19 de março de 2024

SindHosp publica livro sobre trajetória dos hospitais privados durante pandemia da Covid-19

O SindHosp lança o livro “Vírus Mortal: Os Hospitais Privados Paulistas, o SindHosp e a Pandemia da Covid-19” em cerimônia realizada no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. Na ocasião, o Sindicato, por iniciativa do vereador Paulo Frange, foi homenageado pelos 85 anos de fundação, completados em 2023. “Mesmo sendo o maior sindicato patronal da saúde na América Latina e com mais de oito décadas de experiência, o SindHosp, com o advento da pandemia, também se deparou com uma crise de proporções inimagináveis e desafios até então inéditos”, lembra o presidente do SindHosp, Francisco Balestrin.

Para manter a opinião pública informada sobre a realidade vivenciada pela rede privada de saúde paulista no enfrentamento ao coronavírus (os dados até então eram restritos à realidade do setor público) e tentar transformar em números e estatísticas as dificuldades enfrentadas pelos hospitais na assistência aos doentes, o Sindicato começou a realizar pesquisas junto ao setor representado. Os 30 levantamentos sobre a situação da Covid-19 nos hospitais privados paulistas, realizados entre 2020 e 2022, permitem acompanhar, por exemplo, as curvas ascendentes e descendentes das taxas de ocupação dos leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva (UTI), do tempo médio de internação, faixa etária dos internados, problemas paralelos vivenciados pelas instituições hospitalares, entre outros indicadores.     

Crise de proporções inimagináveis

Durante o lançamento do livro, Balestrin falou sobre os desafios que o SindHosp enfrentou durante a pandemia da covid-19. “O SindHosp se deparou com uma crise de proporções inimagináveis e questões até então inéditas. De início, a preocupação foi manter as empresas paulistas prestadoras de serviços de saúde sob sua representação informadas, diante da avalanche diária de informações recebidas pelos três níveis de governo. No mês em que a pandemia começou a se alastrar pelo país, ou seja, há exatos 4 anos, faltavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para os profissionais da linha de frente, álcool em gel, respiradores mecânicos, kits para a realização de exames e vários estabelecimentos denunciaram ao SindHosp a falta e, principalmente, o aumento abusivo nos preços de medicamentos e materiais”.

“Com o objetivo de transformar em números e estatísticas os problemas vivenciados pelos hospitais na assistência aos doentes, manter a opinião pública informada e buscar soluções no mercado e junto às autoridades das três esferas de governo no menor tempo possível, o SindHosp deu início a uma série de pesquisas sobre a situação da covid nos hospitais privados paulistas”, lembrou Francisco Balestrin. “Os 30 levantamentos realizados entre o segundo semestre de 2020 e o final de 2022 permitiram acompanhar vários indicadores, como as curvas ascendentes e descendentes das taxas de ocupação dos leitos clínicos e de unidades de terapia intensiva, do tempo médio de internação, faixa etária dos internados, entre outros. Aproveito para agradecer a todos os 272 hospitais, reconhecidos pelo SindHosp como entidades valorosas parceiras, pela participação maciça e constante nas pesquisas. Além dos resultados e gráficos comparativos dos levantamentos e um relato completo sobre a pandemia, o livro é um registro da memória do que o setor privado paulista vivenciou e encarado pelo SindHosp como um compromisso social”.

Propostas e depoimentos

O livro relata a trajetória e as iniciativas de uma entidade sindical durante a pior crise sanitária em 120 anos. Além dos resultados e gráficos comparativos das pesquisas realizadas pelo SindHosp ao longo da pandemia, ele traz um raio X da crise, como sua evolução e involução, a situação da assistência hospitalar no início do surto, o papel dos hospitais de campanha, o represamento assistencial, o desenvolvimento das vacinas, os impactos sociais e econômicos, detalha a Proposta Saúde São Paulo e mostra a importância dos movimentos solidários que fizeram a diferença em prol da população mais vulnerável. 

            A obra traz depoimentos de algumas personalidades, como do vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; do ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro; do presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes; da pesquisadora e membro da Academia Nacional de Medicina, Margareth Pretti Dalcolmo; da diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), Eloisa Bonfá; e do CEO da Rede D’Or, Paulo Moll,

            Entre os objetivos do SindHosp com a publicação destacam-se: contribuir para que os problemas do SUS e do complexo produtivo e econômico da saúde durante a crise sanitária não sejam esquecidos; fomentar discussões para a busca de soluções definitivas para questões estruturais do sistema de saúde brasileiro (incluindo o setor suplementar); estimular as pesquisas nacionais; e promover o desenvolvimento do parque industrial e tecnológico do país, através de políticas públicas que insiram o setor saúde em uma agenda de desenvolvimento econômico e social.

Câmara Municipal de São Paulo homenageia SindHosp em sessão solene comemorativa a seus 85 anos

A Câmara Municipal de São Paulo realizou uma sessão solene comemorativa aos 85 anos do SindHosp. A cerimônia histórica, ocorrida no Salão Nobre da casa legislativa da capital paulista, aconteceu por iniciativa do vereador Paulo Frange e homenageou o presidente em exercício do Sindicato, Francisco Balestrin. 

