Instituto FHC inicia ciclo de debates sobre o SUS

O primeiro foi em 28 de agosto

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O modelo de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS), no Brasil, penaliza os estados e municípios e compromete, cada vez menos, o orçamento federal. Este foi o tom do primeiro seminário realizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), em 28 de agosto, sobre os desafios à gestão da saúde no Brasil. O próximo será em 16 de setembro, com novos palestrantes. 
 
O presidente da Fehoesp e do Sindhosp, Yussif Ali Mere Jr, esteve na plateia, entre os convidados.
 
Para o economista do Banco Mundial, André Médici, o Brasil é um dos países que menos gasta com saúde no mundo. Em contrapartida, as famílias destinam uma fatia importante de suas rendas para gastos com remédios, médicos e exames. “Os gastos privados com saúde, no Brasil, são comparáveis aos dos Estados Unidos e Europa. Mas nos gastos públicos são os menores do mundo. No total não chegamos a 8% do PIB”, afirmou. 
 
Segundo o Índice Bloomberg de Eficiência em Saúde, destacado por Médici, o Brasil ocupa o último lugar de uma lista de 48 países, em que se compara expectativa de vida ao nascer, gasto anual da saúde no PIB e gasto per capita em saúde. “O Brasil está na zona de ineficiência”, definiu.
 
Um dos problemas para esta ineficiência é, sem dúvida, o financiamento. Não apenas pela quantidade de recursos, mas também pela maneira como eles são administrados. “Temos um sistema fragmentado. Seria necessária maior integração para evitar desperdícios, duplicação e descoordenação. Temos um sistema não hierarquizado. Deveríamos ter atenção primária como ponto de entrada. Hoje uma pessoa tem uma dor de cabeça, vai para o hospital e tem acesso ao atendimento”, exemplificou. 
 
Segundo Médici, a escolha do governo em vincular o repasse dos recursos da Saúde com o crescimento do PIB é perigosa. “Podemos ter diminuição de recursos, uma vez que o PIB pode ter uma variação negativa este ano”. 
 
Para o também economista José Roberto Afonso, a percepção popular de que algo está errado é correta. Segundo ele, o brasileiro desaprova a saúde e os impostos. “O governo federal tem sua arrecadação crescendo cada vez mais, mas o seu gasto em saúde é cada vez menor. Precisamos discutir os gastos atrelados à receita. E analisa-los: a maioria do crescimento dos gastos públicos, nos últimos anos, tem sido com transferência de renda. No Bolsa Família ninguém mexe, não tem vinculação e virou prioridade política. E o governo federal virou pagador de benefícios, ao invés de ser provedor de serviços”, disse. 
 
Januário Montone. que foi secretário de saúde de São Paulo, mostrou preocupação com os gastos crescentes dos municípios com a saúde. “Hoje eles gastam em média 22%. Desse jeito, vão começar a devolver a gestão plena, e os estados não estão preparados para esta inversão”. 
 
O próximo encontro será em 16 de setembro de 2014 (quinta-feira), das 16h30 às 19h, também na Fundação iFHC – Rua Formosa, nº 367, 6º andar, Centro – São Paulo/SP. Os palestrantes convidados para esta segunda rodada são Gonzalo Vecina Neto, superintendente do Hospital Sírio Libanês, e Paulo Modesto, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Público.

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