canal de denúncia contra a corrupção ou más práticas no site da entidade (fehoesp360.org.br). O objetivo desse serviço, que garante o anonimato do delator, é o de ajudar na construção de um sistema de saúde mais eficiente e transparente. 

Empresários, gestores, médicos, enfermeiros e demais profissionais que atuam na saúde têm o compromisso moral e ético de acolher, salvar, cuidar e resguardar, a todo custo, a vida das pessoas. E essa missão não pode estar à mercê de práticas escusas ou atos que colocam os interesses pessoais acima dos coletivos. Que a saúde seja praticada com ética, responsabilidade e dignidade.

 

Federação dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo – FEHOESP

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo – SINDHOSP

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Ribeirão Preto e Região – SINDRIBEIRÁO

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Mogi das Cruzes e Região –  SINDMOGI

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Presidente Prudente e Região – SINDHOSPRU

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Jundiaí e Região – SINDJUNDIAI

Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Suzano e Região – SINDSUZANO
 

 

 

Fonte: Da redação

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