A solenidade reverenciou personalidades que tiveram ou têm relação importante com o SindHosp. Foram homenageados durante o evento, por ordem alfabética, César Eduardo Fernandes, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); Eleuses Paiva, secretário de Estado da Saúde de São Paulo; Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e membro da Academia Nacional de Medicina (ANM); Eriete Ramos Dias Teixeira, consultora jurídica do SindHosp; Giovanni Guido Cerri, presidente do Instituto Coalizão Saúde (ICOS); Ludhmila Hajjar, professora titular da Disciplina de Emergências da FMUSP; Margareth Dalcolmo, membro titular da Academia nacional de Medicina; e Pedro Westphalen, deputado federal. Duas instituições com ligação relevante com o SindHosp também receberam homenagens. Foram elas Rede D’Or, na figura de Rodrigo Gavina, CEO dos hospitais do grupo, e Confederação Nacional de Saúde (CNSaúde), na figura de seu presidente Breno Monteiro.

Além dos homenageados, compuseram a mesa da sessão solene Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Gilberto Kassab, secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo, e Luiz Zamarco, secretário municipal de Saúde de São Paulo.

Pronunciamentos

Foram feitos muitos pronunciamentos. Breno Monteiro da CNSaúde lembrou que o setor da saúde é o terceiro maior empregador do país: “Sendo 76% do sexo feminino, o que muito nos orgulha”. O deputado federal Pedro Westphalen destacou o valor da participação política das instituições sindicais: “O altruísmo político que vejo por parte de sindicatos como o SindHosp em torno das demandas da saúde faz valer cada um dos meus mandados em cargos públicos”. O secretário municipal de Saúde Luiz Zamarco enfatizou que grande parte da oferta de atendimento depende de parcerias entre os setores público e privado: “A qualidade dos serviços em saúde só recebeu reconhecimento em São Paulo por causa dessa parceria”.

Já o secretário de Saúde do Estado de São Paulo, Eleuses Paiva, disse que acredita na ética e no trabalho do SindHosp: “Muitas das ações que estamos colocando em prática vêm de propostas formuladas pelo SindHosp. Estamos injetando 5,8 bilhões de reais na saúde de São Paulo”. O secretário Gilberto Kassab participou desse processo e diz que a saúde precisa ser o carro-chefe de qualquer governo, ao lado da educação: “A saúde evoluiu muito no país nas últimas décadas, e o SindHosp sempre esteve lá. Há 50 anos, era comum buscarmos tratamento fora do país. Hoje, as pessoas vem do exterior para se tratar no Brasil”.

A secretária Ana Estela Haddad fez questão de enaltecer a capacidade de articulação do atual presidente do SindHosp, Francisco Balestrin, e falou da importância de se trabalhar de forma integrada, envolvendo SUS, rede privada e saúde suplementar: “Acreditamos em uma interoperabilidade, uma integração de dados, sempre privilegiando a jornada do paciente”. O vereador Paulo Frange mencionou em seu pronunciamento o padre Niversindo Antônio Cherubin, considerado um dos precursores da administração hospitalar no Brasil. “Além do envolvimento político com ética e transparência do SindHosp, que é mais antigo do que a própria CLT, vemos também um trabalho de busca pela excelência na administração hospitalar”.

Acontecimentos históricos

Em seu discurso, o Francisco Balestrin destacou que o SindHosp participou ou acompanhou alguns acontecimentos históricos importantes ocorridos nos últimos 85 anos. “Tivemos a criação do ministério da saúde, em 1953; o surgimento das primeiras operadoras de planos de saúde, na década de 1960; do plano nacional de imunizações, em 1973; o nascimento do Sistema Único de Saúde, o SUS, em 1988, sem sombra de dúvidas uma das maiores conquistas sociais dos brasileiros; a regulamentação dos planos de saúde; a criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS; a pandemia da covid-19, e muitos outros”.

Balestrin ainda ressaltou que o SindHosp representa 51 mil estabelecimentos de saúde no estado de São Paulo, que geram cerca de 1,8 milhão de postos de trabalho e movimentam em torno de R$ 60 bilhões anualmente. “Fazemos mais de 50 negociações sindicais por ano, acompanhamos os principais projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa de São Paulo, prestamos assessoria jurídica, desenvolvemos pesquisas, oferecemos dados e informações para todo o setor, temos grupos técnicos e de trabalho sobre vários temas e promovemos eventos para relacionamento e discussão de assuntos atuais e que importam à saúde brasileira. Essa atuação fez com que o SindHosp se transformasse naturalmente na ‘Casa da Saúde no Estado de São Paulo’”. No final, Balestrin quebrou o protocolo e prestou uma homenagem ao vereador Paulo Frange, que recebeu um troféu por seus préstimos à saúde.

Após a solenidade, o SindHosp realizou um coquetel de lançamento do livro “Vírus Mortal: vírus mortal: os Hospitais Privados Paulistas, o SindHosp e a pandemia da Covid-19”. Leia mais sobre o livro aqui e aqui.

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