Especialistas debatem sobre a saúde suplementar

Presidente e diretores do SINDHOSP e da FEHOESP estiveram no 19º Congresso Abramge

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O 19º Congresso da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) e o 10º Congresso do Sindicato Nacional das Empresas de Odontologia de Grupo (Sinog) reuniram, nos dias 4 e 5 de setembro, no Hotel Maksoud Plaza, em São Paulo, especialistas, lideranças e gestores da saúde em um debate sobre a saúde suplementar, seus desafios e perspectivas. O presidente do SINDHOSP e da FEHOESP, Yussif Ali Mere Jr, e os diretores das duas entidades Luiz Fernando Ferrari Neto e José Carlos Barbério, também presidente do IEPAS, estiveram no evento.
 
Na abertura do encontro, o presidente da Abramge, Arlindo de Almeida, comentou que o desempenho econômico e social do país, com mais empregos formais, melhores salários e mais consumo, alavancou o setor de planos de saúde, que vem apresentando crescimento desde 2003, quando havia 31,7 milhões de usuários e hoje chega a quase 51 milhões. “Com uma taxa de cobertura superior a 25% da população brasileira, as operadoras de planos de saúde médico-hospitalares atendem a um número de pessoas equivalente ao de cidadãos cobertos pelo reconhecido sistema de saúde inglês, o National Health Services (NHS), que presta serviços a 53 milhões de cidadãos ingleses. A população coberta com algum tipo de plano odontológico alcançou 21 milhões de beneficiários em março de 2014, com crescimento de 8,4% em relação ao mesmo período de 2013, superando a população do Chile (17,5 milhões). Essas comparações revelam a dimensão do sistema de saúde suplementar brasileiro.”
 
Mesmo em ascensão, segundo Almeida, o setor passa por grandes desafios. “São várias as questões que hoje afetam todo o segmento, como o envelhecimento da população brasileira, a incorporação de novas tecnologias, além das medidas de regulamentação que impõem maiores custos às operadoras, ao mesmo tempo em que temos que atender a uma demanda cada vez maior, cumprindo a oferta de serviços de qualidade. Há uma crise rondando a saúde suplementar, mas temos que promover o debate insistentemente na busca por soluções”, enfatizou, lembrando que os serviços de saúde representam o quarto principal item de consumo das famílias e possuir um plano de saúde é o segundo item na pauta de reivindicações dos trabalhadores, seguido apenas do salário. “Precisamos discutir como superar os desafios e atender às expectativas dos brasileiros. Mostrar como novos modelos de parcerias público-privadas (PPPs) na área de saúde e mudanças na legislação podem e devem ser desenvolvidos para estimular, ainda mais, investimentos, expandir os serviços e trazer uma grande contribuição para a economia brasileira.”
 
O presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), André Longo, também presente na abertura do congresso, juntamente com os novos diretores de Gestão, José Carlos Abrahão, e de Fiscalização, Simone Freire, falou sobre o compromisso do órgão regulador em construir uma Agenda Regulatória para 2015 com a participação da sociedade. “Temos sete eixos para a próxima edição da agenda, que queremos construir com a participação de todos. Vamos fazer uma consulta pública para contemplar os temais mais importantes e, dessa forma, buscar o que for melhor para o setor da saúde”, afirmou.
 
Dando início à programação do evento, ficou a cargo do economista, estrategista de Investimentos e debatedor do programa Manhattan Connection, do canal Globo News, Ricardo Amorim, a Conferência Magna, em que apresentou a sua visão sobre o impacto do panorama político e econômico na área da saúde. Para ele, o atual governo decepcionou do ponto de vista da economia e isso trouxe reflexos a todos os setores, inclusive para a saúde. “Foram dois processos errôneos: primeiro, o baixo investimento em infraestrutura, e o outro gargalo foi na mão de obra, também proporcionado pelo produto interno bruto (PIB) muito baixo. Contudo, vimos a inflação subir e o brasileiro passou a custar mais caro e a ser menos produtivo. E ainda temos uma terceira questão que não pode ser esquecida: a expansão de empregos não continuou avançando e chegamos onde estamos, com o Brasil vivendo um apagão geral”, alertou.
 
O economista disse acreditar que independentemente de quem vença as eleições em outubro próximo para a Presidência da República, 2015 será um ano de ajustes. “É o que eu chamo de herança maldita. Teremos que recompor os preços aos poucos. Isso significa que o governo terá de fazer um ajuste na arrecadação de impostos e reduzir os gastos públicos. Portanto, o primeiro semestre do próximo ano será de pouco crescimento, e se o governo conseguir credibilidade, aí sim poderemos ter um segundo semestre de retomada de crescimento, mas ainda longe dos 5% que já tivemos”, ressaltou.
 
Em sua palestra, Amorim destacou os 11 setores em que o Brasil vai dar certo independentemente de quem for o próximo presidente. Para ele serão o comércio, infraestrutura, petróleo e gás, agronegócio, o interior do país, educação, saúde, expansão de rede, a Região Nordeste, imóveis e o setor de veículos. No caso da saúde, a justificativa para otimismo, de acordo com o economista, deve-se à expansão dos serviços no segmento privado e a manutenção do programa Bolsa Família. “O momento realmente não é bom, chega a ser difícil para o setor da saúde, mas as grandes oportunidades surgem quando se está preocupado. Minha sugestão é se sua empresa tem algo diferente a ofertar e se está atento ao momento e ao mercado é aí que se pode crescer, buscar a oportunidade.” 
 
Ricardo Amorim encerrou sua participação comentando suas percepções sobre cenário da saúde brasileira. “Temos que acabar com a hipocrisia que vamos conseguir ofertar tudo de melhor para todos. Não dá para ser assim. Primeiro é preciso investir em saneamento básico, reduzir as diferenças sociais e propor um setor de saúde suplementar com oferta de serviços diferenciados, porém, regumentados sim pelo órgão regulador, para promover o equilíbrio no mercado.”
 
Também constaram da pauta do congresso os temas: movimentos demográficos, qualidade como processo de gestão de saúde, medicina baseada em evidência como ferramenta, consolidação da regulamentação, impactos de custos na operação de planos de saúde, gestão de OPME e inovaç&ot

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