O Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da USP (InCor) superou a marca de mil transplantes realizados desde 1985, quando começou a fazer cirurgias desse tipo. Ao longo desses 31 anos, foram 1.080 transplantes. O Sistema Único de Saúde realizou 95% dos transplantes.
Segundo o balanço divulgado dia 1º de agosto pelo InCor, do total de procedimentos realizados nessas três décadas pelo Instituto, 564 foram transplantes de coração em adultos, 230 de coração em crianças e 286 transplantes de pulmão. Essa marca corresponde a 40% de todos os transplantes de coração realizados no Estado de São Paulo. Somente neste ano, foram realizados no InCor 22 transplantes de coração, 21 de pulmão e seis de coração infantil.
O presidente do conselho diretor do InCor, Roberto Kalil Filho, destacou que a organização das equipes de transplante em um novo modelo de gestão tem permitido ao instituto ampliar a quantidade de transplantes realizados. “Ao reunir num mesmo processo de gestão todas as equipes – cirúrgica, clínica e multiprofissional de transplantes de coração adulto e infantil e de pulmão, o Núcleo [de Transplantes do InCor] otimizou recursos, deu sinergia ao trabalho dos grupos e melhorou indicadores importantes, como o da taxa de mortalidade no pós‐cirúrgico imediato.”
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, participou da divulgação dos dados e ressaltou que o ministério tem feito campanhas para incentivar os brasileiros a doar órgãos. “É fundamental dar oportunidade para que pessoas continuem vivendo. A doação de órgãos é uma decisão que gratifica as famílias que tomam essa medida. Portanto, eu faço esse apelo para que todos, quando tiverem a oportunidade de decisão, decidam por doar órgãos.”
Ricardo Barros também afirmou que o orçamento do Ministério da Saúde para este ano será suficiente para garantir políticas e ações como o transplante de órgãos. “Nós conseguimos descontingenciar R$ 5 bilhões e 600 [milhões] que estavam contingenciados no início do ano. O governo tem dado prioridade à saúde. Nossa gestão está fazendo economia significativa, e esses recursos serão suficientes para fazer mais atendimentos, com mais qualidade, com os recursos que já temos.” De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2015, o instituto recebeu do governo federal R$ 81,4 milhões para o custeio dos transplantes de órgãos, tecidos e células.
Em junho, o presidente em exercício, Michel Temer, determinou à Aeronáutica que mantenha permanentemente um avião para o transporte de órgãos destinados a transplantes. Essa aeronave da Força Aérea Brasileira pode ser usada também no transporte de pacientes que precisem se deslocar para receber órgãos e tecidos.
Transplantes no Brasil
O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é a instância responsável pelo controle e monitoramento dos transplantes de órgãos, tecidos e partes do corpo humano feitos no Brasil. Esse sistema coordena desde a regulamentação, o credenciamento das equipes e hospitais que fazem as cirurgias até a logística de captação de órgãos e o acompanhamento dos pacientes transplantados. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 95% dos procedimentos de transplantes no Brasil são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Isso inclui os exames preparatórios, as cirurgias, o acompanhamento e medicamentos pós-transplantes pela rede pública de saúde.